Capítulo VI – O Impacto de
Constantino:
1.O IMPACTO DE CONSTANTINO:
“A bondade eterna, santa e incompreensível de
Deus não permite que andemos nas sombras, mas nos mostra o caminho da
salvação... Isto eu vi em outros como em mim mesmo”.
(Imperador Constantino)
1.1. INTRODUÇÃO:
Tudo
o que estudamos até aqui; nos mostra que ser cristão era estar disposto a
sofrer perseguições. Estas por sua vez, podendo chegar ao rigor máximo para
vida, que era a morte. Durante os três primeiros séculos de vida da igreja nós
observamos como muitos de nossos irmãos em Cristos deram suas vidas por causa
de sua fé em Jesus. Por não negarem ao Senhor Jesus, foram vitimados as mais
inúmeras barbáries imagináveis. E também inimagináveis.
Isso
era práxis até o ano de 305 quando Diocleciano abdicou do trono imperial. Após
sua morte o império se dividiu e adentrou a uma intensa guerra civil pela
disputa do poder. Até o ano de 324 d.C. três figuras disputaram o comando do
império. São eles: Majêncio, Licínio, Constantino e Maximino.
No
ano de 312 na batalha da ponte Múvia, sobre o Tibre, a 16 quilômetros de Roma.
Ocorreu a batalha entre Majêncio e Constantino. O primeiro como uma espécie de
representantes dos pagãos e o segundo como representante dos cristãos, muito
embora ainda não professasse a fé em Cristo.
Esta
batalha ficou famosa pela afirmação de Constantino ao dizer que visualizou no
céu a seguinte expressão: “In hoc Signo Vinces” (“com este sinal, vencerás”).
Um tempo depois, adotou esta símbolo, como insígnia de seu exército. Ficou
conhecido como “labarum” este símbolo, que é a junção das duas letras iniciais
da palavra Cristo em grego (XPITOS). Veja na próxima página esta insígnia:

Até
o ano de 324 onde Constantino foi reconhecido como imperador. Ele orquestrou de
forma brilhante a sua conquista contra os seus rivais: Maximino e Licínio. A
história é recheada dos mais diversos golpes políticos. Como por exemplo: para
derrotar Maximino, Constantino e Licínio realizaram um acordo. Oficializado com
a mão da irmã de Constantino em casamento com Maximino. Após a vitória sobre
Maximino, a disputa pelo poder continuou, tendo o seu fim com a derrota de
Licínio pelo enfraquecimento de seu exército.
Até
mesmo antes de ser empossado como imperador. Constantino promulgou um edito, que
ficou conhecido como: “edito de Milão”. Que foi resultado de sua aliança com
Licínio. Uma das cláusulas deste edito. Englobava o fim da perseguição dos
cristãos.
González
faz uma ponderação extremamente relevante sobre este aspecto. Vejamos o que ele
diz:
“Por agora assinalaremos simplesmente o desafio enorme a que tinham de
enfrentar agora aqueles cristãos, que até uns poucos meses antes estavam se
preparando para o martírio, e que agora recebiam do imperador mostras de uma
simpatia e um apoio sempre crescente. Que sucederia quanto aquelas pessoas, que
serviam a um carpinteiro e cujos grandes heróis eram pescadores, escravos e
criminosos que haviam sido condenados pelo estado, se vissem rodeados da
bonança e do prestígio do poder imperial?
Permaneceriam firmes em sua fé? Ou
resultaria talvez que os que não haviam se deixado amedrontar pelas feras e
torturas sucumbiam diante das tentações da vida fácil e do prestígio social? Estas foram as
perguntas que tiveram que enfrentar os cristãos das gerações que seguiram a
Constantino.”[1]
Aplica-se
perfeitamente aos nossos dias a mesma indagação. Será que os prazeres deste
tempo, as sutis seduções do gozo desta vida neste tempo presente. Não tem
sequestrado nossos corações e nos distanciado do verdadeiro evangelho do Senhor
Jesus? Será que a igreja que não pratica Atos 1.8,
poderá sofrer Atos 8.1? Vale a pena refletirmos sobre tal
aspecto.
1.2.
