quarta-feira, 20 de agosto de 2014

O exemplo de Clemente de Alexandria.

Rio de Janeiro, 17 de agosto de 2014.

O exemplo de Clemente de Alexandria.

Semana passada retornei ao curso de grego na Faculdade São Bento, e por este motivo, tive contato com um material que então estava esquecido por mim. Estou falando sobre um artigo de uma revista de teologia e filosofia que trazia em seu conteúdo a entrevista de minha professora de grego, Dra. Rita, sobre a tradução que ela realizara de uma obra de Clemente de Alexandria.

Nesta entrevista, Dra. Rita falava sobre o grande legado deste pai da igreja que foi a utilização da filosofia em junção ao evangelho visando a proclamação do mesmo a classe mais erudita de seus dias. Clemente percebeu que a filosofia poderia ser utilizada como instrumento de defesa e proclamação do evangelho, e por este motivo ficou conhecido como apologista cristão.

Clemente conseguiu fazer a leitura de seu tempo e identificar como ele poderia servir a sua geração. Pr. Henrique Ribeiro em seu livro "Pode ou não pode", levanta o questionamento sobre onde estão os Isacaarianos de nossos dias? Haja vista que a Bíblia fala que os Isacaarianos conseguiam ler o seu tempo e por isso eram relevantes. Ao refletir sobre a vida de Clemente alguns questionamentos surgiram: Onde estão aqueles que fazem a leitura de nosso tempo e são respostas de Deus para ele? Onde estão aqueles que estão dispostos a servir essa geração? Onde estão aqueles que querem deixar um legado para a próxima geração?

Quando estava escrevendo essa pastoral lembrei-me de um pastor que havia chegado a conclusão de que seus sermões não mais estavam sendo relevantes ao povo de seu pastoreio. Ele então resolveu fazer o seguinte:

Num dos cultos semanais mais concorridos, ele subiu ao púlpito com um aparelho de barbear, bacia com água, espuma de barbear, caneca, espelho e toalha. Nem sequer cumprimentou a igreja e, tranquilamente, ajeitou o espelho, pegou a caneca, fez espuma, passou no rosto, e começou a se barbear. Gastou vários minutos nisso, e esses minutos pareceram uma eternidade para os que estavam presentes.

Ao final quando todos pensaram que o pastor fosse fazer um desfecho maravilhoso, e lhes apresentar a moral da história, ele simplesmente enxugou o rosto, encerrou o culto e o povo voltou para casa.

Aquela semana foi atípica. O povo passou a semana comentando o fato, todos os dias, tentando adivinhar o que o pastor queria dizer através daquele simbolismo.

Dias depois, quando ele voltou ao púlpito, a igreja estava cheia. O pastor olhou para congregação e disse:

-Sei que vocês querem saber o que quis dizer com o que fiz. Que mensagem quis transmitir aos irmãos. Todavia, não quis transmitir nenhuma mensagem. Apenas provar aos irmãos que vocês davam mais atenção a qualquer outra coisa, em detrimento a Palavra de Deus. Minhas mensagens são logo esquecidas pelos irmãos quando saem de nossas celebrações, porque passam a semana toda sem comentar nada a respeito do assunto e não aplicam nada da mensagem em suas vidas. Apenas queria demonstrar isso aos irmãos, de modo que os despertasse a essa realidade.

Meus irmãos, vamos orar. Vamos entender nosso tempo. Vamos servir nossa geração. Não desejo ir ao púlpito para fazer barba. Sendo assim, vamos nos engajar na causa do Senhor e ser bênção do Eterno na vida das pessoas ao nosso redor.

Certo de que em Cristo conseguiremos ser relevantes a nossa geração:

Seu pastor, Roberto Meireles.








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