domingo, 16 de junho de 2013

Quando o maior é o menor

Rio de Janeiro, 16 de Junho de 2013.

Local – Primeira Igreja Batista em Rocha Miranda.
Texto Bíblico – Mateus 20.20-28
Tema – Quando o maior é o menor

“Quando o maior é o menor.”


Introdução:
            Louvado seja Deus pela manhã maravilhosa que tivemos em nossa comunidade cristã. Nosso seminarista nos trouxe uma palavra abençoadora, desafiando a igreja a buscar um genuíno avivamento através de oração, através de uma consagração de vida.
            Nosso desafio é trazer ao coração dos irmãos o desejo ardente do coração de Jesus para servir as pessoas em suas mais diversas necessidades. Nossos dias estão cercados por um conceito muito ruim acerca do que é ser cristão. Um modismo criado pela mídia gospel e a malfadada teologia da prosperidade. Tem tirado o foco dos que se dizem “cristãos” na verdadeira essência do evangelho.
            Esse texto nos revela que também nos corações dos discípulos estavam permeados do desejo de ocupar os primeiros lugares, ou seja: os lugares de destaque. Porém, Jesus os repreende diversas vezes e os educa acerca de qual deve ser o desejo do verdadeiro cristão. “Aquele que quer ser o maior, seja ele o menor”. O verdadeiro líder, o verdadeiro cristão, é aquele que serve aos próximos.
            Para entendermos como surgiu a pergunta daquela mãe a Jesus precisamos entender o contexto em que a ocasião está inserida. Nos capítulos dezoito e dezenove Jesus fala sobre quem deve ser o maior no Reino dos Céus e também que os doze receberiam a recompensa por deixarem tudo por amor ao evangelho. E, essa recompensa seria julgar as doze tribos de Israel. Foi dai que surgiu a ideia daquela manhã dos tronos mais próximos de Jesus. Afinal de contas, não basta julgar as doze tribos eles devem de estar ao lado de Jesus, demonstrando serem eles os mais importantes dentre os doze. Uma busca por status e poder.
            O texto inicia dizendo que aquela mulher estava adorando a Jesus e depois de adora-lo lhe faz um pedido. Alguns estudiosos fazem uma conjectura de que aquela mulher era uma das sustentadoras do ministério de Jesus. E, por isso quis se achegar a Jesus. Ela queria utilizar-se do bem que fazia a Jesus. Até parece que Jesus iria ceder a tal coisa.
            Ao olharmos para este quadro você se lembra de alguma coisa? Será que você poderia descrever alguma cena que você presenciou semelhante a esta? Mas, meus amados irmãos nós precisamos mudar esta realidade em nossa comunidade cristã. Não podemos deixar que valores que não os valores do Reino sejam os norteadores de nossas vidas, famílias e igreja.
            Estou lendo um livro de Gene Getz, com o título: “O último degrau da liderança”. Esse livro trata sobre o modelo de liderança de Jesus. Nosso Mestre escolheu ser um líder servo. E, ensinou seus discípulos a tomar a mesma postura dele.
            Certa vez Jesus ensinou sobre a questão de não procurarmos ocupar lugares de destaque, em detrimento a exaltação pessoal. Ele ilustrou este ensinamento falando sobre um banquete de casamento (Lc. 14.8-11).  Fazendo um paralelo com um convidado a um banquete de casamento, que procurou os primeiros lugares na festa. E acabou ficando sem jeito ao ser interpelado pelo noivo, pois o lugar não o pertencia. Porém, se o convidado estivesse no último lugar e fosse chamado pelo noivo a ocupar um lugar destaque, a honra seria dada de forma correta, sem a procura da mesma.
            O nosso Mestre nos deu vários outros exemplos sobre como ser um servo. No evangelho de João, no capítulo treze, nós encontramos o relato do lava pés. Jesus sendo o líder, sendo o Mestre, fez o papel de escravo, ao lavar e enxugar os pés dos discípulos.
            Jesus ensinou de forma prática, que os seus discípulos deviam ser servos. Todavia, os nossos dias estão permeados de valores que vão ao desencontro dos valores do Reino de Deus. Parece-me que as pessoas não estão dispostas a servir. Em seus corações, tem a tendência mundana de serem servidas.
            Nossos arraiais se tornaram recôndito de clientes ao invés de crentes. Esses clientes estão cada vez mais exigentes. E, se sua comunidade cristã para de atender a suas necessidades, eles rapidamente procuram outra que supram as mesmas.
As palavras de nosso Mestre ao dizer: “Como vocês querem que os outros lhes façam, façam também vocês a eles”. (Lucas 6.31) Foram completamente esquecidas. As pessoas encontram as mais diversas desculpas para não servirem ao seu próximo. Uma das palavras que mais ouço é: “pastor não quero me envolver com nada, pois sou uma pessoa que quando pego algo para fazer, quero fazer o melhor”. Essa é uma das desculpas mais contraditórias. Pois Jesus disse: “que melhor coisa é dar do que receber” (At. 20.35). E, se sigo a Jesus. Sigo aos seus ensinamentos. E o seu ensinamento é que devemos ser servos.
A grande questão são as prioridades e os valores. Nossas vidas são guiadas por quais prioridades e quais valores? Jesus não coloca nenhuma exceção ao dizer: “buscai primeiro o Reino de Deus e a sua justiça”. (Mt. 6.33) Ele não parece estar brincando quando diz: “Quem ama o pai ou a mãe mais do que a mim não é digno de mim; e quem ama o filho ou a filha mais do que a mim não é digno de mim”.
A minha oração é que a síndrome da mesa principal não nos contamine. Que sejamos servos uns dos outros, em amor. A semelhança do que o nosso Mestre nos ensinou. Afinal de contas, se ele disse que veio para servir e não para ser servido. Imagine eu e você! Não é verdade?
            Vejamos algumas atitudes que devemos ter para sermos o maior:

