Rio de Janeiro, 02 de Maio
de 2012.
Local - PIB em Rocha
Miranda.
Estudo realizado na
“Quarta com Deus”, por ocasião da série de mensagens: “Parábolas do Reino: Sapienciais
da Eternidade para uma vida abundante.”
Texto base – Mateus 14.31-35
3ª Ministração – O Reino,
o grão de mostarda e o fermento.
- INTRODUÇÃO:
Nas
duas mensagens anteriores nós verificamos que o Reino de Deus foi o assunto
principal tratado por Jesus nos evangelhos Sinópticos. Também verificamos que
para entendermos a mensagem do Reino de Deus primeiro precisamos compreender
sobre o Deus do Reino. Haja vista que a palavra que está em um princípio ativo
é Deus na expressão grega “Basileia tou Theou”.
Sendo
assim, conhecendo quem é Deus, e quais são seus atributos, conheceremos qual é
de fato a proposto do Reino de Deus. E como os valores do Deus do Reino se
relacionam com a humanidade no tempo presente, sem perder a expectativa do
tempo futuro.
Ladd
diz o seguinte sobre a essência do Reino:
“A nossa tese central
é que o Reino de Deus é o domínio redentor de Deus, dinamicamente ativo, que
visa estabelecer seu governo entre os seres humanos; e que este Reino, que
aparecerá como um ato apocalíptico na consumação dos tempos, já entrou para a
história humana na pessoa e na missão de Jesus com a finalidade de vencer o
mal, de libertar os homens do seu poder e de propiciar-lhes a participação nas bênçãos
do reinado de Deus.”[1]
Nossa
proposta hoje é trabalhar a proposta de Jesus ao contar duas parábolas: “A
Parábola do grão de mostarda” e “A Parábola do Fermento”. Iremos tentar exaurir
destas duas parábolas ensinamentos práticos do Reino de Deus para nossas vidas.
No entanto primeiro devemos nos localizar acerca do texto que estamos exaurindo.
Estas
parábolas são denominadas no âmbito teológico como mistérios do Reino. Jesus
não necessariamente disse que o Reino de Deus é como um grão de mostarda, ou
como um fermento, ou como uma rede de pesca, etc. Mas isso trata-se, de uma
analogia acerca do que está em oculto, aos olhos humanos, porém existente neste
tempo presente. As pessoas não conseguiam enxergar o Senhor Jesus como o Rei
deste Reino, até pelo fato de seu discurso e sua forma simples de se propagar.
Estas
parábolas têm uma finalidade de elucidar aos verdadeiros discípulos de Jesus
acerca de sua proposta sobre o Reino de Deus. Ao analisarmos estas parábolas
encontramos alguns pressupostos que nos servem de ensinamentos para nossas
vidas.
1º Ensinamento – A pequena semente
que se torna grande e frutífera.
Jesus fala sobre o grão de mostarda
que no conhecimento dos agricultores da Palestina era a menor existente, e
utilizada da mesma para fazer uma analogia do principio, do inicio do Reino de
Deus que estava sendo implantado pela sua pessoa. Sua comparação é: assim como
um grão pequeno de mostarda, dá vida a uma hortaliça de mais ou menos três
metros. O Reino de Deus inicia pequeno no que diz respeito a proporção de
alcance, mas também crescerá e no ato de sua consumação será uma árvore
frutífera, que servirá como sombra e alimento para toda as nações da terra.
Isso faz-nos lembrar da citação de
Daniel 7:21: onde o profeta clarifica o rei Nabucudonosor acerca de sua visão
da árvore. Daniel diz que aquela árvore grande e estrondosa era o reino de
Nabucudonosor. Que por sua vez, no verso 35, vai reconhecer que nada é seu. Que
todo do o Domínio, Poder, e Autoridade são do Senhor o Rei dos reis.
Jesus quis ensinar exatamente isso. Que
o Reino de Deus inicialmente é pequeno em expressão. Os judeus estavam
esperando alguém cheio de poder e tomaria o poder a força. Porém, receberam
Jesus a quem pregava o amor e tinha uma vida simples, de auxílio aos pobres,
pecadores, enfermos, e todos os demais tipos de pessoas que estavam à margem da
sociedade.
Eu entendo também que além de
denotar uma expressão escatológica. O Reino de Deus quando realmente é vivido,
ensinado, levado, pregado, experimentado, por pessoas que amam ao Deus do
Reino, esse mesmo Deus do Reino estende o seu braço de poder e dispõe em
comprometer-se com o que de fato esta sendo transmitido, anunciado, pregado,
ensinado, etc. Afinal de contas, o Reino é de Deus, e não nosso.
2º Ensinamento – O Fermento em uma
grande quantidade de massa.
