terça-feira, 28 de outubro de 2008

A teologia do jumentinho.

Rio 23/10/2008

A teologia do jumentinho.



Uma narrativa bíblica me traz grande desconforto. Incomodo no que tange a minha pessoa como servo de Jesus o Cristo, esta narrativa se encontra em Marcos 11:1-11, onde o evangelista fala sobre a famosa entrada triunfal de Jesus em Jerusalém. Naquele contexto histórico, aparece um jumentinho, sim um simples jumentinho. Jumentinho este que teve o privilégio de carregar o Rei do Universo. Com a figura deste acéfalo traço um paralelo com a minha pessoa. Gostaria de abrir um pouco meu coração neste momento, e fazer algo que não é comum no meio gospel.
Ø O jumentinho no texto fora designado para ser um meio de locomoção de Jesus. Em uma comparação bastante brusca, quantas vezes me esqueço que sou apenas um meio de locomoção da Graça de Deus. Sou apenas um “jumentinho da Graça”, na tarefa da locomoção de Jesus aos homens. Em muitas ocasiões em meus pensamentos presunçosos, me imagino não sendo eu o meio de locomoção, mas sim aquele que dirige o meio de transporte em que a Graça têm sido propagada. Quanta imaturidade de minha parte, tanta coisa ruim que habita intrinsecamente em mim. Sendo que aquele que conhece o caminho, e é o criador do mesmo, é humilde ao ponto de me usar como seu “jumentinho da Graça”. Bem disse Paulo: “Miserável homem que sou, quem me livrará do corpo desta morte.” ( Rm 7.24 ).
Ø O jumentinho no texto bíblico foi útil para aquela missão específica, talvez em nenhuma outra missão ele poderia ser útil, como foi para aquela missão. Identifico-me com este pensamento de que chamado de Deus há uma missão é algo específico e individual. Sinto-me um ativista em muitos dos meus focos, tendo um foco sem foco em muitos casos, para exercer o chamado ao qual fui designado. Em meio a todo este contexto, ainda me pergunto, e pergunto a Deus e qual é a vontade Dele para a minha vida. Sendo que vou até o Eterno querendo ouvir não o que o Eterno têm a me dizer, mas sim querendo que o Insondável diga o que eu quero ouvir. Em muitos casos, convenço-me e consigo convencer a outros das minhas teses à respeito do que se passa nas profundezas do Altíssimo. Ótimo para o jumentinho que não podia perder o foco de sua missão pos não tinha a sua vontade para influenciá-lo.
Ø Os aplausos, a ovação, os elogios são recebidos por nós, quando nos sentimos prestigiados e dignos de sermos reconhecidos. Como é inerente a nós queremos partilhar daquilo que só pertence ao Senhor. Sinto-me triste quando acabo de pregar e me sinto bom, digno de receber um tapa no ombro e escutar você é o cara, saio correndo para casa para perguntar aos meus; E ai o que você achou? Feliz era o jumentinho que não queria ser quem ele não era, e sabia aonde era o seu lugar. Sabia que só cabia a ele carregar Jesus.

Que o Altíssimo me torne simples como aquele jumentinho. Que só teve o seu nome citado por Jesus ser a Estrela da cena.

No Amor do Eterno,
Roberto Meireles

Um comentário:

  1. gostaria de te dar os parabéns pelo seu ultimo texto, gostei tanto que resolvi (sem pagar os direitos autorais é claro!!rsrs) colocalo como editorial no boletim da minha igreja, e os irmãos adoraram.
    Meu irmão quero te dizer que sinto muito orgulho de ser seu amigo, e que também me sinto muitas vezes como você descreveu no texto, e minha oração e que ele me leve para ser aquilo que ele quer que eu seja, e não o que quero ser! Que Deus te abençoe e abençoe sua família, e que ele nos ajude a sermos um "jumentinho da graça".

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