quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

O Paradoxo da Imperfeição

Rio de Janeiro, 01 de fevereiro de 2015.

O Paradoxo da Imperfeição

            Muitos escritores já usaram sua pena para descrever a cerca do cristão, sendo atacado, ou acusado, por alguém. Tais acusadores alegam que ele deve ser um ser perfeito, sem máculas.  Alguém em quem consigamos enxergar a aureola por cima de sua cabeça. Alguns destes escritos marcaram meu pensar sobre esta questão: “Super Crentes, de Paulo Romeiro”, “Salvos da perfeição, de Elenai Cabral”, “Pode ou não pode, de Ricardo Gondim”, e alguns outros. Sem mencionar as mensagens de Caio Fábio, Ed Rene Kivitz, Ricardo Gondim, etc.
Não tenho a pretensão de fazer nenhuma espécie de adendo às contribuições na construção do pensamento destes grandes pensadores. Todavia, gostaria de alguma forma através de minha humilde pena expressar o que está inundando o meu coração neste momento de minha vida.
O dicionário Houasis da língua portuguesa define paradoxo como: “Pensameto, proposição ou argumento que contraria princípios básicos e gerais que costumam orientar o pensamento humano, ou desafia a opinião concebida, a crença ordinária e compartilhada pela maioria; aparente falar de nexo ou de lógica; contradição; raciocínio aparentemente bem fundamentado e coerente, embora esconda contradições decorrentes de uma análise insatisfatória de sua estrutura interna...”
A questão de Deus amar o imperfeito aparentemente nos apresenta um paradoxo. Como pode um ser perfeito amar alguém imperfeito. Como pode alguém perfeito voltar sua atenção, seu afeto, seu amor, seu prazer, a alguém tão cheio de falhas e limitações. Acredito que foi pensando sobre esse paradoxo que o salmista exclamou: “Que é o homem mortal para que te lembres dele? e o filho do homem, para que o visites?” (Salmo 8.4) Senhor, que é o homem, para que o conheças, e o filho do homem, para que o estimes?(Salmos 144.3)
            Gondim expressa algo interessante em seu artigo “a masmorra da perfeição” ele diz: “Imperfeição, longe de qualquer parentesco com pecado, é condição humana. Admitir isso não significa humildade, mas simples constatação. Nunca humano algum vai conseguir desvencilhar-se de sua condição deficiente. O que é bom, pois crescimento e maturidade se iniciam a partir dessa admissão... Quando falo de imperativos, lembro que Graça nunca pode deixar de ser o norte cardeal da espiritualidade cristã. Graça ensina que Deus não só tolera os erros humanos, Deus celebra os limites da nossa imperfeição. Ele conhece a finitude de homens e mulheres e a enorme complexidade de viver. E não nos odeia por pisarmos os cadarços de nossos sapatos existenciais. Deus reconhece o valor do erro nos processos pedagógicos.”
            Acredito que o cerne de Deus amar-nos mesmo sendo imperfeitos, é que Ele, o Altíssimo, sabe muito bem quem somos: “Como um pai se compadece de seus filhos, assim o Senhor se compadece dos que o temem. Pois ele conhece a nossa estrutura e sabe que somos pó” (Salmos 103.13-14)
            Nossa limitação é conhecida por Deus, que escolheu nos amar, mesmo sendo Ele Deus perfeito, e nós humanos imperfeitos. É essa verdade que Paulo escrevendo aos Filipenses tenta nos transmitir dizendo: “De sorte que haja em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus, que, sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus, Mas esvaziou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens; E, achado na forma de homem, humilhou-se a si mesmo, sendo obediente até à morte, e morte de cruz. Por isso, também Deus o exaltou soberanamente, e lhe deu um nome que é sobre todo o nome; Para que ao nome de Jesus se dobre todo o joelho dos que estão nos céus, e na terra, e debaixo da terra”. (Filipenses 2.5-10)
            O que tenho percebido é que, muitas vezes sistemas religiosos, sociais, políticos, tem nos escravizado. Acorrentando de forma patológica seres humanos aos seus “esquemas perfeitos de mundo das ideias”.
            O nosso Emanuel escolheu nos amar, mesmo sendo quem somos. E Ele continua acreditando, que no decorrer da vida cristã poderemos amadurecer e dar frutos de justiça para sua honra e glória.
            Minha sincera oração é que você, através do Altíssimo, experimente o verdadeiro sentido do amadurecer, pela graça de Jesus. Longe dos sistemas cartesianos religiosos, que ao invés de libertar, escravizam.
            Certo de que em Cristo há aperfeiçoamento para minha imperfeição:
Seu pastor imperfeito, Roberto Meireles.

            

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