Um detalhe interessantíssimo nesta
parábola reside na expressão: “O Reino dos céus é como o fermento que uma
mulher tomou e misturou com uma grande quantidade de farinha, e toda massa
ficou fermentada”. (verso 33)
O Mestre estava fazendo uma analogia
ao Reino de Deus, que a semelhança do fermento, estava tentando realizar uma
transformação em toda a massa. O Reino de Deus neste tempo presente ainda não
consumado influencia um reino que é regido pelos os valores do sistema do
Maligno. Esta tensão existe de fato entre os valores do Reino de Deus e os
valores do presente século.
O fermento ao ser misturado na
farinha ele a transforma completamente a fazendo crescer. O Reino de Deus
quando implantado no coração do homem. Ele também o deve fazer crescer. O homem
que se coloca agora debaixo da regência do Deus do Reino, ele jamais poderá ser
o mesmo no sentido de sua antiga vida ainda reinar sobre sua vida nova. Os
valores existentes do Reino em seu coração serão e deverão ser expandidos de
tal forma em seu viver, que poderão ser comparados ao fermento fazendo crescer
uma massa ao ser adicionado.
Será que o Reino de Deus realmente
foi implantado no seu coração? Se realmente o foi: Como ele está se
desenvolvendo em sua vida? Se ele realmente está se desenvolvendo em sua vida: Como
está transformando a realidade das pessoas a sua volta? Se realmente está
mudando as pessoas a sua volta: “Você é um bem aventurado. Por que você
encontrou a pérola de grande valor: Que é o Reino de Deus”. Afinal de contas já
bem disse o apóstolo Paulo: “Porque o reino de Deus não é comida nem bebida,
mas justiça, e paz, e alegria no Espírito Santo.” (Romanos 14.17)
3º Ensinamento – Certos
ensinamentos só os discípulos realmente entendem.
Jesus no final da parábola cita o
Salmo 78 que diz: “Abrirei minha boca em parábolas, proclamei coisas ocultas
desde a criação do mundo”. O que Jesus estava esclarecendo era o mistério que
estava oculto desde a criação do mundo. Esse mistério foi revelado na sua
pessoa, com a introdução do Reino. Ou seja: os mistérios da Eternidade estavam
sendo esclarecidos em sua pessoa. A Eternidade estava sendo descortinada para
os seus discípulos.
Existem ensinamentos do Reino que só
quem está no Reino é capaz de compreendê-los. Alguns ensinamentos do Reino são
vida e não teoria. São práticas de justiças e não teses e elucubrações. As parábolas
contadas por Jesus realmente não eram para que todos compreendessem naquele
momento. Bem profetizará Asafe neste Salmo dizendo que o povo de Deus deveria
dar ouvidos aos ensinamentos.
Naquele instante o Israel de Deus, o
remanescente fiel, eram os discípulos de Jesus. Por isso a eles era elucidado o
significado das parábolas contadas por Jesus. Qual será a razão pelo qual Jesus
só queria falar aos seus?
Penso eu, e como diz o apóstolo
Paulo, “eu e não o senhor”. Que Jesus só revela as coisas profundas de seu
coração com aquele que realmente em que Ele acredita que pode fazer expandir o
seu Reino. Só dá pérolas aqueles que realmente a quem entende o seu real valor.
Se Jesus nos chama algum propósito,
ele nos vocaciona a algo, e nós somos cientes disso: Por que então não nos entregamos.
Por que então não vendemos o que de mais precioso é para nós, para trocarmos
por esta pérola de grande valor?”
Conclusão:
O Reino, o grão de mostarda e o
fermento. Podem de fato nos evidenciar onde estamos, quem somos, e onde está o
nosso coração. Estamos vivendo neste tempo presente como moradores dele, com o
nosso coração preso às coisas desta era, correndo em busca de ajuntarmos bens e
possuirmos status, bens, poder e dinheiro. Ou, vendemos tudo o que temos, não
de forma literal, mas no sentido de dependência, no sentido de prioridade, no
sentido de confiança e esperança. E depositamos aos pés do Senhor. Entendo que
o melhor tesouro do mundo. É poder fazer parte de seu Reino Eterno está perto d’Ele
para todo o sempre.
Por Ele, que É o nosso único bem:
Roberto da Silva Meireles Rodrigues.
BIBLIOGRAFIA:
CARSON, D.A. MOO, Douglas J. MORRIS, Leon.
Introdução
ao Novo Testamento. São Paulo: Vida Nova, 1997.
FERREIRA, Franklin. MYATT, Alan. Teologia
Sistemática: uma análise histórica, bíblica e apologética para o
contexto atual. São Paulo: Vida Nova, 2007.
JEREMIAS, Joachim. Teologia
do Novo Testamento. São Paulo: Hagnos, 2008.
LADD, George Eldon. Teologia do Novo Testamento. São Paulo: Hagnos.2003.
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