1ª Atitude que faz o maior ser o menor é saber que a grandeza não se encontra na dominação e sim no serviço.
            A grandeza de um verdadeiro discípulo de Jesus não vem da quantidade de estrelas que está em seu ombro como no caso dos militares. A verdadeira grandeza de um discípulo de Jesus não é encontrada na quantidade de pessoas que estão debaixo de sua liderança. A verdadeira grandeza de um discípulo não se encontra na autoridade emanada de um cargo que recebeu. Mas, a verdadeira grandeza de um discípulo de Jesus está em se abaixar, pegar uma bacia de água juntamente como uma toalha e lavar os pés dos seus queridos irmãos.
            A verdadeira atitude de um líder cristão não é dar somente ordens. E, sim influenciar as pessoas que estão com ele em sua liderança a enxergarem o que Deus deseja para elas e fazer com que elas sejam maiores que ele, executando um serviço de grande valor para o Reino de Deus que é servir as pessoas em suas mais diversas necessidades.
            Jesus liderou e iniciou o maior movimento existente até os nossos dias. O nosso Mestre nunca escreveu um livro. O nosso Mestre nunca construiu uma catedral. O nosso Mestre nunca buscou o poder, a fama ou alguma coisa semelhante. O nosso Mestre nunca fez nenhuma espécie de política para ser quem era. Jesus é o maior líder que este mundo já conheceu porque foi o maior servo que este mundo já conheceu.
            O Senhor Jesus termina sua fala com os discípulos dizendo que aquele quer ser o maior seja o “doulos”, ou seja: seja escravo, ou servo. A chamada de nosso Mestre para cada um de nós é que sejamos servos uns dos outros em amor. Nós precisamos entender isso urgentemente para podermos alcançar os objetivo do Senhor para nossas vidas.

2ª Atitude que faz o maior ser o menor é entender que fomos chamados por Jesus para bebermos o mesmo cálice.
            Jesus era um homem fantástico. Ele ao escutar a mãe de seus dois discípulos fazer o seu pedido. Ele faz uma pergunta: “Não sabeis o que pedis: podereis vós beber o cálice que eu hei de beber, e ser batizados com o batismo com que eu sou batizado?”
            O bom Mestre lhes faz uma pergunta que deve nortear as nossas vidas cristãs. Será que estamos dispostos a bebermos o cálice de Jesus e sermos batizados com o mesmo batismo que Ele foi?
            Existe um forte corrente em nossos dias de que a vida cristã é um parque de diversões. E que aceitar Jesus nos dá direito de entrar desse parque para usufruir dos brinquedos que o mesmo possui. Muitas pessoas estão completamente enganadas ao terem esse pensamento acerca da vida cristã.
            O Pr. Hernandes Dias Lopes escreveu algo interessante sobre este assunto. Diz Hernandes: "Vida cristã não é uma redoma de vidro, uma estufa espiritual, uma colônia de férias, antes, é um campo de batalha".
            O chamado de Jesus aos seus discípulos foi ao sofrimento por amor do seu nome. O chamado de Jesus aos seus dois discípulos foi de negar ao seu próprio eu em detrimento ao bem estar do seu próximo. O chamado de Jesus aos seus discípulos foi de estarem dispostos a pagarem com suas próprias vidas se assim fosse preciso.
            Meus amados irmãos nós não estamos aqui neste mundo a passeio ou em algum parque de diversões. Nós estamos neste mundo para sermos sal e luz, para sermos bênçãos de Deus para as pessoas que precisam. Nós estamos aqui neste mundo como representantes do nosso Cristo. E, se o nosso Cristo serviu imaginemos cada um de nós o que devemos fazer.

3ª Atitude que faz o maior ser o menor é ser exemplo.
            Uma das mais diversas coisas que admiro em Jesus é que Ele não pede nada aos seus seguidores que Ele não faça primeiro. Jesus não é um mero patrão que senta em sua linda cadeira e começa a dar ordens aos seus empregados. Mas, ele mesmo não faz nada.
            Ele perguntou aos discípulos se eles seriam capazes de realizar o que Ele estaria próximo de realizar. Aqui entramos em um assunto que estamos sempre tratando em nossos ensinamentos aos irmãos.  Já dizia alguém: “a fala pode convencer, mas o exemplo arrasta”.
            Em os nossos dias estamos cercados por grandes ensinamentos. Mas, temos visto muito pouco disso em prática. Nós nos enfurnamos em nossos guetos e refletimos sobre a Palavra, criamos as mais belas teorias sobre os mais diversos textos. Sabemos o hebraico, grego, o aramaico. Porém, praticamos muito pouco do que sabemos. Isso gera em nosso meio uma grande crise. Confesso que às vezes dá um desânimo grande pregar, pregar, pregar, ensinar, ensinar, ensinar, e nada acontecer. Eu estou aprendendo com Jesus que o discipulado é pessoal e o exemplo do dia a dia é a melhor forma de ensino.

Conclusão:
            O que você vai fazer com tudo o que você ouviu esta noite. Você possui dois caminhos. Esse pode ter sido apenas mais um sermão que você escutou. Ou, esse pode ter sido o sermão que mudou a sua vida. E, o fez despertar sobre a importância de servir as pessoas e ser o menor no Reino dos Céus.
            Qual é a sua escolha?



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