Rio
de Janeiro, 11 de setembro de 2016.
Tema
da Mensagem: “A história de Saul”
Série
de Mensagens – O conto dos três reis
Texto
base – I Samuel 9.1-2
Introdução:
O desejo de partilhar com os irmãos
esta nova série de mensagens surgiu de uma releitura dos livros de Samuel que
fiz junto aos nossos jovens. Eu os desafiei a lerem comigo os dois livros e
compartilharmos o que Deus falara aos nossos corações durante essa jornada.
A inspiração para o nome da série
surgiu enquanto assistia Harry Potter ao lado de minha família. A série épica
tem em um dos episódios uma história contada chamada: “O conto dos três
irmãos”. Quando estava assistindo, e no meu coração estava latente o livro com
a história dos três primeiros reis de Israel. Foi então que jungi a história
com o conto. Então surgiu: “O conto dos três reis”.
Os três primeiros reis de Israel
juntos reinaram aproximadamente cento e vinte anos. Quarenta anos cada um
deles. Duas dinastias. A primeira dinastia com Saul. A segunda com Davi e seu
filho Salomão.
A metodologia que iremos usar para
extrairmos as pepitas que a Palavra de Deus tem a nos oferecer será realizar
uma breve biografia com a história de cada um deles. Apontado seus pontos
fortes, pontos fracos, sucessos, fracassos, e outras particularidades de cada
um deles.
O primeiro deles a estudarmos será o
grande rei Saul. Este aparece na história de Israel em um momento em que o povo
se virá para o respeitado profeta Samuel e lhes diz que ele pedisse que Deus
lhes desse o rei. A justificativa do povo se deu pelo fato de Samuel já ser
avançado de idade e seus filhos não seguirem seus caminhos. Naquele momento
histórico Samuel era juiz em Israel.
Todavia Samuel adverte ao povo os
perigos de ter um rei. A Bíblia de Estudo de Aplicação Pessoal fez o seguinte
esquema com advertência de Samuel ao povo:
Problemas Advertidos por Samuel:
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Referência Bíblica
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Realização:
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A recrutação de jovens para o exército.
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I Samuel 8.11-12
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I Samuel 14.52 – “Por todos os dias de Saul, houve forte
guerra contra os filisteus, pelo que Saul, a todos os homens fortes e
valentes que via, os agregava a si”.
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O papel dos jovens “para que corram adiante deles” (as
carruagens do rei)
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I Samuel 8.11
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II Samuel 15.1 – “Depois disso, Absalão fez aparelhar para si
um carro e cavalos e cinquenta homens que corressem adiante dele”.
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Faz dos operários seus escravos.
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I Samuel 8.12,17
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II Crâonicas 2.17-18 – “Salomão designou operários para
construir o templo.”
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Colher o melhor dos seus campos e vinhas.
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I Samuel 8.14
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I Reis 21.5-16 – “Jezabel roubou as vinhas de Nabote”.
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O uso da propriedade alheia para ganho pessoal.
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I Samuel 8.14-16
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I Reis 9.10-14 – “Salomão doou 20 cidades para Hirão, rei de
Tiro”.
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A exigência de um décimo da colheita e rebanhos.
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I Samuel 8.15,17
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I Reis 12.1-16 – “Roboão requisitaria uma taxa mais pesada que
Salomão”.
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Essa
mesma Bíblia destaca algumas características do Rei Saul. São elas:
- Israelita
da tribo de Benjamim
- Primeiro
rei de Israel designado por Deus.
- Conhecido
por sua coragem e generosidade com as pessoas.
- Extremamente
alto, com notável aparência física.
- Suas
habilidades de liderança não combinavam com as expectativas criadas por
sua aparência.
- Impulsivo
por natureza tendia a ultrapassar seus limites. Com inveja de Davi, tentou
matá-lo.
- Ele
especificamente desobedeceu a Deus em várias ocasiões.
- Aparentemente
tinha uma boa relação com sua família.
1º Ícone – A Gênese!
Os
dias de hoje são marcados pela tecnologia. Sendo assim, escolhi dividir a vida
de Saul em ícones. À medida que clicarmos em cima de cada ícone iremos nos deparar
com um momento da história de vida de Saul.