A CONVERSÃO DE CONSTANTINO
A conversão de Constantino é tanto
quanto duvidosa é verdade. Porém, ao analisarmos sua vida como estadista,
entendemos, “em termos políticos”, o seu comportamento como cristão. Mesmo
depois de sua dita conversão ao cristianismo o imperador continuou a adorar aos
deuses pagãos. Continuou a adorar ao Sol Invicto que pelo que se diz na
história era o deus de seu pai. Continuou a utilizar-se do título de sacerdote
devido a sua função no império. Todas estas coisas nos colocam uma pulga atrás
da orelha como dizem, acerca da real convicção da conversão de Constantino.
Constantino não queria perder o
apoio do Senado e por este motivo jamais realizou uma reforma de cunho
espiritual dentro do império. Sua intenção ao construir Constantinopla (a
cidade de Constantino) era também destituir toda a aristocracia do velho
império. Ou seja, uma nova cidade capital, um novo império, uma nova religião.
Porém, o mesmo morreu sem cumprir tal plano, isso se de fato, era seu plano, ou
não se trata de apenas elucubrações de nós acerca de suas atitudes políticas.
Este homem foi o responsável pela
entrada no poder no clero da igreja. Nós vamos poder estudar fatos históricos,
como por exemplo: o concílio de Nicéia, em 325 d.C., sendo patrocinados pelo
dinheiro público. Um ano antes realizou um edito mandando que todo soldado
adorasse ao Deus verdadeiro no 1º dia da semana, ou seja, no domingo. Somos
sabedores que foi em um domingo que o nosso Jesus ressuscitou dos mortos.
Porém, o deus de seu pai, o Sol invicto também era adorado no primeiro dia da
semana, sendo assim: não sabemos até onde fora uma jogada política, ou se de
fato era um desejo de seu coração que tal fato fosse promulgado pelos soldados
imperiais.
1.3.
O IMPACTO DA CONVERSÃO DE CONSTANTINO
O impacto de Constantino foi tão
grande que podemos senti-lo hoje ainda em nossos dias. Porém, o que vamos
analisar é o impacto de sua vida no século III e IV da igreja cristã. O
primeiro impacto que devemos ressaltar. É o término da perseguição da igreja
pelos poderes do Estado. Mesmo depois da morte de Constantino, outros
imperadores pagãos não perseguiram mais a igreja. Tentaram restaurar os cultos
pagãos por outros meios, porém sem perseguir a igreja.
Outro aspecto que vale ser
ressaltado é a construção de uma “teologia oficial” do império. Muitos líderes
da igreja irão apontar o imperador como um homem levantado por Deus para
unificar a igreja e mudar o rumo de sua história. Um bom exemplo deste fato é
Eusébio de Cesaréia, o historiador cristão. Outros virão com maus olhos este
fato. E começaram a se retira para uma vida ascética no deserto. Os mesmos
começaram a se deslocar para o deserto com o discurso de que: já que não
existia mais a possibilidade do martírio, a vida monástica se tornara um bom
meio para uma vida cristã autêntica.
Outros também não viam com bom olhos
a união “igreja-estado”. E simplesmente romperam a comunhão com os demais
cristãos. Foram chamados por cismáticos. Dentro deste grupo dos cismáticos.
Começaram a surgir doutrinas heréticas tais como: o arianismo, que negava a
doutrina da trindade.
A influência da conversão de
Constantino se deu também no culto cristão. Os cristãos que antes se reuniam em
casas, catacumbas, cemitérios. Agora se reuniam em luxuosos templos, cercados
de toda pompa real. O incenso que era utilizado no culto ao imperador, agora
fora introduzido no culto cristão. Gestos e vestimentas pelos que oficializavam
o culto começaram a ser introduzidos como sinal de demonstração de respeito a
pessoa que ali se encontrava em tal posição. Neste processo fora introduzido
“os coros” e “as procissões”, para darem destaques as pessoas ali expostas.
BIBLIOGRAFIA:
CAIRNS, E.E. O
Cristianismo Através do Século. São Paulo: Vida. 2006.
GONZÁLEZ, Justo. A era dos mártires: uma história ilustrada do cristianismo. São
Paulo: Vida Nova, 1995.
SILVA, Elias Gomes da. O pensamento Teológico de
Tertuliano. São Paulo. – consultado no site: www.monergismo.com
– acessado em 29/04/2012, às 18:02h.
[1]
GONZÁLEZ,
Justo. A era dos mártires: uma história
ilustrada do cristianismo. São Paulo: Vida Nova, 1995. 177p.
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