domingo, 15 de abril de 2012

Errar é humano, ensinar é divino!


Rio de Janeiro, 15 de Abril de 2012.
Errar é humano, ensinar é divino!

Mês da Educação Cristã.
Ênfase da CBB – “Desafiados a pratica da Bíblia para ser padrão de integridade”.
Tema – “Ser como Cristo praticando a Bíblia”.
Tema da Reflexão – Errar é humano, ensinar é divino!
Texto – Mateus 22.23-33.
Introdução:
            O texto que acabamos de ler nos revela o Senhor Jesus sendo interrogado pelos saduceus acerca da doutrina da ressurreição. Como se tornou hábito dos líderes religiosos dos tempos de Jesus, eles tentaram colocar Jesus em uma sinuca de bico.
            Jesus, porém lhes responde com autoridade, e lhes corrige acerca de uma doutrina que por eles era sustentada sem arcabouço Bíblico Teológico. Jesus utiliza a Palavra para doutrina-los acerca do real posicionamento de Deus acerca da ressurreição dos mortos.
            Nosso sábio Mestre aproveitou e confrontou outro erro doutrinário dos saduceus, que era a crença nos anjos. Jesus disse que na ressurreição sermos como anjos. No que diz respeito à questão sexual.
            Em hodiernos, não é diferente dos dias de Jesus, o que mais encontramos são pessoas que estão sendo enganadas pelas mais diversas doutrinas heréticas. A semelhança de Jesus, os apóstolos, os pais da igreja, os reformadores, etc., devemos ser homens e mulheres de Deus, tendo centrado seu ensinamento na Palavra.
            Reverendo Hernandes Dias Lopes vai dizer que o motivo para encontrarmos tantos erros doutrinários exacerbados, é por que, “falta pão na casa do pão”. Diz Hernandes que:
“A casa do pão, vazia do pão, é um retrato da igreja contemporânea. A Igreja também é a casa do pão. As pessoas estão famintas. Elas têm necessidades não do pão que perece, mas do Pão da Vida... muitas pessoas buscam saciar sua fome espiritual na igreja, mas não encontram nela o Pão da Vida. Muitas pessoas buscam Deus na Igreja, mas não O encontram na Igreja. Encontram sim, muito do homem, mas pouco de Deus. Encontram muito ritual e pouco pão espiritual. Encontram muito da terra e pouco do céu”.[1]
            O paralelo feito pelo reverendo entre Belém que é a casa do pão, no significado etimológico da palavra. Com a Igreja do Senhor que deve ser a casa do Pão, por que lá deve-se, encontrar o Pão da Vida que é Jesus Cristo, é muito interessante. Nossa reflexão perpassa em saber do que o nosso povo está se alimentando ao entrar pelas portas de santuário, mas também ao sair pelas portas desse santuário.
            Temos a tendência natural de culparmos somente os pastores pelo desvio doutrinário do povo.  Em partes, se tem razão. Mas, não em um todo. Haja vista que, existem pastores, que tentam esclarecer a mente de suas ovelhas, porém, as mesmas preferem sendo enganadas e sendo atraídas pelas palhas que andam por aí sendo distribuída.
            Os desvios doutrinários têm causado uma série de abusos na vida do seio das igrejas evangélicas brasileiras. O Pr. Henrique Ribeiro de Araújo vai relatar este fator em seu livro: “Abusos Teológicos: dores, cuidado e esperança”. Henrique ao conceituar um abuso ela vai dizer o seguinte:
“Destarte, teologicamente pode-se inferir que o abuso é um erro do alvo correto e, como tal, coaduna-se perfeitamente com o conceito clássico de pecado como “errar o alvo” (harmatías). Nossa “regra de fé e conduta” como tanto se é enfatizada, são as Escrituras Sagradas. Destarte, todo o exercício de conduta que extrapole os limites dos princípios escriturísticos torna-se pecado. Assim sendo o abuso é um “ultrapassar ou deformar a lei divina que pode ser manifestado diretamente contra Deus ou apresentar um duplo aspecto pecaminoso quando dirigido contra o homem e, indiretamente, contra o seu Criador.”[2]

