segunda-feira, 7 de maio de 2012

Capítulo VI – O Impacto de Constantino:





Capítulo VI – O  Impacto de Constantino:
1.O IMPACTO DE CONSTANTINO:
“A bondade eterna, santa e incompreensível de Deus não permite que andemos nas sombras, mas nos mostra o caminho da salvação... Isto eu vi em outros como em mim mesmo”.
(Imperador Constantino)
1.1. INTRODUÇÃO:
            Tudo o que estudamos até aqui; nos mostra que ser cristão era estar disposto a sofrer perseguições. Estas por sua vez, podendo chegar ao rigor máximo para vida, que era a morte. Durante os três primeiros séculos de vida da igreja nós observamos como muitos de nossos irmãos em Cristos deram suas vidas por causa de sua fé em Jesus. Por não negarem ao Senhor Jesus, foram vitimados as mais inúmeras barbáries imagináveis. E também inimagináveis.
            Isso era práxis até o ano de 305 quando Diocleciano abdicou do trono imperial. Após sua morte o império se dividiu e adentrou a uma intensa guerra civil pela disputa do poder. Até o ano de 324 d.C. três figuras disputaram o comando do império. São eles: Majêncio, Licínio, Constantino e Maximino.
            No ano de 312 na batalha da ponte Múvia, sobre o Tibre, a 16 quilômetros de Roma. Ocorreu a batalha entre Majêncio e Constantino. O primeiro como uma espécie de representantes dos pagãos e o segundo como representante dos cristãos, muito embora ainda não professasse a fé em Cristo.
            Esta batalha ficou famosa pela afirmação de Constantino ao dizer que visualizou no céu a seguinte expressão: “In hoc Signo Vinces” (“com este sinal, vencerás”). Um tempo depois, adotou esta símbolo, como insígnia de seu exército. Ficou conhecido como “labarum” este símbolo, que é a junção das duas letras iniciais da palavra Cristo em grego (XPITOS). Veja na próxima página esta insígnia:


            Até o ano de 324 onde Constantino foi reconhecido como imperador. Ele orquestrou de forma brilhante a sua conquista contra os seus rivais: Maximino e Licínio. A história é recheada dos mais diversos golpes políticos. Como por exemplo: para derrotar Maximino, Constantino e Licínio realizaram um acordo. Oficializado com a mão da irmã de Constantino em casamento com Maximino. Após a vitória sobre Maximino, a disputa pelo poder continuou, tendo o seu fim com a derrota de Licínio pelo enfraquecimento de seu exército.
            Até mesmo antes de ser empossado como imperador. Constantino promulgou um edito, que ficou conhecido como: “edito de Milão”. Que foi resultado de sua aliança com Licínio. Uma das cláusulas deste edito. Englobava o fim da perseguição dos cristãos.
            González faz uma ponderação extremamente relevante sobre este aspecto. Vejamos o que ele diz:
“Por agora assinalaremos simplesmente o desafio enorme a que tinham de enfrentar agora aqueles cristãos, que até uns poucos meses antes estavam se preparando para o martírio, e que agora recebiam do imperador mostras de uma simpatia e um apoio sempre crescente. Que sucederia quanto aquelas pessoas, que serviam a um carpinteiro e cujos grandes heróis eram pescadores, escravos e criminosos que haviam sido condenados pelo estado, se vissem rodeados da bonança e do prestígio do poder imperial? Permaneceriam firmes em sua fé? Ou resultaria talvez que os que não haviam se deixado amedrontar pelas feras e torturas sucumbiam diante das tentações da vida fácil e do prestígio social? Estas foram as perguntas que tiveram que enfrentar os cristãos das gerações que seguiram a Constantino.”[1]
           
            Aplica-se perfeitamente aos nossos dias a mesma indagação. Será que os prazeres deste tempo, as sutis seduções do gozo desta vida neste tempo presente. Não tem sequestrado nossos corações e nos distanciado do verdadeiro evangelho do Senhor Jesus? Será que a igreja que não pratica Atos 1.8, poderá sofrer Atos 8.1? Vale a pena refletirmos sobre tal aspecto.