O
primeiro ícone chamei de a Gênesis. O inicio de tudo. A Bíblia nos apresenta um
homem bem diferente do inicio para o término de sua caminhada. Saul iniciou
muito bem sua caminhada. Vejamos alguns detalhes que a Bíblia nos narra!
-
Saul iniciou humilde: "Então Saul
respondeu: Por acaso não sou eu benjamita, da menor das tribos de Israel? E a
minha família não é a menor de todas as famílias da tribo de Benjamim? Por que
me falas dessa maneira?" (I Sm. 9.21)
-
Saul iniciou temente a Deus: "Então
Saul disse ao rapaz: Muito bem, vamos, então! E foram à cidade onde o homem de
Deus morava." (I Sm. 9.10)
-
Saul iniciou profetizando - "Quando
Saul virou as costas para separar-se de Samuel, Deus mudou o seu coração; e
todos esses sinais se cumpriram naquele mesmo dia. Quando eles iam chegando ao
monte, um grupo de profetas saiu ao encontro deles; e o Espírito de Deus se
apoderou de Saul, e ele teve manifestações proféticas no meio deles. Quando
viram que ele tinha manifestações proféticas com os profetas, todos os que o
haviam conhecido antes diziam uns aos outros: O que aconteceu com o filho de
Quis? Saul também está entre os profetas? Então um homem dali respondeu: Pois
quem é o pai deles? De modo que isso se tornou em provérbio: Saul também está
entre os profetas?" (I Sm. 10.9-12)
-
Saul iniciou piedoso - "Então o povo
disse a Samuel: Quem são os que diziam: Será que Saul nos governará? Traze
esses homens, para que os matemos. Porém Saul disse: Hoje ninguém será morto,
porque o SENHOR trouxe livramento a Israel neste dia." (I Sm. 11.12-13)
Saul
iniciou bem. Todavia no decorrer da caminhada se perdeu. De forma bem prática é
valido o seguinte questionamento: Você se acha que se perdeu no meio da
caminhada?
2º Ícone – Desobediência:
Esse ícone talvez seja o ícone mais
acessado da história de Saul, a desobediência. Acredito que uma das passagens
Bíblicas mais conhecidas entre os evangélicos seja a repreensão de Samuel a
Saul: “Obedecer é melhor do que sacrificar”. (I Sm.
A desobediência é algo que traz
consigo consequências. É bem verdade que Deus nos perdoa por nossos erros e
deslizes, mas é fato de que as consequências de nossos erros não nos serão
poupados. Alguns exemplos clássicos de desobediência e suas consequências estão
nas páginas da Bíblia. Exemplos: a mentira dos irmãos de José a seu pai em
relação à morte do irmão e toda consequência de culpa e dor a família, o
adultério de Davi e a perda de seu filho, a infidelidade de Israel para com
Deus e o cativeiro Babilônico, a mentira de Ananias e Safira e suas respectivas
mortes, e tantos outros.
Separei pelo menos dois momentos da
vida de Saul que ele desobedeceu veementemente ordens específicas de Deus.
Vejamos abaixo:
“Então Samuel disse a Saul: Agiste
loucamente; não obedeceste ao mandamento que o SENHOR, teu Deus, te ordenou. O
SENHOR teria confirmado o teu reino sobre Israel para sempre; porém agora o teu
reino não subsistirá; o SENHOR já encontrou para si um homem segundo o seu
coração e já o destinou para ser príncipe sobre o seu povo, porque não
obedeceste ao que o SENHOR te ordenou.”(I Sm. 13.13-14)
"Então
Samuel prosseguiu: Embora consideres a ti mesmo pequeno, não foste colocado
como líder das tribos de Israel? O SENHOR te ungiu rei sobre Israel! E o SENHOR
te enviou nessa missão e disse: Vai e destrói totalmente esses pecadores, os
amalequitas; luta contra eles até que sejam exterminados. Por que não
obedeceste ao SENHOR, mas te lançaste sobre o despojo e fizeste o que era mau
diante do SENHOR? Então Saul respondeu a Samuel: Pelo contrário, eu obedeci ao
SENHOR e cumpri a tarefa para a qual ele me enviou. Eu trouxe Agague, rei dos
amalequitas, e destruí por completo os amalequitas; mas o exército tomou
ovelhas e bois do despojo, o melhor do anátema,* para sacrificá-lo ao SENHOR,
teu Deus, em Gilgal. Mas Samuel disse: Por acaso o SENHOR tem tanto prazer em
holocaustos e sacrifícios quanto em que se obedeça à sua voz? Obedecer é melhor
que oferecer sacrifícios, e o atender, melhor que a gordura de carneiros. Pois
a rebelião é como o pecado de adivinhação, e a obstinação, como a maldade da
idolatria. Visto que rejeitaste a palavra do SENHOR, ele também te rejeitou
como rei." (I Sm. 15.17-23)
Ao nos depararmos com esta questão.
