quinta-feira, 27 de junho de 2024

18º AULA – DEBAIXO DE MALDIÇÃO!

 


Projeto – “De bem com a Bíblia” – junho de 2024

Professor – Roberto da Silva Meireles Rodrigues

Livro – Gálatas.

18º AULA – DEBAIXO DE MALDIÇÃO!

“Pois todos os que são das obras da lei estão debaixo de maldição. Porque está escrito: Maldito todo aquele que não permanece na prática de todas as coisas escritas no livro da lei. É evidente que ninguém é justificado diante de Deus pela lei, porque: O justo viverá pela fé. A lei não vem da fé, ao contrário: o que fizer estas coisas terá vida por meio delas.” (Gálatas 3:10-12)”

            Como é precioso podermos desfrutar da rica oportunidade de examinarmos as Escrituras de forma minuciosa. Observaremos nesta perícope um contraste exposto pelo apóstolo entre a salvação pela fé e a tentativa de salvação pelas obras da Lei. Paulo irá fazer esse contraste utilizando as Escrituras Sagradas.

            O primeiro texto que ele usa está localizado em Deuteronômio 27.26: “Maldito aquele que não confirmar as palavras desta lei, para as cumprir. E todo povo dirá: Amém.” O segundo texto está localizado em Habacuque 2.4: “Vede arrogante! A sua alma não é correta; mas o justo viverá por sua fé.”

“Contudo, apesar desses aspectos comuns, as duas declarações descrevem uma estrada diferente para a vida. A primeira promete vida ao crente, a segunda ao praticante. A primeira faz da fé o caminho da salvação; a segunda, das obras. A primeira diz que só Deus pode justificar (porque toda a função da fé é confiar em Deus para fazer a obra); a segunda dá a entender que temos de nos arranjar sozinhos. Estas são as duas alternativas. Qual é a verdadeira? O homem é justificado pela fé ou pelas obras? Recebemos vida eterna crendo ou fazendo? A salvação é totalmente e tão somente pela livre graça de Deus em Jesus Cristo, ou temos de dar uma mão? E por que a Bíblia parece aqui confundir o assunto e ensinar as duas coisas. Quando elas parecem ser contraditórias?”[1]

 

            O apóstolo irá combater o ensino dos falsos mestres judaizantes usando a própria Escritura Sagrada. Paulo explica que aquele que deseja justificar-se pelas obras terá que conscientizar-se que deverá guardar e praticar toda lei de Deus e não somente uma coisa específica, como por exemplo, a circuncisão. Era do conhecimento de todos que nenhuma pessoa foi capaz de ser perfeito no cumprimento de toda lei, com a exceção de Jesus.

            Sendo assim, já que ninguém pode cumprir toda lei de Deus, ninguém é capaz de alcançar justificação mediante ao cumprimento da lei, muito pelo contrário, como o texto utilizado pelo apóstolo expressa essa pessoa que tenta justificar-se com a lei e não a cumpre está debaixo de maldição.

            A palavra maldição para nós hoje parece um tanto quanto pesada, mas o contexto é em relação a transgressão da lei, ou seja, vale lembrar que o salário do pecado é a morte. (Rm 6.23) A lei serve exatamente para revelar ao pecador a sua transgressão. Então, fica claro que a questão está vinculada a justiça de Deus e não ao amor de Deus, como poderiam argumentar algumas pessoas em nossos dias: “acerca do absurdo de um Deus amaldiçoar uma pessoa”.

             É preciso lembrar a alternativa do segundo versículo onde o apóstolo usa o profeta Habacuque para expressar a justificação pela fé. A alternativa da fé conjuga a expressão dos dois atributos de Deus na cruz do Calvário.

Jesus ao morrer na cruz como sacrifício pelo pecado da humanidade satisfez a justiça de Deus e manifestou o amor de Deus a toda a humanidade. O Eterno deseja que todas as pessoas em todos os tempos cheguem ao conhecimento da verdade (1Tm 2.4), isto é, O Senhor deseja que toda humanidade se arrependa de seus pecados e volte seu olhar para Jesus e deposite sua fé e esperança em sua pessoa, reconhecendo-o como Senhor e Salvador de suas vidas, tornando-se assim justificado diante de Deus mediante ao sacrifício de Jesus.

