sábado, 24 de setembro de 2016

O Conto dos três reis - A história de Saul

Rio de Janeiro, 11 de setembro de 2016.

Tema da Mensagem: “A história de Saul”

Série de Mensagens – O conto dos três reis

Texto base – I Samuel 9.1-2



Introdução:
            O desejo de partilhar com os irmãos esta nova série de mensagens surgiu de uma releitura dos livros de Samuel que fiz junto aos nossos jovens. Eu os desafiei a lerem comigo os dois livros e compartilharmos o que Deus falara aos nossos corações durante essa jornada.
            A inspiração para o nome da série surgiu enquanto assistia Harry Potter ao lado de minha família. A série épica tem em um dos episódios uma história contada chamada: “O conto dos três irmãos”. Quando estava assistindo, e no meu coração estava latente o livro com a história dos três primeiros reis de Israel. Foi então que jungi a história com o conto. Então surgiu: “O conto dos três reis”.
            Os três primeiros reis de Israel juntos reinaram aproximadamente cento e vinte anos. Quarenta anos cada um deles. Duas dinastias. A primeira dinastia com Saul. A segunda com Davi e seu filho Salomão.
            A metodologia que iremos usar para extrairmos as pepitas que a Palavra de Deus tem a nos oferecer será realizar uma breve biografia com a história de cada um deles. Apontado seus pontos fortes, pontos fracos, sucessos, fracassos, e outras particularidades de cada um deles.
            O primeiro deles a estudarmos será o grande rei Saul. Este aparece na história de Israel em um momento em que o povo se virá para o respeitado profeta Samuel e lhes diz que ele pedisse que Deus lhes desse o rei. A justificativa do povo se deu pelo fato de Samuel já ser avançado de idade e seus filhos não seguirem seus caminhos. Naquele momento histórico Samuel era juiz em Israel.
            Todavia Samuel adverte ao povo os perigos de ter um rei. A Bíblia de Estudo de Aplicação Pessoal fez o seguinte esquema com advertência de Samuel ao povo:
Problemas Advertidos por Samuel:
Referência Bíblica
Realização:
A recrutação de jovens para o exército.
I Samuel 8.11-12
I Samuel 14.52 – “Por todos os dias de Saul, houve forte guerra contra os filisteus, pelo que Saul, a todos os homens fortes e valentes que via, os agregava a si”.
O papel dos jovens “para que corram adiante deles” (as carruagens do rei)
I Samuel 8.11
II Samuel 15.1 – “Depois disso, Absalão fez aparelhar para si um carro e cavalos e cinquenta homens que corressem adiante dele”.
Faz dos operários seus escravos.
I Samuel 8.12,17
II Crâonicas 2.17-18 – “Salomão designou operários para construir o templo.”
Colher o melhor dos seus campos e vinhas.
I Samuel 8.14
I Reis 21.5-16 – “Jezabel roubou as vinhas de Nabote”.
O uso da propriedade alheia para ganho pessoal.
I Samuel 8.14-16
I Reis 9.10-14 – “Salomão doou 20 cidades para Hirão, rei de Tiro”.
A exigência de um décimo da colheita e rebanhos.
I Samuel 8.15,17
I Reis 12.1-16 – “Roboão requisitaria uma taxa mais pesada que Salomão”.