Acredito que se existir em nós o mínimo de desejo de agradar ao Senhor. Devemos
parar e realizar uma autoanalise e com sinceridade de coração colocar nossas
vidas no prumo de Deus e então alinharmos aquilo que precisamos alinhar de
acordo com sua vontade.
Separei algumas questões que podem
estar em desobediência à vontade de Deus:
-
Relacionamento com Deus.
-
Dízimos e ofertas.
-
Auxílio ao pobre.
-
Evangelismo e Missões.
-
Impurezas diversas.
-
Vida familiar.
-
Mentiras e trapaças.
3º Ícone – Amargura de Alma.
Esse terceiro e último ícone da vida
de Saul chamei de amargura de alma. A palavra amargura significa: tristeza,
angústia, aflição. Saul ao se afastar do Senhor se tornou uma pessoa amarga.
Tornou-se uma pessoa aflita. Tornou-se um homem desiquilibrado emocionalmente.
Ele abriu o seu coração para
comentários. Ele abriu seu coração para fofocas. Ele deixou que seu coração
fosse inundado de coisas ruins contra Davi. No entanto, Davi o amava. Davi
zelava por sua vida como nenhum outro homem em Israel. Vale lembrar-se
de como poupou sua vida duas vezes.
O inimigo de nossas almas está
sempre ao nosso redor lançando seus dardos inflamados contra nós. Devemos tomar
cuidado com o que ouvimos. Devemos tomar cuidado ao que e a quem damos o nosso
ouvido. Podemos chegar a ficar como Saul. E o pior podemos ficar como Saul para
com Davi. Ficar rancorosos sem motivo algum. Sem que a pessoa tenha nos feita
nada.
Essa pequena história chamada “O
melhor prato do mundo” retrata bem o porquê devemos tomar cuidado com aquilo
que estamos ouvindo.
“Há muitos século havia um rico mercador
grego que tinha um escravo chamado Esopo, do qual se diz que era corcunda e
feio, mas de uma grande sabedoria. O melhor prato do mundo
Certa vez, para provar as qualidades de seu escravo,
o mercador ordenou: – Toma, Esopo, pegue estas moedas, vá ao mercado e
compra lá o que houver de melhor para um banquete. Hoje eu quero comer a melhor
comida do mundo! O melhor prato do mundo
Pouco tempo depois, Esopo voltou do mercado e
colocou sobre a mesa um prato coberto por fino pano de linho. O mercador
levantou o paninho e ficou surpreso: – Ah!! Língua? Eu adoro língua. Nada
como a boa língua que somente os gregos sabem tão bem preparar. Mas por
que escolheste exatamente a língua como a melhor comida do mundo? O
melhor prato do mundo
O escravo explicou sua escolha: – O que há de
melhor do que a língua, senhor? A língua é que nos une a todos, quando falamos.
Sem a língua não poderíamos nos entender. A língua é a chave das ciências, o
órgão da verdade e da razão. Graças à língua é que se constroem as cidades,
graças à língua podemos dizer o nosso amor. A língua é o órgão do carinho, da
ternura, do amor, da compreensão. É a língua que torna eterno os versos dos
grandes poetas, as idéias dos grandes escritores, a filosofia dos nos filósofos.
Com a língua se ensina, se persuade, se instrui, se ora, se explica, se canta,
se descreve, se elogia, se demonstra, se afirma. Com a língua dizemos “mãe”,
“querida” e “Deus”. Com a língua dizemos “sim”. Com a língua dizemos “eu te
amo”! O que pode haver de melhor do que a língua, senhor? O
melhor prato do mundo
O mercador levantou-se entusiasmado: – Muito
bem, Esopo! Realmente tu me trouxeste o que há de melhor.