            Estes erros, pecados, abusos, dores, falta de pão, falta de esperança. São constatações feitas por servos de Deus que pretendem orientar a Igreja para um novo momento. Na verdade o apelo que todo aquele que é profeta de Deus nesta geração ou em qualquer outra é que: “Errais por não conhecer as Escrituras e nem o poder de Deus”.
            E ai nasce o porquê do nosso tema: somos sabedores que de fato o errar é humano. Mas que o ensinar é divino, por que não podemos ensinar a partir de nossas filosofias, de nossas experiências, de nossas convicções pessoais, pela ciência, e etc.
            Mas nossa grande missão é conclamar ao povo para que: “Se voltem para as Escrituras”. Pois é nela que encontramos a revelação da pessoa de Deus. E, é por ela, que encontramos a pessoa de Deus, e é por este motivo, que o ensinar se faz divino. Por que nosso ensino não é por sabedoria de homens, mas no poder de Deus. (I Co. 2.5).
Dentro da perspectiva do texto encontramos no ensino de Jesus três atitudes de Jesus para com a Palavra de Deus. São eles:
1ª Atitude de Jesus – O Reconhecimento de que a Bíblia é a Palavra de Deus.
            Nós estamos tão acostumados a ouvir essa expressão, que não mais pensamos na profundeza de seu significado. Crer que a Bíblia é a Palavra de Deus. É crer que ela é inerrante, infalível e inspirada.
            Inerrante por que ela não contém erros. Ela é para os nossos dias o padrão supremo da verdade. Em um século que busca não ter pressupostos. Ela é o nosso pressuposto.
Ela é infalível por que ela não falha. Todas as profecias dela se cumpriram, e as que não se cumpriram, e por que ainda não se chegou o tempo de seu cumprimento. E ela é inspirada por que o próprio Deus assim o diz: “Toda Escritura é divinamente inspirada, e proveitosa para ensinar, para redarguir, para corrigir, para instruir em justiça; para que o homem de Deus seja perfeito, e perfeitamente instruído para toda boa obra.” (II Tm. 3.16-17)
            Jesus reconheceu essas verdades através de seu ensino. Ele se balizou na Palavra de Deus para responder aos seus questionadores.
2ª Atitude de Jesus – Ele falou que o erro se dava na interpretação as Escrituras.
            Tem muitas pessoas que confundem um dos princípios da reforma protestante que é, o livre exame das Escrituras, com, a livre interpretação das Escrituras. Tem muitas pessoas querendo dizer que a Bíblia disse, quando a Bíblia não disse. Isso se dá através de um erro de interpretação.
            Para entendermos a Bíblia são necessários alguns cuidados que são:
 1º Cuidado – O princípio literal – Na grande maioria das vezes a Bíblia fala de forma direta e objetiva. Porém, deve-se registrar que em alguns casos específicos ela se utiliza de figuras de linguagens para realizar alguns ensinamentos e transmitir assim valores.
2º Cuidado – O princípio histórico – Isso quer dizer que precisamos examinar as Escrituras a partir de seu contexto histórico. Se não podemos ser equivocados em nossas interpretações.
3º Cuidado – O princípio gramatical – Deve-se analisar as línguas originais. Para sabermos a quem os pronomes se referem, em que tempo estão os verbos que estão sendo utilizados no texto.
4º Cuidado – O princípio de Síntese – Isso é o que os reformadores chamaram de “analogia scriptura”. Significa que a Bíblia não se contradiz.
            Devemos ser cautelosos sobre a interpretação Bíblica. Devemos ter muito cuidado, para não torcermos os textos de modo que nos sejam favoráveis.

3ª Atitude de Jesus – Falta o poder de Deus.
            Nosso mestre disse que os saduceus erraram por que não conheciam as Escrituras Sagradas, mas também, que eles não conheciam o poder de Deus. Essa verdade nos revela que devemos ler, estudar, meditar na Palavra de Deus mediante a atuação do Espírito Santo de Deus em nossas vidas.
            É o Espírito Santo que ilumina nossas mentes e o nosso coração para que possamos entender o que a Palavra de Deus quer nos ensinar. Isso explica o fato de muitos homens lerem a Bíblia toda e ela não fazer efeito nenhum em sua vida. Ele lê a Bíblia com um livro qualquer, sem a iluminação, sem a orientação do Espírito Santo.
            O Pr. Sylvio Macri faz alguns apontamento interessantes acerca de fato. Diz ele:
“Isto porque a Bíblia é Espelho:... A Bíblia não somente mostra o que somos – mostra igualmente o que podemos mudar. E também é martelo: ... A Bíblia tem o poder de demolir tudo o que não presta de nossa vida. Ela demonstra os argumentos faliciosos, nosso orgulho bobo e nossa falsa santidade. Joga por terra nossos ídolos e prepara o nosso coração para ser reconstruído pelo Espírito de Deus. E é, ainda, espada: ... A Bíblia é uma arma poderosa não só para que nos defendamos dos nossos inimigos, como também de nós mesmos.”[3]
            Ao lermos as Sagradas Escrituras devemos ler em dependência total do Espírito Santo. Pedindo ao mesmo que ministre aos nossos corações, nos corrija, que nos revele a vontade de Deus, que nos afaste do pecado, que possamos realmente viver a Palavra em nossas vidas.
Conclusão:
            Nessa manhã refletirmos sobre como o errar é humano, e o ensinar é divino. Nós somos pecadores falhos, meros mortais, indignos da Graça e da Misericórdia de nosso Deus e Pai. Mas Deus de modo precioso deseja que sejamos transformados todos os dias, através da leitura de Sua Santa Palavra e também em andarmos em Sua Presença.
            Nele, que faz o ensino ter parte do seu Ser:
            Pr. Roberto da Silva Meireles Rodrigues.




[1] LOPES, Hernandes Dias. Fome de Deus. São Paulo: Hagnos. 2004. pg. 19.
[2] ARAÚJO, Henrique Ribeiro de. Abusos teológicos contemporâneos: dores, cuidado e esperança. Rio de Janeiro: Henrique Ribeiro de Araújo. 2007. pg. 6.
[3] MACRI, Sylvio. Cristãos.com: crônicas sobre a vida cristã contemporânea. Rio de Janeiro: Convicção. 2008. pg. 166.

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