Rio de Janeiro, 28 de
dezembro de 2014.
Industrialização
da esperança.
Estamos próximos do findar de mais
um ano. Todavia, com o findar de um ano, inicia-se um ano novo. Esse ano que inicia, pelo menos, ganha uma
adjetivação de novo. Porém, muitas vezes de novo não possui absolutamente nada.
Isso se dá pelo fato de que o contar o tempo não garante que haja
necessariamente uma perspectiva de vida melhor para o ano que irá iniciar.
Quando estava pensando sobre esta
questão, lembrei-me de um texto que li alguns anos atrás, e que o autor
conseguiu sintetizar este sapiencial em poucas linhas. De modo muito feliz ele
conseguiu clarificar essa industrialização da esperança por parte de seus
inventores. Diz assim o texto:
Cortar
o tempo:
(Autor
desconhecido)
“Quem
teve a ideia de cortar o tempo em fatias, a que se deu o nome de ano, foi um
individuo genial”.
Industrializou
a esperança, fazendo-a funcionar no limite da exaustão.
Doze
meses dão para qualquer ser humano se cansar e entregar os pontos. “Aí entra o
milagre da renovação e tudo começa outra vez, com um número e outra vontade de
acreditar que daqui pra diante vai ser diferente”.
A industrialização da esperança
perpassa em pensarmos que todas as coisas irão mudar, pelo simples fato do
findar o contar de uns dias e ao iniciar o contar de mais dias. O passar dos
dias, pelo passar dos dias, não irão diferenciar em nada a questão da esperança
de dias melhores.
O salmista em sua oração pede ao
Altíssimo que o ensine a ser um administrador de sua vida, e não incorrer no
erro de viver na filosofia do Zeca pagodinho:
“deixa a vida me levar”. A oração do salmista é “ensina-nos a contar os nossos
dias, de tal maneira que alcancemos corações sábios”. (Salmo 90:2)
Não
devemos depositar nossas fichas, simplesmente no fato do romper da aurora de um
novo ano. Todavia, dentro da perspectiva bíblica, nosso Deus nos convida a
fazer um movimento de auto análise e com o resultado da mesma, traçarmos um
planejamento, em oração, para cumprir a sua vontade em nossas vidas.
Em muitas ocasiões, aqui em nossa
comunidade cristã, os irmãos me ouviram falar sobre como Salomão terminou os
seus dias de forma pessimista. Isso se deve ao fato de que, ele não soube viver
uma vida balizada na vontade de Deus. Muito pelo contrário, Salomão viveu de
uma forma desregrada, dando vazão aos desejos carnais. Quando chegou ao final
de sua vida, sua sensação era bem diferente da sensação que permeava o coração
do apóstolo Paulo.
Paulo ao chegar ao final de sua vida
exprime a seguinte máxima: “Combati o bom
combate, acabei a carreira, guardei a fé. Desde agora, a coroa da justiça, a
qual o Senhor, justo juiz, me dará naquele dia; e não somente a mim, mas também
a todos os que amarem a sua vinda” (II Tm. 4:7-8).
Dentro de uma análise de todo texto,
em que estes dois versos estão inseridos, creio que Paulo chega ao final de sua
vida muito satisfeito com o empenho de suas forças durante o decorrer da mesma.
Ao pensar sobre este fato,
lembrei-me da vida do apóstolo Paulo. Sua vida não foi nenhum mar de rosas. Ele
mesmo relata pelas coisas que fora afligido: “São ministros de Cristo? (falo como fora de mim) eu ainda mais: em
trabalhos, muito mais; em açoites, mais do que eles; em prisões, muito mais; em
perigo de morte, muitas vezes.
Recebi dos judeus cinco quarentenas de açoites menos um. Três vezes fui açoitado com varas, uma vez fui apedrejado, três vezes sofri naufrágio, uma noite e um dia passei no abismo; Em viagens muitas vezes, em perigos de rios, em perigos de salteadores, em perigos dos da minha nação, em perigos dos gentios, em perigos na cidade, em perigos no deserto, em perigos no mar, em perigos entre os falsos irmãos; Em trabalhos e fadiga, em vigílias muitas vezes, em fome e sede, em jejum muitas vezes, em frio e nudez. Além das coisas exteriores, me oprime cada dia o cuidado de todas as igrejas. (2 Coríntios 11:23-28)”
Recebi dos judeus cinco quarentenas de açoites menos um. Três vezes fui açoitado com varas, uma vez fui apedrejado, três vezes sofri naufrágio, uma noite e um dia passei no abismo; Em viagens muitas vezes, em perigos de rios, em perigos de salteadores, em perigos dos da minha nação, em perigos dos gentios, em perigos na cidade, em perigos no deserto, em perigos no mar, em perigos entre os falsos irmãos; Em trabalhos e fadiga, em vigílias muitas vezes, em fome e sede, em jejum muitas vezes, em frio e nudez. Além das coisas exteriores, me oprime cada dia o cuidado de todas as igrejas. (2 Coríntios 11:23-28)”
A esperança de Paulo não estava
industrializada em uma mudança de calendário. A esperança de Paulo estava
cristalizada na pessoa de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo, que em breve virá
nos buscar para junto d’Ele, para desfrutarmos do gozo celestial. Nesta troca
de ano, vale muito a pena realizarmos um auto exame e verificarmos onde está o
nosso coração. Caso nosso coração esteja preso a uma esperança industrializada
pelo capitalismo, é tempo de arrependimento e coragem, neste novo ano. Volte-se para o Senhor e encontre n’Ele a esperança
real e segura para sua vida.
A minha oração é que nesse novo ano
você possa se consagrar mais a Deus, tendo uma perspectiva semelhante à de
Lutero: “Melhor é um calabouço com Cristo do que um trono sem Ele”.
Que o Senhor te abençoe ricamente e
faça de ti um sinalizador de seu Reino neste tempo presente!
Certo de que em Cristo reside a
verdadeira esperança:
Seu pastor, Roberto Meireles.
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