Rio
de Janeiro, 18 de Abril de 2012.
Local - PIB em Rocha
Miranda.
Estudo realizado na
“Quarta com Deus”.
Série de mensagens
– “Do monte, para os nossos corações.
Tema – O paradoxo
das bem-aventuranças.
Texto base –
Mateus 5. 1-12
2ª
Ministração – O paradoxo das bem-aventuranças.
INTRODUÇÃO:
Na semana anterior
iniciamos uma série de mensagens chamada: “Do monte para os nossos
corações”. Estas ministrações são exposições Bíblicas do
conhecido sermão de Jesus no monte, localizados nos capítulos 5,6 e
7 de Mateus.
Haja vista que já
introduzimos os irmãos acerca do contexto do texto, e sobre de fato
o que estava no pensamento de Jesus ao iniciar o seu discurso acerca
das bem-aventuranças. Expomos também aos irmãos as duas primeiras
bem-aventuranças. Hoje iremos falar sobre as seis restantes. Vejamos
então o que temos pela frente:
3ª
Bem-aventurança – Bem-aventurados os mansos, porque herdarão a
terra. (verso 5)
O termo grego que
descreve manso é: “praüs” que significa, “gentil”,
“atencioso”, “cortês”. O grande pregador de Westminster, Dr.
Lloyd-Jones diz o seguinte: “A
mansidão é, em essência, a verdadeira visão que temos de nós
mesmos, e que se expressa na atitude e na conduta para com os outros
… O homem verdadeiramente manso é aquele que fica realmente pasmo
ante o fato de Deus e os homens poderem pensar dele tão bem quanto
pensam, e de que o tratem tão bem. Isto o torna gentil, humilde,
sensível, paciente em todos os relacionamentos com os outros.”
O
que Dr. Lloyd-Jones quer dizer é, que ser manso perpassar em nos
exercemos gentileza, cordialidade, atenciosidade, quando somos:
maltratados, ofendidos, desprezados, etc. Uma coisa é eu ser manso,
para meu proveito. Outra coisa é eu ser manso para um proveito de
outro.
E
a bem da verdade é que nos entramos novamente no fato em que
começamos a discorrer na semana passada de que o sermão do monte
vai totalmente contra cultura de nossos dias. Até porque, em os
nossos dias, quem é bonzinho é otário, quem é pacificador é um
covarde, quem é manso é banana, etc. Até onde fato estamos
seguindo os preceitos bíblicos cristãos? E até onde estamos
seguindo os preceitos de nossa sociedade atual?
Jesus
enfatiza algo tremendo! Ele diz o seguinte: “que os mansos,
herdarão a terra”. Uma outra afirmação contra cultura. Como
podem os mansos herdarem terras. Haja vista que a maioria das terras,
principalmente nos dias de Jesus, se toma a força. É aquele velho
ditado: “o mundo é dos espertos”. Porém, isso não vai de
encontro ao padrão Bíblico para o comportamento do crente.
4ª
Bem-aventurança - “Bem-aventurados os que têm fome e sede da
justiça”. (verso 6)
Jesus
disse neste versículo que é feliz aquele busca em primeiro lugar o
Reino de Deus. Afinal de contas o Reino de Deus não é comida, nem
bebida, mas é justiça, paz e alegria no Espírito Santo (Romanos
14.17). O próprio evangelista Mateus mais a frente vai narrar Jesus
dizendo que nós devemos buscar primeiro o Reino dos céus e a sua
justiça e todas as demais coisas nos seriam acrescentadas (Mateus
11.28).
Mais
uma vez estamos diante da cosmovisão que permeia no presente século.
Enquanto os pagãos procuram enriquecer. Procuram engradecimento
pessoal e envaidecimento de seu nome. Nós, devemos buscar as coisas
que são do alto. Buscar as coisas que engradecem o nome do nosso
Deus. Buscar realizar a sua vontade.
Dr.
John Stott vai dizer que o padrão Bíblico para justiça alcança
três aspectos: “o legal, o moral, e o social”. Vamos destrinchar
estes três aspectos:
Justiça
Legal
– Esta face esta ligada diretamente ao conceito de justificação
na Bíblia. Ser justo de forma legal diante de Deus, perpassa em ser
aceito por Deus. E para ser aceito por Deus, deve se achegar aos
padrões de Deus. E o padrão de Deus para justificação é a pessoa
do Filho. Ou seja: Só é justificado diante de Deus quem de fato
abriu o seu coração e o entregou a Jesus Cristo e têm o mesmo como
Senhor e Rei de sua vida.
Justiça
Moral
– Ser justo moralmente perpassa em ter uma vida que esteja pautada
nos padrões de Deus. Mas, isso não é uma obra exterior. E, sim, do
interior. É uma obra de restauração interna. De modo que o amor ao
cumprimento da lei seja vívido. E não uma pratica ritualística
morta e hipócrita.
Justiça
Social
– Esta é uma área que está ligada diretamente a libertação dos
pobres e oprimidos. É impossível nós sermos cristãos e não nos
incomodarmos com tamanhas injustiças sociais que temos em o nosso
país. É impossível nós sermos cristãos e não nos incomodarmos
com a dor de nosso próximo. É impossível nós não nos dobrarmos
diante de Deus e chorarmos ao Senhor pela libertação de tanta
miséria e opressão. Fazer justiça social perpassa em nós nunca
nos darmos por satisfeitos com o caos a nosso derredor.
Nossa
justiça será farta por Deus quando de fato nos encontramos diante
de sua presença. Lá não choraremos mais, lá não teremos mais que
ser consolados, lá nós não mais viveremos da promessa de herdar a
terra, mas nós estaremos na terra. Lá se cumprirá toda promessa de
fartura diante do nosso Deus em todos os aspectos imagináveis
possíveis.
Breve
Resumo das quatro primeiras bem-aventuranças:
Gostaria
de pedir licença e citar literalmente Dr. John Stott. Pois sua visão
sobre estas quatro primeiras bem-aventuranças é sensacional. Diz
ele:
“Voltando
os olhos para trás, podemos ver que as quatro primeiras
bem-aventuranças revelam uma progressão espiritual de inexorável
lógica. Cada passo conduz ao seguinte e pressupõe o anterior.
Começando, temos de ser “humildes de espírito” , reconhecendo
nossa completa e total falência espiritual diante de Deus. Depois,
temos de “chorar” por causa disto, por causa dos nossos pecados,
sim, por causa do nosso pecado: a corrupção de nossa natureza
decaída, e o poder do pecado e da morte no mundo. Terceiro, temos de
ser “mansos”, humildes e gentis para com os outros, permitindo
que nossa pobreza espiritual (confessada e chorada) condicione o
nosso comportamento em relação a eles também para com Deus. E,
quarto, temos de ter “fome e sede de justiça”. Pois que vale
confessar e lamentar o nosso pecado, ou reconhecer a verdade a nosso
respeito diante de Deus e dos homens, se pararmos aí? A confissão
de pecado deve levar à fome de justiça”.1
Conclusão:
Que
o Senhor nos ajude a aplicarmos estas quatro primeiras
bem-aventuranças em nossas vidas e que possamos transparecer em
nosso viver, que somos bem-aventurados por aquele que nos amou
primeiro.
Certo
em Cristo, que somos bem-aventurados!
Roberto
da Silva Meireles Rodrigues.
1STOTT,
John. R.W. Contracultura cristã – a mensagem do sermão do
monte. São Paulo: ABU. 1981.
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