            Essa mesma Bíblia destaca algumas características do Rei Saul. São elas:
  • Israelita da tribo de Benjamim
  • Primeiro rei de Israel designado por Deus.
  • Conhecido por sua coragem e generosidade com as pessoas.
  • Extremamente alto, com notável aparência física.
  • Suas habilidades de liderança não combinavam com as expectativas criadas por sua aparência.
  • Impulsivo por natureza tendia a ultrapassar seus limites. Com inveja de Davi, tentou matá-lo.
  • Ele especificamente desobedeceu a Deus em várias ocasiões.
  • Aparentemente tinha uma boa relação com sua família.
1º Ícone – A Gênese!
Os dias de hoje são marcados pela tecnologia. Sendo assim, escolhi dividir a vida de Saul em ícones. À medida que clicarmos em cima de cada ícone iremos nos deparar com um momento da história de vida de Saul. 
O primeiro ícone chamei de a Gênesis. O inicio de tudo. A Bíblia nos apresenta um homem bem diferente do inicio para o término de sua caminhada. Saul iniciou muito bem sua caminhada. Vejamos alguns detalhes que a Bíblia nos narra!
- Saul iniciou humilde: "Então Saul respondeu: Por acaso não sou eu benjamita, da menor das tribos de Israel? E a minha família não é a menor de todas as famílias da tribo de Benjamim? Por que me falas dessa maneira?" (I Sm. 9.21)
- Saul iniciou temente a Deus: "Então Saul disse ao rapaz: Muito bem, vamos, então! E foram à cidade onde o homem de Deus morava." (I Sm. 9.10)
- Saul iniciou profetizando - "Quando Saul virou as costas para separar-se de Samuel, Deus mudou o seu coração; e todos esses sinais se cumpriram naquele mesmo dia. Quando eles iam chegando ao monte, um grupo de profetas saiu ao encontro deles; e o Espírito de Deus se apoderou de Saul, e ele teve manifestações proféticas no meio deles. Quando viram que ele tinha manifestações proféticas com os profetas, todos os que o haviam conhecido antes diziam uns aos outros: O que aconteceu com o filho de Quis? Saul também está entre os profetas? Então um homem dali respondeu: Pois quem é o pai deles? De modo que isso se tornou em provérbio: Saul também está entre os profetas?" (I Sm. 10.9-12)
- Saul iniciou piedoso - "Então o povo disse a Samuel: Quem são os que diziam: Será que Saul nos governará? Traze esses homens, para que os matemos. Porém Saul disse: Hoje ninguém será morto, porque o SENHOR trouxe livramento a Israel neste dia." (I Sm. 11.12-13)
Saul iniciou bem. Todavia no decorrer da caminhada se perdeu. De forma bem prática é valido o seguinte questionamento: Você se acha que se perdeu no meio da caminhada?
2º Ícone – Desobediência:
            Esse ícone talvez seja o ícone mais acessado da história de Saul, a desobediência. Acredito que uma das passagens Bíblicas mais conhecidas entre os evangélicos seja a repreensão de Samuel a Saul: “Obedecer é melhor do que sacrificar”. (I Sm.
            A desobediência é algo que traz consigo consequências. É bem verdade que Deus nos perdoa por nossos erros e deslizes, mas é fato de que as consequências de nossos erros não nos serão poupados. Alguns exemplos clássicos de desobediência e suas consequências estão nas páginas da Bíblia. Exemplos: a mentira dos irmãos de José a seu pai em relação à morte do irmão e toda consequência de culpa e dor a família, o adultério de Davi e a perda de seu filho, a infidelidade de Israel para com Deus e o cativeiro Babilônico, a mentira de Ananias e Safira e suas respectivas mortes, e tantos outros.
            Separei pelo menos dois momentos da vida de Saul que ele desobedeceu veementemente ordens específicas de Deus. Vejamos abaixo:
“Então Samuel disse a Saul: Agiste loucamente; não obedeceste ao mandamento que o SENHOR, teu Deus, te ordenou. O SENHOR teria confirmado o teu reino sobre Israel para sempre; porém agora o teu reino não subsistirá; o SENHOR já encontrou para si um homem segundo o seu coração e já o destinou para ser príncipe sobre o seu povo, porque não obedeceste ao que o SENHOR te ordenou.”(I Sm. 13.13-14)
"Então Samuel prosseguiu: Embora consideres a ti mesmo pequeno, não foste colocado como líder das tribos de Israel? O SENHOR te ungiu rei sobre Israel! E o SENHOR te enviou nessa missão e disse: Vai e destrói totalmente esses pecadores, os amalequitas; luta contra eles até que sejam exterminados. Por que não obedeceste ao SENHOR, mas te lançaste sobre o despojo e fizeste o que era mau diante do SENHOR? Então Saul respondeu a Samuel: Pelo contrário, eu obedeci ao SENHOR e cumpri a tarefa para a qual ele me enviou. Eu trouxe Agague, rei dos amalequitas, e destruí por completo os amalequitas; mas o exército tomou ovelhas e bois do despojo, o melhor do anátema,* para sacrificá-lo ao SENHOR, teu Deus, em Gilgal. Mas Samuel disse: Por acaso o SENHOR tem tanto prazer em holocaustos e sacrifícios quanto em que se obedeça à sua voz? Obedecer é melhor que oferecer sacrifícios, e o atender, melhor que a gordura de carneiros. Pois a rebelião é como o pecado de adivinhação, e a obstinação, como a maldade da idolatria. Visto que rejeitaste a palavra do SENHOR, ele também te rejeitou como rei." (I Sm. 15.17-23)
            Ao nos depararmos com esta questão. Acredito que se existir em nós o mínimo de desejo de agradar ao Senhor. Devemos parar e realizar uma autoanalise e com sinceridade de coração colocar nossas vidas no prumo de Deus e então alinharmos aquilo que precisamos alinhar de acordo com sua vontade.
