Rio de janeiro, 03 de junho de 2018.
Série de Mensagens – Discípulo Radical
Tema da Mensagem – Aprendendo sobre oração!
Texto Base – Mateus 5.6-
Introdução:
Acredito
que primeiramente precisaremos conceituar o termo discípulo radical. Discípulo
é aquele que aprende de alguém, ou com alguém. A palavra grega utilizada nos
quatro evangelhos nos dá essa conotação. E a palavra radical significa aquele
ou algo que possui uma raiz. Jungindo as duas palavras aquele aluno ou aprendiz
com raiz. Nós precisamos ser discípulos de Jesus e precisamos estar erradicados
em sua bendita Palavra.
A cultura
onde o Senhor Jesus se desenvolveu dava uma grande ênfase a oração. Barclay
chega a comentar que talvez nenhuma outra religião no mundo enfatizou tanto a
oração quanto o judaísmo. A oração era um hábito diário cultivado pelo povo
judeu. Existia um ditado antigo rabínico que dizia: “Aquele que ora em sua
casa, é rodeado por um muro que é mais forte que o ferro”.
Todavia,
devido há algumas más interpretações acabaram se introduzindo no dia a dia do
povo alguns pensamentos e conceitos acerca da oração que eram contrários a
proposta de oração dada ao Senhor para o povo. Vale destacar algumas delas.
Oração não é uma
fórmula mágica:
O povo
judeu tinha duas orações que eram praticadas de forma diária e durante algumas vezes
no transcorrer do dia. Essas duas orações eram o “Shema” e a outra era o “Shemoneh
‘ereh”. O passar dos anos os judeus deixaram de realizarem essas instruções de
oração e passaram a recitá-las como apenas meras repetições e não deixavam de
fazer o que estavam realizando, dando o entendimento que simplesmente queriam
cumprir uma obrigação religiosa.
Não podemos
incorrer no mesmo erro. Jesus nos ensinou exatamente isso. A oração não é o
repetir de palavras mágicas que mexem com o coração e as mãos de Deus a nosso
favor. Pelo contrário, a oração é um diálogo. A oração é uma conversa. E sua
intenção é mudar a nós e não o Senhor acerca de alguma coisa.
Orações específicas
para algum momento da vida:
Os judeus possuíam
orações para todos os momentos da vida. Eles tinham orações para antes e depois
de uma refeição. Eles tinham oração para as festas, para os funerais, para as
celebrações sociais, etc.
Obviamente
que eles possuíam um desejo de deixar registado suas orações pela forma
metódica e meticulosa que gostavam de agir. Todavia, essa formalidade acabou
gerando um formalismo vazio. Começaram a realizarem as suas orações sem de fato
desfrutarem das falas como forma de relacionamento com o Senhor.
Orações em horas
específicas:
Todo judeu possuía
obrigações em orar nas chamadas horas: terceira, sexta e nona (nove, doze e
três). Dentro destes horários, independente do que estavam fazendo e onde
estavam, eles separavam-se e oravam ao Senhor. Porém, o passar dos anos fez com
que estas orações neste horário específico caíssem no mesmo erro, mera
formalidade. Nós cristãos precisamos tomar cuidados com certas horas
específicas que separamos para nos dedicar a oração. Para que não vire meras
repetições vazias em horários específicos.
Orações em lugares específicos:
Os judeus
desenvolveram um costume de irem orar no templo e nas sinagogas pois seus
líderes religiosos começaram a divulgar e a ensinar a ideia de que nestes
lugares específicos o Senhor os ouvia de uma forma mais especial do que se
estivessem em outro lugar.
Nos nossos
dias esses ensinamentos perduram principalmente pela turma que ensina que o
lugar de reunião dos cristãos é a casa de Deus. E também pelos irmãos
pentecostais que ensinam que o monte é o lugar sagrado para oração. Precisamos
entender que não há um lugar especial para orarmos. O lugar especial para
orarmos é o altar do nosso coração derramado diante do Senhor em quebrantamento
diante da sua majestosa e magnífica presença.
Orações longas:
Outro
ensinamento que estava presente na cultura judaica era acerca das longas
orações. Muitos rabinos ensinavam que por muito falar, a insistência era
abençoada por Deus. Essa ideia perdura até mesmo na história da igreja. Barclay
conta que na Escócia durante o avivamento do século XVIII se lia a Bíblia
versículo por versículo e depois o pregador ensinava por mais longas horas.
Não podemos
confundir o propósito da oração. Como anteriormente já fora dito por aqui mesmo
neste pequeno texto. Nossas orações não é um meio pelo qual nos servirá de
alavanca para mexer a mão ou o coração de Deus a nosso favor. A oração é o meio
pelo qual nos relacionamos com o Senhor. O meio pelo qual somos transformados
pelo derramar do coração d’Ele em nosso coração, com o derramar da vida d’Ele
em nossas vidas.
Orações para sermos
vistos pelos homens:
A oração
não é uma ferramenta para parecermos mais espirituais do que outros
cristãos. A oração não é um meio pelo
qual nos fará desfrutar de uma posição mais elevada de espiritualidade que
nossos irmãos. A oração muito pelo contrário deve haver contrição e
arrependimento. Pois somos ávidos a fazer o que é mau. E ao orarmos ao Senhor
recebemos de sua graça para nos mantermos puro e limpos em sua presença.
Conclusão:
Duas esposas de pastor estavam
sentadas, uma ao lado da outra, cada uma remendando a calça rasgada de seu
marido.
Uma
delas falou à amiga:
–
Pobre do João, ele está muito desencorajado no trabalho da igreja. Há alguns
dias ele falou até em renunciar e entregar seu cargo. Parece que nada vai bem e
tudo dá errado para ele.
A outra respondeu:
– Lamento por vocês. O
meu marido tem dito exatamente o contrário. Tem sentido cada dia mais
intimidade com Deus, como nunca havia experimentado antes.
Um pesado silêncio
atingiu aquelas duas mulheres, que continuaram com os remendos, sem trocar mais
nenhuma palavra.
Uma delas estava remendando os joelhos da calça
de seu marido e a outra, a parte de trás.
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