1.2. A CONVERSÃO DE CONSTANTINO
            A conversão de Constantino é tanto quanto duvidosa é verdade. Porém, ao analisarmos sua vida como estadista, entendemos, “em termos políticos”, o seu comportamento como cristão. Mesmo depois de sua dita conversão ao cristianismo o imperador continuou a adorar aos deuses pagãos. Continuou a adorar ao Sol Invicto que pelo que se diz na história era o deus de seu pai. Continuou a utilizar-se do título de sacerdote devido a sua função no império. Todas estas coisas nos colocam uma pulga atrás da orelha como dizem, acerca da real convicção da conversão de Constantino.
            Constantino não queria perder o apoio do Senado e por este motivo jamais realizou uma reforma de cunho espiritual dentro do império. Sua intenção ao construir Constantinopla (a cidade de Constantino) era também destituir toda a aristocracia do velho império. Ou seja, uma nova cidade capital, um novo império, uma nova religião. Porém, o mesmo morreu sem cumprir tal plano, isso se de fato, era seu plano, ou não se trata de apenas elucubrações de nós acerca de suas atitudes políticas.
            Este homem foi o responsável pela entrada no poder no clero da igreja. Nós vamos poder estudar fatos históricos, como por exemplo: o concílio de Nicéia, em 325 d.C., sendo patrocinados pelo dinheiro público. Um ano antes realizou um edito mandando que todo soldado adorasse ao Deus verdadeiro no 1º dia da semana, ou seja, no domingo. Somos sabedores que foi em um domingo que o nosso Jesus ressuscitou dos mortos. Porém, o deus de seu pai, o Sol invicto também era adorado no primeiro dia da semana, sendo assim: não sabemos até onde fora uma jogada política, ou se de fato era um desejo de seu coração que tal fato fosse promulgado pelos soldados imperiais.
           
1.3. O IMPACTO DA CONVERSÃO DE CONSTANTINO
            O impacto de Constantino foi tão grande que podemos senti-lo hoje ainda em nossos dias. Porém, o que vamos analisar é o impacto de sua vida no século III e IV da igreja cristã. O primeiro impacto que devemos ressaltar. É o término da perseguição da igreja pelos poderes do Estado. Mesmo depois da morte de Constantino, outros imperadores pagãos não perseguiram mais a igreja. Tentaram restaurar os cultos pagãos por outros meios, porém sem perseguir a igreja.
            Outro aspecto que vale ser ressaltado é a construção de uma “teologia oficial” do império. Muitos líderes da igreja irão apontar o imperador como um homem levantado por Deus para unificar a igreja e mudar o rumo de sua história. Um bom exemplo deste fato é Eusébio de Cesaréia, o historiador cristão. Outros virão com maus olhos este fato. E começaram a se retira para uma vida ascética no deserto. Os mesmos começaram a se deslocar para o deserto com o discurso de que: já que não existia mais a possibilidade do martírio, a vida monástica se tornara um bom meio para uma vida cristã autêntica.
            Outros também não viam com bom olhos a união “igreja-estado”. E simplesmente romperam a comunhão com os demais cristãos. Foram chamados por cismáticos. Dentro deste grupo dos cismáticos. Começaram a surgir doutrinas heréticas tais como: o arianismo, que negava a doutrina da trindade.
            A influência da conversão de Constantino se deu também no culto cristão. Os cristãos que antes se reuniam em casas, catacumbas, cemitérios. Agora se reuniam em luxuosos templos, cercados de toda pompa real. O incenso que era utilizado no culto ao imperador, agora fora introduzido no culto cristão. Gestos e vestimentas pelos que oficializavam o culto começaram a ser introduzidos como sinal de demonstração de respeito a pessoa que ali se encontrava em tal posição. Neste processo fora introduzido “os coros” e “as procissões”, para darem destaques as pessoas ali expostas.

BIBLIOGRAFIA:
CAIRNS, E.E. O Cristianismo Através do Século. São Paulo: Vida. 2006.
GONZÁLEZ, Justo. A era dos mártires: uma história ilustrada do cristianismo. São Paulo: Vida Nova, 1995.
SILVA, Elias Gomes da. O pensamento Teológico de Tertuliano. São Paulo. – consultado no site: www.monergismo.com – acessado em 29/04/2012, às 18:02h.





[1] GONZÁLEZ, Justo. A era dos mártires: uma história ilustrada do cristianismo. São Paulo: Vida Nova, 1995. 177p.

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