            “Por isso é que nenhum homem pode ser justificado diante de Deus pelas obras da lei. É verdadeiro o axioma de que “aquele que observar os seus preceitos, por eles viverá” (versículo 12). Mas ninguém jamais os observou. Considerando que todos falharam em guardar a lei (exceto Jesus), Paulo teve de escrever dizendo que “todos quantos, pois, são das obras da lei, estão debaixo de maldição” (versículo 10). A terrível função da lei é condenar, não justificar. Podemos nos esforçar e lutar para guardar a lei, e fazer boas obras na comunidade da igreja; mas nada disso pode nos livrar da maldição que repousa sobre aquele que transgredi a lei. Assim, esta primeira estrada, que supostamente leva a Deus, não tem saída. Não há justificação nem vida nesse caminho, mas apenas trevas e morte. Não podemos deixar de concluir, como Paulo: E é evidente que pela lei ninguém é justificado diante de Deus (versículo 11a).”[2]

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

BIBLIOGRAFIA:

AGOSTINHO, Santo, Bispo de Hipona. A Graça (II) / Santo Agostinho. São Paulo: Paulus, 1999.

CALVINO, João. Gálatas. São José dos Campos, SP: Editora Fiel. 2007

CARSON, D. A. / MOO, Douglas J. / MORRIS, Leon. Introdução ao Novo Testamento. São Paulo, SP: Vida Nova, 1997.

GARDNER, Paul. Quem é quem na Bíblia Sagrada. São Paulo: Editora Vida, 2005.

GUTHRIE, Donald. Introdução e comentário de Gálatas. São Paulo, SP: Vida Nova, 1984.

HALE, Broadus David. Introdução ao estudo do Novo Testamento; São Paulo, SP: Hagnos, 2001.

HALLEY, Henry Hamptom. Manual Bíblico de Haley. São Paulo: Editora Vida, 2001.

HENDRIKSEN, William. Comentário do Novo Testamento – Gálatas. São Paulo, SP: Cultura Cristã, 2019.

KELLER, Timothy. Gálatas o valor inestimável do evangelho. São Paulo: Vida Nova, 2015.

KELLER, Timothy. Gálatas para você. São Paulo: Vida Nova, 2015.

LADD, George Eldon. Teologia do Novo Testamento. São Paulo: Hagnos, 2003.

LOPES, Hernandes Dias. Gálatas: A carta da liberdade cristã. São Paulo, SP: Hagnos, 2011.

LUTERO, Martinho. Martinho Lutero: obras selecionadas, v.10 – Interpretação do Novo Testamento – Gálatas – Tito. São Leopoldo: Sinodal, Canoas: ULBRA, Porto Alegre: Concórdia, 2008.

MacARTHUR, John. Comentário Bíblico MacArthur: desvendando a verdade de Deus, versículo a versículo. Rio de Janeiro: Thomas Nelson Brasil, 2019.

MacGRATH, Alister. Teologia para amadores. São Paulo: Mundo Cristão, 2008.

NICODEMUS, Augustus. Livrem em Cristo – A mensagem de Gálatas para a igreja de hoje. São Paulo, SP: Vida Nova, 2016.

POHL, Adolf. Carta aos Gálatas: Comentário Esperança. Curitiba, PR: Editora Evangélica Esperança, 1999.

STOTT, John R.W. A mensagem de Gálatas: somente um caminho. São Paulo: ABU Editora, 2007.

WRIGHT, N.T. Gálatas: comentário para a formação cristã. Rio de Janeiro: Thomas Nelson, 2023.

 

 

 



[1] STOTT, John R.W. A mensagem de Gálatas: somente um caminho. São Paulo: ABU Editora, 2007, pg. 73.

[2] STOTT, John R.W. A mensagem de Gálatas: somente um caminho. São Paulo: ABU Editora, 2007, pg.75.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

A Oração de Manoá - Juízes 13.8

  Rio de Janeiro, 07 de agosto de 2025. Oásis da Família Tema da Mensagem – A Oração de Manoá Texto Base – Juízes 13.8 Introdução: ...