            Separei algumas questões que podem estar em desobediência à vontade de Deus:
- Relacionamento com Deus.
- Dízimos e ofertas.
- Auxílio ao pobre.
- Evangelismo e Missões.
- Impurezas diversas.
- Vida familiar.
- Mentiras e trapaças.
3º Ícone – Amargura de Alma.
            Esse terceiro e último ícone da vida de Saul chamei de amargura de alma. A palavra amargura significa: tristeza, angústia, aflição. Saul ao se afastar do Senhor se tornou uma pessoa amarga. Tornou-se uma pessoa aflita. Tornou-se um homem desiquilibrado emocionalmente.
            Ele abriu o seu coração para comentários. Ele abriu seu coração para fofocas. Ele deixou que seu coração fosse inundado de coisas ruins contra Davi. No entanto, Davi o amava. Davi zelava por sua vida como nenhum outro homem em Israel. Vale lembrar-se de como poupou sua vida duas vezes.
            O inimigo de nossas almas está sempre ao nosso redor lançando seus dardos inflamados contra nós. Devemos tomar cuidado com o que ouvimos. Devemos tomar cuidado ao que e a quem damos o nosso ouvido. Podemos chegar a ficar como Saul. E o pior podemos ficar como Saul para com Davi. Ficar rancorosos sem motivo algum. Sem que a pessoa tenha nos feita nada.
            Essa pequena história chamada “O melhor prato do mundo” retrata bem o porquê devemos tomar cuidado com aquilo que estamos ouvindo.
            “Há muitos século havia um rico mercador grego que tinha um escravo chamado Esopo, do qual se diz que era corcunda e feio, mas de uma grande sabedoria. O melhor prato do mundo
Certa vez, para provar as qualidades de seu escravo, o mercador ordenou: – Toma, Esopo, pegue estas moedas, vá ao mercado e compra lá o que houver de melhor para um banquete. Hoje eu quero comer a melhor comida do mundo! O melhor prato do mundo
Pouco tempo depois, Esopo voltou do mercado e colocou sobre a mesa um prato coberto por fino pano de linho. O mercador levantou o paninho e ficou surpreso: – Ah!! Língua? Eu adoro língua. Nada como a boa língua que somente os gregos sabem tão bem preparar. Mas por que escolheste exatamente a língua como a melhor comida do mundo? O melhor prato do mundo
O escravo explicou sua escolha: – O que há de melhor do que a língua, senhor? A língua é que nos une a todos, quando falamos. Sem a língua não poderíamos nos entender. A língua é a chave das ciências, o órgão da verdade e da razão. Graças à língua é que se constroem as cidades, graças à língua podemos dizer o nosso amor. A língua é o órgão do carinho, da ternura, do amor, da compreensão. É a língua que torna eterno os versos dos grandes poetas, as idéias dos grandes escritores, a filosofia dos nos filósofos. Com a língua se ensina, se persuade, se instrui, se ora, se explica, se canta, se descreve, se elogia, se demonstra, se afirma. Com a língua dizemos “mãe”, “querida” e “Deus”. Com a língua dizemos “sim”. Com a língua dizemos “eu te amo”! O que pode haver de melhor do que a língua, senhor? O melhor prato do mundo
O mercador levantou-se entusiasmado: – Muito bem, Esopo! Realmente tu me trouxeste o que há de melhor.
Uma semana depois, o patrão chamou Esopo, deu-lhes moedas novamente e disse:  – Vai de novo ao mercado e traz o que há de pior para se comer, mas, desta vez eu quero provar o que há de pior para comer. Seja lá o que for, insetos, ervas amargas… qualquer coisa.
Algum tempo Esopo voltou do mercado trazendo um prato coberto por um pano. O mercador recebeu-o com um sorriso: – Hum… o que há de melhor eu já sei, vejamos agora o que você achou de pior no nosso mercado.
O mercador descobriu o prato e ficou indignado: – O quê?! Língua? Língua outra vez? Não disseste que a língua era o que havia de melhor, Esopo? Que brincadeira é essa?
Esopo, sabiamente, respondeu: – A língua, senhor, é o que há de pior no mundo. É a fonte de todas as intrigas, o início de todos os processos, a mãe de todas as discussões. É a língua que separa a humanidade, que divide os povos. É a língua que usam os maus políticos quando querem nos enganar com suas falsas promessas. É a língua que usam os vigaristas quando querem trapacear. A língua é o órgão da mentira, da discórdia, dos desentendimentos, das guerras, da exploração. É a língua que mente, que esconde, que engana, que explora, que blasfema, que insulta, que se acovarda, que mendiga, que xinga, que bajula, que destrói, que calunia, que vende, que seduz, que corrompe. Com a língua dizemos “morre”, “canalha” e “demônio”. Com a língua dizemos “não”. Com a língua dizemos “eu te odeio”! Sim, senhor, completou Esopo, a língua é a pior e a melhor de todas as coisas!
A língua é um mal incontrolável, cheio de veneno mortífero. Com a língua bendizemos o Senhor e Pai e com ela amaldiçoamos os homens, feitos à semelhança de Deus (Tiago 3).”
            O rei Saul foi envenenado por palavras que ouviu. Essas palavras se instauraram em seu coração. Essas palavras criaram raízes de amargura em sua alma. Isso o fez tornar um homem perverso. Isso o fez tornar um homem agressivo, invejoso e sem nenhum tipo de sabedoria.
            Seu fim foi trágico. Acabou sozinho. Terminou sua vida bem diferente da forma ao qual começou. Seus últimos dias foram recheados de coisas ruins. Até mesmo feiticeira foi procurar por estar tão distante do Senhor. É bem dito pela Palavra de Deus. Um abismo puxa outro abismo.

