O amor é o caminho mais excelente
de Paulo
Permita-me nesta primeira
interpolação elucidar aos irmãos, a mudança brusca de direção feita pelo
apóstolo Paulo, na primeira carta aos Coríntios quando o mesmo estava tratando
acerca dos dons espirituais. Os textos estão exatamente localizados nos
capítulos doze e quatorze. Todavia, entre estes dois capítulos, o apóstolo
parece os interromper de forma abrupta, como uma expressão que segundo Preben
Veng em seu comentário sobre o texto é uma espécie de “botão de reinicialização”.
A igreja de Corinto havia sido
capacitada pelo Espírito Santo com uma grande diversidade de dons espirituais.
Porém, a motivação e a utilização desses dons não estavam sendo realizadas de
forma correta. Assim, o apóstolo aperta esse “botão de reinicialização”
buscando de forma retórica e hipotética ensiná-los o caminho mais excelente que
eles deveriam percorrer, na prática de suas vidas cristãs e por consequência na
utilização de seus dons.
Dr.Gordon D. Fee tece o seguinte
comentário sobre o intuito de Paulo com esta interpolação: “Ao mesmo tempo, no entanto, boa parte da linguagem sugere que Paulo
está voltando a tocar em algumas das diferenças que ao longo da carta surgiram
entre eles e os coríntios. Assim, a estrutura do argumento, por mais poética
que seja, também reflete seu contínuo embate com eles. Em jogo estão ideias
contrárias sobre o que significa ser “pessoas do Espírito”. É verdade que eles
falam em línguas, o que Paulo não questionará como uma atividade legítima do
Espírito. Mas ao mesmo tempo eles no mínimo toleram – se é que não endossam –
sexualidade ilegítima, ganância e idolatria (ilustradas em 5.1; 5.9,10; 6.1-11;
6.12-20; 8.1—10.22). Eles papagueiam “sabedoria” e “conhecimento”, mas na
“sabedoria” se opõem ousadamente a Paulo e seu evangelho de um Messias
crucificado (1.18-31) e no “conhecimento” estão desejosos de “edificar” irmãos
mais fracos, destruindo-os (8.10,11). Em suma, eles têm uma “espiritualidade”
que tem armadilhas religiosas (ascetismo, conhecimento, falar em línguas), mas
até certo ponto abandonam a ética verdadeiramente cristã, com sua supremacia do
amor – o qual se manifesta em preocupação de que outros sejam “edificados” em
Cristo.”
Os primeiros três versos do capítulo,
denotam a hipótese recheada por hipérboles, levantada por Paulo na utilização
dos dons de uma motivação no mínimo equivocada. Essa confrontação do apóstolo
deve nos fazer refletir em nossas motivações, ações e desejos dentro de nossa
caminhada de fé seguindo o nosso Mestre. Jesus teve suas motivações, ações e
desejos tendo sempre como pressuposto o amor, o caminho mais excelente.
Nele, podemos também caminhar de
forma mais excelente:
Seu amigo e pastor, Roberto
Meireles.
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