Rio de Janeiro, 09 de Janeiro
de 2013.
Local - PIB em Rocha Miranda.
Estudo realizado na “Quarta
com Deus”, por ocasião da exposição da Epístola aos Gálatas.
Texto – Gálatas 3.15-20
“Trato é trato!”
- Introdução:
Cada vez que
volto a me debruçar sobre este livro maravilhoso entendo por que de Lutero o
chamou de: “A carta magna da liberdade cristã”. A epístola aos Gálatas com toda
certeza é um grito de liberdade que a fé em Cristo produz em detrimento as tentativas
humanistas de justificações pessoais diante ao Eterno.
Cada verso que
leio desta epístola, jungido à iluminação do Espírito Santo e, aos comentários
de grandes mestres, tais como: João Calvino, John Stott, John MacArthur,
Hernandes Dias Lopes e tantos outros. Confesso que enriqueço-me e deleito-me no
estudo da sã doutrina como diriam em tão os nossos queridos apóstolos.
Vale relembrar
que Paulo continua tratando sobre a doutrina da justificação pela fé (Sola
fides) contra a tentativa dos falsos mestres de ludibriar os cristãos na guarda
da lei de Moisés e seus ritos e cerimoniais. O capítulo três desta epístola se
trata de Paulo refutando estas tendências.
Estes
judaizantes tentavam alicerçar suas teses no Antigo Testamento, mui
principalmente na promessa que Deus fizera ao pai Abraão, assim como eles
gostam de chama-lo. Porém, Paulo refuta esta tese se remetendo a promessa de
Deus a Abraão como “o descendente” e não nos descendentes.
O Outro
argumento dos judaizantes é na lei de Moisés. Paulo vai se apropriar da
construção da promessa de Deus a Abraão do descendente e da lei que Deus
entregara ao grande legislador Moisés. E, vai nos elucidar sobre o propósito de
Deus em relação sobre as mesmas. Ou seja: Se Deus fez a promessa a Abraão. E,
se também foi o próprio Deus dera as leis a Moisés. Então, não é possível que
uma coisa anule a outra. Ou, então Deus é incoerente?!
O apóstolo aos
gentios vai nos remeter ao fato de que a finalidade da lei foi nos revelar que
somos diante de Deus o Senhor, Justo e Santo. Paulo vai nos ensinar que a lei
não anulou a promessa. Ele vai nos remeter ao fato de que a lei iluminou o
caminho para entendermos a promessa. E, vai salientar que Deus é um só. Ou
seja: tanto a promessa e tanto a lei foram obras do mesmo Deus.
Você deve
estar se perguntando: “Pastor por que o tema da reflexão é “trato é trato””?
O tema dessa
mensagem surgiu baseada no verso quinze onde o apóstolo diz que “ninguém pode
anular um testamento”. Trazendo para um português mais coloquial é o mesmo que
dizer: “trato é trato!” Aqui no Rio de Janeiro essa expressão é muito comum.
Lembro-me de quando criança jogava bolinha de gude à vera, ou seja: apostando.
Usávamos sempre esta expressão para os outros garotos que queriam trapacear para
não perder suas bolinhas ao perderem o jogo.
Paulo se
utiliza desta expressão para de forma humana elucidar de vez a questão acima
que já explicamos sobre a lei não invalidar a promessa e vice versa. O apóstolo
Paulo então traz a uma forma cotidiana e ilustra o ensinamento relatando sobre
um trato, testamento, aliança. Que um homem faz a outro. E, então ele explica o
fato de que, entre homens um documento não pode ser alterado. Imagine então uma
ordem provinda do Senhor.
Na verdade
eles não conseguiam entender que a lei fora dada por Deus não para revogar a
promessa, mas sim para iluminá-la. Essa é ideia de Paulo ao fazer esta
correlação. Porém, gostaria de apropriar-me deste tema para nós fazermos
algumas ponderações sobre alguns aspectos de nossas vidas.
1º Aspecto – Todo o trato deve ser honrado!
O apóstolo Paulo inicia o verso quinze falando exatamente
sobre este aspecto. E, salientando o fato de que os homens devem agir dessa
forma. Quando tratamos, ou prometemos algo a alguém, independente de quem seja,
devemos cumprir com nossa palavra.
Sei que somos falhos e às vezes até meio displicentes nesta
área de nossas vidas. Porém, a epístola escrita por Tiago o irmão de Jesus ele
diz o seguinte: “Sobretudo, meus irmãos,
não jurem nem pelo céu, nem pela terra, nem por qualquer outra coisa. Seja o
sim de vocês, sim, e o não, não, para que não caiam em condenação”. (Tiago
5.12)
Devemos nos esmerar para cumprir o que prometemos. Se
dermos a nossa palavra para alguém. Devemos cumpri-la! Esse é o desejo do
coração de Deus. Paulo utiliza o acordo entre homens para elucidar esta questão
de forma ilustrativa. Uma pergunta me veio à mente dentro deste aspecto: “Será
que Paulo se utilizaria desta mesma ilustração em os nossos dias?” Fica então a
pergunta no ar.
2º Aspecto – A promessa de Deus era a Abrão e ao seu descendente.
Calvino em seu
comentário sobre esta questão faz uma longa argumentação a favor desta
perspectiva paulina acerca desta má concepção judaizante de serem herdeiros da
promessa simplesmente por serem descentes de Abraão. Mas, uma delas me chamou a
atenção e de fato é algo que passa desapercebido aos nossos olhos se pensarmos
na história de modo aleatório.
O nosso
ilustre reformador diz que se todo o descendente de Abraão é herdeiro da
promessa. Por que então Esaú, Ismael, e tantos outros ao longo da história
foram excluídos da mesma? Calvino responde a questão elucidando a questão de
que a salvação nunca fora vinculada a promessa que Deus fez a Abraão e sim pela
fé no descendente que viria da genealogia de Abraão. Ou seja: no descendente.
Que coisa
interessante! Mais uma vez a justificação pela fé nos salta na Bíblia como
doutrina que nasce no coração de Deus para justificação do homem para com o
mesmo. Ensinando-nos que jamais um homem poderá se justificar pelos méritos
pessoais de outro homem ou por seus próprios méritos, ou até mesmo por alguma
obra, ou outra coisa semelhante.
3º Aspecto – O trato de Deus para salvação da humanidade foi Jesus
Cristo.
A promessa que
Deus fizera a Abraão ela se cumpriria na pessoa de Jesus. É, em Jesus que todos
podemos alcançar salvação para nossas vidas tortuosas e distantes de Deus. O
trato que Deus fez com a humanidade se escreveu em uma cruz com tinta de cor de
sangue. A Bíblia diz pelo próprio apóstolo Paulo “que Deus em Cristo estava reconciliando consigo o mundo, não lançando
em conta os pecados dos homens, e nos confiou a mensagem da reconciliação”.
(2 Coríntios 5.19)
Esse é o trato
de Deus para com a humanidade. Ou seja: Ele, Cristo deu-se a si mesmo como
propiciação pelos nossos pecados. Visando nos reconciliar com Deus.
Conclusão:
Devemos estar atentos aos tratos que fazemos em nossas
vidas. Devemos ser menos afoitos e refletirmos melhor sobre as coisas que
prometemos e até mesmo para com o nosso Deus. Devemos lembrar-nos sempre para que
pudéssemos estar reconciliados para com Deus. O preço foi caro demais!
Certo de que em Cristo podemos cumprir os nossos tratos:
Pr. Roberto da Silva Meireles Rodrigues.
Nenhum comentário:
Postar um comentário