Uma semana depois, o patrão chamou Esopo, deu-lhes
moedas novamente e disse: – Vai de novo ao mercado e traz o que
há de pior para se comer, mas, desta vez eu quero provar o que há de pior
para comer. Seja lá o que for, insetos, ervas amargas… qualquer coisa.
Algum tempo Esopo voltou do mercado trazendo um
prato coberto por um pano. O mercador recebeu-o com um sorriso: – Hum… o
que há de melhor eu já sei, vejamos agora o que você achou de pior no nosso
mercado.
O mercador descobriu o prato e ficou
indignado: – O quê?! Língua? Língua outra vez? Não disseste que a língua
era o que havia de melhor, Esopo? Que brincadeira é essa?
Esopo, sabiamente, respondeu: – A língua,
senhor, é o que há de pior no mundo. É a fonte de todas as intrigas, o início
de todos os processos, a mãe de todas as discussões. É a língua que separa a
humanidade, que divide os povos. É a língua que usam os maus políticos quando
querem nos enganar com suas falsas promessas. É a língua que usam os vigaristas
quando querem trapacear. A língua é o órgão da mentira, da discórdia, dos
desentendimentos, das guerras, da exploração. É a língua que mente, que
esconde, que engana, que explora, que blasfema, que insulta, que se acovarda,
que mendiga, que xinga, que bajula, que destrói, que calunia, que vende, que
seduz, que corrompe. Com a língua dizemos “morre”, “canalha” e “demônio”. Com a
língua dizemos “não”. Com a língua dizemos “eu te odeio”! Sim, senhor,
completou Esopo, a língua é a pior e a melhor de todas as coisas!
A língua é um mal incontrolável, cheio de veneno mortífero. Com a língua
bendizemos o Senhor e Pai e com ela amaldiçoamos os homens, feitos à semelhança
de Deus (Tiago 3).”
O rei Saul foi
envenenado por palavras que ouviu. Essas palavras se instauraram em seu
coração. Essas palavras criaram raízes de amargura em sua alma. Isso o fez
tornar um homem perverso. Isso o fez tornar um homem agressivo, invejoso e sem
nenhum tipo de sabedoria.
Seu fim foi trágico.
Acabou sozinho. Terminou sua vida bem diferente da forma ao qual começou. Seus
últimos dias foram recheados de coisas ruins. Até mesmo feiticeira foi procurar
por estar tão distante do Senhor. É bem dito pela Palavra de Deus. Um abismo
puxa outro abismo.
Conclusão:
O que eu e você
aprendemos com o rei Saul hoje? Se eu e você levarmos estes três pequenos
ícones em nossa mente e coração e lembrar-nos deles para não cometermos os
mesmos erros de Saul acredito que minha missão de hoje estará cumprida. O primeiro ícone a Gênese fala sobre o
inicio. Não devemos só iniciar. Devemos permanecer. A vida cristã é uma
constante. Não podemos incorrer no erro de sermos achados como aquela igreja em
que Jesus se referiu a ela dizendo ter ela perdido seu primeiro amor.
O segundo ícone é a
obediência. Devemos nutrir em nosso coração o desejo ardente de sermos fieis ao
Senhor nosso Deus. O terceiro e último ícone é o da amargura de alma. Devemos
cuidar para não emprestarmos nossos ouvidos, nossas emoções, nossos
sentimentos, nossa alma para ser plantio de sementes venosas do inimigo de
nossas almas. Isso me faz lembrar o conselho de Paulo a Timóteo: “Cuida de ti
mesmo”.
Que o Senhor nos ajude a
não chegarmos ao final de nossa caminhada como Saul. Que Ele nos permita chegar
ao final da caminhada como Paulo. Sabendo em quem cremos e sabendo que a nossa
coroa está preparada para nos ser entregue pela mão do nosso Senhor!
Deus te abençoe
abundantemente em nome de Jesus, nosso Senhor e Salvador!
Abraços fraternos de seu
pastor:
Roberto Meireles.
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