Projeto – “De bem com a Bíblia” – junho de 2024
Professor
– Roberto da Silva Meireles Rodrigues
Livro
– Gálatas.
18º AULA – DEBAIXO DE MALDIÇÃO!
“Pois todos os que são
das obras da lei estão debaixo de maldição. Porque está escrito: Maldito todo
aquele que não permanece na prática de todas as coisas escritas no livro da
lei. É evidente que ninguém é justificado diante de Deus pela lei, porque: O justo
viverá pela fé. A lei não vem da fé, ao contrário: o que fizer estas coisas
terá vida por meio delas.” (Gálatas 3:10-12)”
Como
é precioso podermos desfrutar da rica oportunidade de examinarmos as Escrituras
de forma minuciosa. Observaremos nesta perícope um contraste exposto pelo
apóstolo entre a salvação pela fé e a tentativa de salvação pelas obras da Lei.
Paulo irá fazer esse contraste utilizando as Escrituras Sagradas.
O
primeiro texto que ele usa está localizado em Deuteronômio 27.26: “Maldito
aquele que não confirmar as palavras desta lei, para as cumprir. E todo povo
dirá: Amém.” O segundo texto está localizado em Habacuque 2.4: “Vede arrogante!
A sua alma não é correta; mas o justo viverá por sua fé.”
“Contudo, apesar desses aspectos comuns, as duas
declarações descrevem uma estrada diferente para a vida. A primeira promete
vida ao crente, a segunda ao praticante. A primeira faz da fé o caminho da
salvação; a segunda, das obras. A primeira diz que só Deus pode justificar (porque
toda a função da fé é confiar em Deus para fazer a obra); a segunda dá a
entender que temos de nos arranjar sozinhos. Estas são as duas alternativas.
Qual é a verdadeira? O homem é justificado pela fé ou pelas obras? Recebemos
vida eterna crendo ou fazendo? A salvação é totalmente e tão somente pela livre
graça de Deus em Jesus Cristo, ou temos de dar uma mão? E por que a Bíblia
parece aqui confundir o assunto e ensinar as duas coisas. Quando elas parecem
ser contraditórias?”[1]
O
apóstolo irá combater o ensino dos falsos mestres judaizantes usando a própria
Escritura Sagrada. Paulo explica que aquele que deseja justificar-se pelas
obras terá que conscientizar-se que deverá guardar e praticar toda lei de Deus
e não somente uma coisa específica, como por exemplo, a circuncisão. Era do
conhecimento de todos que nenhuma pessoa foi capaz de ser perfeito no
cumprimento de toda lei, com a exceção de Jesus.
Sendo
assim, já que ninguém pode cumprir toda lei de Deus, ninguém é capaz de
alcançar justificação mediante ao cumprimento da lei, muito pelo contrário,
como o texto utilizado pelo apóstolo expressa essa pessoa que tenta
justificar-se com a lei e não a cumpre está debaixo de maldição.
A
palavra maldição para nós hoje parece um tanto quanto pesada, mas o contexto é
em relação a transgressão da lei, ou seja, vale lembrar que o salário do pecado
é a morte. (Rm 6.23) A lei serve exatamente para revelar ao pecador a sua
transgressão. Então, fica claro que a questão está vinculada a justiça de Deus
e não ao amor de Deus, como poderiam argumentar algumas pessoas em nossos dias:
“acerca do absurdo de um Deus amaldiçoar uma pessoa”.
É preciso lembrar a alternativa do segundo
versículo onde o apóstolo usa o profeta Habacuque para expressar a justificação
pela fé. A alternativa da fé conjuga a expressão dos dois atributos de Deus na
cruz do Calvário.
Jesus ao morrer na cruz como sacrifício pelo pecado
da humanidade satisfez a justiça de Deus e manifestou o amor de Deus a toda a
humanidade. O Eterno deseja que todas as pessoas em todos os tempos cheguem ao
conhecimento da verdade (1Tm 2.4), isto é, O Senhor deseja que toda humanidade se
arrependa de seus pecados e volte seu olhar para Jesus e deposite sua fé e
esperança em sua pessoa, reconhecendo-o como Senhor e Salvador de suas vidas,
tornando-se assim justificado diante de Deus mediante ao sacrifício de Jesus.
“Por
isso é que nenhum homem pode ser justificado diante de Deus pelas obras da lei.
É verdadeiro o axioma de que “aquele que observar os seus preceitos, por eles
viverá” (versículo 12). Mas ninguém jamais os observou. Considerando que todos
falharam em guardar a lei (exceto Jesus), Paulo teve de escrever dizendo que “todos
quantos, pois, são das obras da lei, estão debaixo de maldição” (versículo 10).
A terrível função da lei é condenar, não justificar. Podemos nos esforçar e
lutar para guardar a lei, e fazer boas obras na comunidade da igreja; mas nada
disso pode nos livrar da maldição que repousa sobre aquele que transgredi a
lei. Assim, esta primeira estrada, que supostamente leva a Deus, não tem saída.
Não há justificação nem vida nesse caminho, mas apenas trevas e morte. Não
podemos deixar de concluir, como Paulo: E é evidente que pela lei ninguém é
justificado diante de Deus (versículo 11a).”[2]
BIBLIOGRAFIA:
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