quarta-feira, 13 de junho de 2012

O paradoxo das bem-aventuranças.


Rio de Janeiro, 18 de Abril de 2012.
Local - PIB em Rocha Miranda.
Estudo realizado na “Quarta com Deus”.
Série de mensagens – “Do monte, para os nossos corações.
Tema – O paradoxo das bem-aventuranças.
Texto base – Mateus 5. 1-12





2ª Ministração – O paradoxo das bem-aventuranças.
INTRODUÇÃO:
Na semana anterior iniciamos uma série de mensagens chamada: “Do monte para os nossos corações”. Estas ministrações são exposições Bíblicas do conhecido sermão de Jesus no monte, localizados nos capítulos 5,6 e 7 de Mateus.
Haja vista que já introduzimos os irmãos acerca do contexto do texto, e sobre de fato o que estava no pensamento de Jesus ao iniciar o seu discurso acerca das bem-aventuranças. Expomos também aos irmãos as duas primeiras bem-aventuranças. Hoje iremos falar sobre as seis restantes. Vejamos então o que temos pela frente:
3ª Bem-aventurança – Bem-aventurados os mansos, porque herdarão a terra. (verso 5)
O termo grego que descreve manso é: “praüs” que significa, “gentil”, “atencioso”, “cortês”. O grande pregador de Westminster, Dr. Lloyd-Jones diz o seguinte: “A mansidão é, em essência, a verdadeira visão que temos de nós mesmos, e que se expressa na atitude e na conduta para com os outros … O homem verdadeiramente manso é aquele que fica realmente pasmo ante o fato de Deus e os homens poderem pensar dele tão bem quanto pensam, e de que o tratem tão bem. Isto o torna gentil, humilde, sensível, paciente em todos os relacionamentos com os outros.”
O que Dr. Lloyd-Jones quer dizer é, que ser manso perpassar em nos exercemos gentileza, cordialidade, atenciosidade, quando somos: maltratados, ofendidos, desprezados, etc. Uma coisa é eu ser manso, para meu proveito. Outra coisa é eu ser manso para um proveito de outro.
E a bem da verdade é que nos entramos novamente no fato em que começamos a discorrer na semana passada de que o sermão do monte vai totalmente contra cultura de nossos dias. Até porque, em os nossos dias, quem é bonzinho é otário, quem é pacificador é um covarde, quem é manso é banana, etc. Até onde fato estamos seguindo os preceitos bíblicos cristãos? E até onde estamos seguindo os preceitos de nossa sociedade atual?
Jesus enfatiza algo tremendo! Ele diz o seguinte: “que os mansos, herdarão a terra”. Uma outra afirmação contra cultura. Como podem os mansos herdarem terras. Haja vista que a maioria das terras, principalmente nos dias de Jesus, se toma a força. É aquele velho ditado: “o mundo é dos espertos”. Porém, isso não vai de encontro ao padrão Bíblico para o comportamento do crente.

4ª Bem-aventurança - “Bem-aventurados os que têm fome e sede da justiça”. (verso 6)
Jesus disse neste versículo que é feliz aquele busca em primeiro lugar o Reino de Deus. Afinal de contas o Reino de Deus não é comida, nem bebida, mas é justiça, paz e alegria no Espírito Santo (Romanos 14.17). O próprio evangelista Mateus mais a frente vai narrar Jesus dizendo que nós devemos buscar primeiro o Reino dos céus e a sua justiça e todas as demais coisas nos seriam acrescentadas (Mateus 11.28).
Mais uma vez estamos diante da cosmovisão que permeia no presente século. Enquanto os pagãos procuram enriquecer. Procuram engradecimento pessoal e envaidecimento de seu nome. Nós, devemos buscar as coisas que são do alto. Buscar as coisas que engradecem o nome do nosso Deus. Buscar realizar a sua vontade.
Dr. John Stott vai dizer que o padrão Bíblico para justiça alcança três aspectos: “o legal, o moral, e o social”. Vamos destrinchar estes três aspectos:
Justiça Legal – Esta face esta ligada diretamente ao conceito de justificação na Bíblia. Ser justo de forma legal diante de Deus, perpassa em ser aceito por Deus. E para ser aceito por Deus, deve se achegar aos padrões de Deus. E o padrão de Deus para justificação é a pessoa do Filho. Ou seja: Só é justificado diante de Deus quem de fato abriu o seu coração e o entregou a Jesus Cristo e têm o mesmo como Senhor e Rei de sua vida.
Justiça Moral – Ser justo moralmente perpassa em ter uma vida que esteja pautada nos padrões de Deus. Mas, isso não é uma obra exterior. E, sim, do interior. É uma obra de restauração interna. De modo que o amor ao cumprimento da lei seja vívido. E não uma pratica ritualística morta e hipócrita.
Justiça Social – Esta é uma área que está ligada diretamente a libertação dos pobres e oprimidos. É impossível nós sermos cristãos e não nos incomodarmos com tamanhas injustiças sociais que temos em o nosso país. É impossível nós sermos cristãos e não nos incomodarmos com a dor de nosso próximo. É impossível nós não nos dobrarmos diante de Deus e chorarmos ao Senhor pela libertação de tanta miséria e opressão. Fazer justiça social perpassa em nós nunca nos darmos por satisfeitos com o caos a nosso derredor.
Nossa justiça será farta por Deus quando de fato nos encontramos diante de sua presença. Lá não choraremos mais, lá não teremos mais que ser consolados, lá nós não mais viveremos da promessa de herdar a terra, mas nós estaremos na terra. Lá se cumprirá toda promessa de fartura diante do nosso Deus em todos os aspectos imagináveis possíveis.
Breve Resumo das quatro primeiras bem-aventuranças:
Gostaria de pedir licença e citar literalmente Dr. John Stott. Pois sua visão sobre estas quatro primeiras bem-aventuranças é sensacional. Diz ele:
Voltando os olhos para trás, podemos ver que as quatro primeiras bem-aventuranças revelam uma progressão espiritual de inexorável lógica. Cada passo conduz ao seguinte e pressupõe o anterior. Começando, temos de ser “humildes de espírito” , reconhecendo nossa completa e total falência espiritual diante de Deus. Depois, temos de “chorar” por causa disto, por causa dos nossos pecados, sim, por causa do nosso pecado: a corrupção de nossa natureza decaída, e o poder do pecado e da morte no mundo. Terceiro, temos de ser “mansos”, humildes e gentis para com os outros, permitindo que nossa pobreza espiritual (confessada e chorada) condicione o nosso comportamento em relação a eles também para com Deus. E, quarto, temos de ter “fome e sede de justiça”. Pois que vale confessar e lamentar o nosso pecado, ou reconhecer a verdade a nosso respeito diante de Deus e dos homens, se pararmos aí? A confissão de pecado deve levar à fome de justiça”.1

Conclusão:
Que o Senhor nos ajude a aplicarmos estas quatro primeiras bem-aventuranças em nossas vidas e que possamos transparecer em nosso viver, que somos bem-aventurados por aquele que nos amou primeiro.
Certo em Cristo, que somos bem-aventurados!
Roberto da Silva Meireles Rodrigues.
1STOTT, John. R.W. Contracultura cristã – a mensagem do sermão do monte. São Paulo: ABU. 1981.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Lições de uma oração - I Reis 3:3-15

  Rio de Janeiro, 02 de outubro de 2025. Oásis da Família Mensagem – Pr. Roberto da Silva Meireles Rodrigues Tema da Mensagem – Liçõ...