sexta-feira, 30 de agosto de 2013

3ª Ministração - Teologia da simplicidade sobre a perspectiva de Márcio Duran.

Instituto Bíblico da Primeira Igreja Batista em Rocha Miranda
Curso Básico em Teologia – Módulo: Tópicos em Teologia
Professor: Roberto da Silva Meireles Rodrigues

I. Teologia da simplicidade sobre a perspectiva de Márcio Duran.


          A pretensão deste tópico de nossa disciplina é exaurir o conteúdo emanado pelo autor, Márcio Duran, em sua obra intitulada, “Teologia da Simplicidade”, editado pela MK Publicações. É evidente que o livro acima supracitado será pressuposto para o conteúdo de simples tratado como que também indicado para os alunos e leitores deste para um maior aprofundamento no tema sugerido.
          A obra em questão é de autoria do Pr. Márcio Duran Silva. O autor, possuí em seu currículo acadêmico os seguintes parâmetros: Formado em Teologia pelo Seminário Teológico Betel, formado em economia pela UERJ, Pós-Graduado em Administração de Empresas e Gestão de Negócios pela FGV, e mestrado pelo Seminário Teológico Betel em Ministérios Globais. A literatura que analisamos é fruto de sua tese de mestrado, no curso de pós-estudos, oferecido pelo Seminário Teológico Betel no Rio de Janeiro, a temática da especialização é ministérios globais.
            Duran inicia seu livro fazendo uma breve introdução acerca de todo extenso conteúdo que será trabalhado por sua pessoa em tal obra. A introdução ao tema proposto já nos gera grande entusiasmo em nos aprofundarmos na temática a ser tratada, exaurindo, lendo, e, examinado os textos. Mas, também, em experimentarmos de forma prática um estilo de vida simples em nosso cotidiano.
            O primeiro capítulo do livro o autor traça um panorama da real situação do país em que vivemos. Não somente do nosso país, mais também de todo o mundo. Sua formação no campo das ciências econômicas, o capacita para uma concatenação bela acerca dos dados estatísticos e suas implicações no desenvolvimento social.
            Sua percepção econômica o faz vislumbrar coisas que até então para nós “leigos”, são aparentemente ocultas, e de grande dificuldade de entendimento. Jungido a este pressuposto. O mesmo faz uma análise da sociedade no que diz respeito à política neoliberal conjugada com o capitalismo, conforme dito pela conhecida banda pop, Titãs: “capitalismo selvagem”. E, como, estes fatores estão tornando cada vez mais acirrada a desigualdade social em o nosso país.
            Márcio após ter explanado as pressuposições sociais e econômicas. Como todo bom cristão bíblico ortodoxo, se volta para a Bíblia. Haja vista que é impossível a construção do pensamento teológico de outro ponto de partida a não ser a Bíblia. E tendo a Bíblia como pressuposto para sua construção paradigmática. Encontra na mesma resposta de Deus ao povo, com o ano do Jubileu. O ano do jubileu consistia na repartição de terras. Era uma espécie de reforma agrária naqueles dias. O intuito do Senhor nosso Deus era não deixar que ficasse em poucas mãos o poderio econômico gerando desigualdades sociais, e por consequência: fome, miséria, escravidão, etc.
            Como possível saída para este cenário tão conturbado e nebuloso apresentado acima o autor aponta um estilo de vida mais simples como um possível víeis. Mais parecido com a vivência Neotestamentária de Jesus e os apóstolos. Em nosso humilde entendimento parece-nos que sua proposta perpassa em: o rico, ter em sua vida a concepção inserida no padrão perdoador de dívida contida no ano do jubileu, dividindo o poder financeiro concentrado em suas mãos. E o pobre, após se livrar de tal escravidão. Viver de forma simples de acordo com suas posses e bens, para que não caia de novo no mesmo engodo maldito do ciclo mórbido gerado por uma política dirigida pela economia.
            Sua cosmovisão acerca da temática tratada é encontrar no estilo de vida simples o padrão Bíblico como uma possível saída para tal quadro situacional encontrado em o nosso país e no mundo.
            No segundo capítulo o autor narra à construção histórica sobre o pressuposto levantado pelo mesmo acerca da temática vida simples. O mesmo aponta o congresso de Lausanne I como o despertar para a questão. E pontua de forma sistémica tanto o seu conteúdo, como a história da discrição do congresso, o Congresso Internacional de Vida Simples.
