quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

Sapienciais - Autor: Ricardo Gondim - Extraído do artigo: Como faço teologia.

No confronto inesperados com a dor, aprendi a respeitar meus limites. A morte de um jovem me colocou cara a cara com a insuficiência da linguagem. Depois de encontrar aquela mulher, decidi falar de Deus sem me imaginar apto para exauri-lo. Sei que a amplitude de meus conceitos sobre o mistério da divindade é fração de uma sabedoria milenar e global. Desejo, portanto, oferecer mais compaixão e menos explicação. Se no passado confundi entusiasmo com afobação, zelo com intolerância, arrojo com precipitação, desisto de abarcar o infinito com meu dogma. Não pretendo substituir abraço com discurso.
Ricardo Gondim
(extraído de seu artigo: Como faço teologia - www.ricardogondim.com.br)

Sem reputação a defender, desisto do fascínio do sucesso, de angariar plateias, de me inebriar com unanimidade para buscar uma teologia que expresse bondade – virtude que nos livra da bestialidade. Preciso ser compreensivo com os menos afortunados, nunca permitindo que falsas culpas promovam baixa autoestima. O conceito que desenvolvemos sobre Deus reflete o que mais sonhamos. Se falamos de amor, não há como nos manter impacientes com as inadequações de quem não consegue lidar com a dureza de existir. A religião que agrada a Deus tem tudo a ver com a oração de São Francisco de Assis: Ó Mestre, fazei que eu procure mais consolar que ser consolado; compreender que ser compreendido, amar que ser amado. Pois é dando que se recebe, é perdoando que se é perdoado e é morrendo que se nasce para a vida eterna. Em minha teologia, toda a lei se resume a amar a Deus no rosto do meu próximo.
Desejo uma teologia que gera comunidade. Desprezo conceitos medievais de um Deus zangado, que persegue e mata desafetos. Deus não está irado conosco. Preciso falar mais sobre o Deus comensal, que convida a todos para sentarem à mesa. Careço propagar a espiritualidade no reino da camaradagem e anunciar que ele anseia tornar-se nosso parceiro na condução da história.
Ricardo Gondim
(extraído de seu artigo: Como faço teologia - www.ricardogondim.com.br)

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