Conclusão:
            O que eu e você aprendemos com o rei Saul hoje? Se eu e você levarmos estes três pequenos ícones em nossa mente e coração e lembrar-nos deles para não cometermos os mesmos erros de Saul acredito que minha missão de hoje estará cumprida.  O primeiro ícone a Gênese fala sobre o inicio. Não devemos só iniciar. Devemos permanecer. A vida cristã é uma constante. Não podemos incorrer no erro de sermos achados como aquela igreja em que Jesus se referiu a ela dizendo ter ela perdido seu primeiro amor.
            O segundo ícone é a obediência. Devemos nutrir em nosso coração o desejo ardente de sermos fieis ao Senhor nosso Deus. O terceiro e último ícone é o da amargura de alma. Devemos cuidar para não emprestarmos nossos ouvidos, nossas emoções, nossos sentimentos, nossa alma para ser plantio de sementes venosas do inimigo de nossas almas. Isso me faz lembrar o conselho de Paulo a Timóteo: “Cuida de ti mesmo”.
            Que o Senhor nos ajude a não chegarmos ao final de nossa caminhada como Saul. Que Ele nos permita chegar ao final da caminhada como Paulo. Sabendo em quem cremos e sabendo que a nossa coroa está preparada para nos ser entregue pela mão do nosso Senhor!
            Deus te abençoe abundantemente em nome de Jesus, nosso Senhor e Salvador!
            Abraços fraternos de seu pastor:
Roberto Meireles.




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