            No conteúdo do tema tratado no congresso existe uma forte ênfase nos seguintes assuntos: Deus está ao lado dos pobres, a espiritualização dos textos que tratam do assunto pobreza e apontamentos para a construção de uma vida mais simples, de famílias mais simples, igrejas mais simples e por consequência disso, sociedade mais simples e com uma sensibilidade maior na ajuda ao pobre.
            No terceiro capítulo do livro o autor vai tratar de como a construção de uma vida simples deve-se de fato, ser aplicada em uma contribuição a uma sociedade mais igualitária, no que diz respeito à economia, lazer, etc. Márcio vai apontar a junção entre a evangelização e a contribuição social, como um padrão Bíblico. Na verdade, não diretamente Márcio irá apontar este fato, mas sim, o consenso de pensadores no congresso supracitado pelo autor em seu livro.
            O mesmo narra a dificuldade existente para jungir estas duas esferas da vida cristã: a evangelização e o bem estar social comunitário. As junções destes dois fatores proporcionam, a cosmovisão de se enxergar o homem em um ser totêmico, ou seja; integral. Aqui de fato o autor se posiciona contra a questão soterológica da teologia da libertação e defende que não somente deve ser evidenciada a construção de um bem estar social, mas é necessário que o homem pecador encontre em Cristo Jesus salvação para sua vida.
            O capítulo 4 leva propriamente dito o título do livro. Duran traça as três teologias que são tratadas e exauridas ao longo de toda a sua obra e faz um paralelo ao pensamento Karl Barth e Lutero de que teologia deve desencadear na práxis. Tendo feito isso discorre sobre como as mesmas; teologia da libertação, teologia da prosperidade e a teologia da simplicidade, são de fato não só construção acadêmica, mas são desdobradas na práxis do dia a dia.
            O autor tenta conceituar simplicidade. Mas pelo que entendemos não consegue de fato chegar a uma definição sistemática. Haja vista como sistematizar uma coisa que é tão profunda e ao mesmo tempo tão pratica, como sistematizar uma coisa que é tão simples, e ao mesmo templo complexa? É um paradoxo que se explica pelo mesmo. Pelo menos, o leitor pesquisador teve esta impressão ao examinar o texto.
            Duran cita o excelente livro: Celebração da simplicidade, escrito pelo ilustre Richar Foster. Conforme anteriormente falamos, Foster vai se utilizar da construção paradoxal para tentar a construção de uma possível tentativa de elucidação do que na verdade é teologia da simplicidade.
            Foster vai dizer que a verdadeira simplicidade ela emerge de dentro para fora. Ela é interior, depois de ser exterior. Ela não é meramente uma mudança de vestuário, ou alguma outra coisa parecida. Mas é de fato fruto de uma verdadeira mudança de interior.
            O mesmo termina traçando uma crítica à teologia da prosperidade que não possuí respaldo nenhum bíblico para poder de fato ser considerada como uma teologia. É assim chamada como um apelido. Essa malfadada teologia é um engodo para todo e qualquer cristão genuíno. Depois de dito isso, o autor aponta para a pessoa de Jesus como resposta de simplicidade ao mundo carente e necessitado de sua ajuda.
            Pastor Márcio agora se volta para a história da igreja onde encontra grandes heróis da igreja tais como: São Francisco de Assis, George Muller e Madre Teresa de Calcutá. E se utiliza da vida destes grandes homens e mulheres para também ajudar alicerçar a construção do pensamento acerca da teologia da simplicidade.

Conclusão:
            É um prazer poder reler uma tão excelente obra. Um das matérias que em nosso tempo de seminarista mais mexeram com o meu coração e mente. Lembro-me que na ocasião que tomamos conhecimento do Pr. Márcio Duran e de sua construção teológica. Fomos agraciados pelo senhor para a construção de um texto chamado: “teologia do jumentinho”, onde de fato queríamos enfatizar que Jesus é o nosso Rei, o dono de fato de nossas vidas.
            Nosso intuito fora mostrar a identificação que temos com o jumentinho. Um jumentinho sem guia, não sai do lugar. Um jumentinho sem guia não tem vontade. Um jumentinho sem guia, não sabe o que fazer. Que possamos ser como um jumentinho em que Jesus montou e foi glorificado ao entrar na cidade santa.
Minha oração é que Ele conduza de fato as nossas vidas a uma vida de simplicidade. Construída não de forma exterior, mas sim de forma interior.


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