sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Andar como Cristo andou - Ortodoxia, Amor e Ética.


Rio de Janeiro, 10 de Fevereiro de 2012.
Local – Igreja Batista Central em Oswaldo Cruz.
Tema – Andar como Cristo andou – ortodoxia, amor e ética.
Texto – I João 2.6
Andar como Cristo andou – ortodoxia, amor e ética

Introdução:
            Nosso desafio este ano como denominação é: “Desafiados à prática da Bíblia para ser padrão de integridade”. Tendo como tema: “Ser como Cristo praticando a Bíblia!” e divisa “... Até que Cristo seja formado em vós.” (Gálatas 4.19b).
            Fiquei feliz em receber o convite do Pr. Sylvio Macri para hoje poder estar aqui junto com os irmãos para refletirmos a cerca do tema: “Andar como Cristo andou – ortodoxia, amor e ética”. Este é um desdobramento a cerca do tema: “Ser como Cristo praticando a Bíblia”.
Nossa associação hoje é carente no que diz respeito à união de suas igrejas em prol da unidade de nossa denominação. A realidade hoje é uma distância de foco e direção. Marcado pelo exclusivismo de visão. Ou seja, muitos dizem o seguinte: “minha visão para minha igreja é esta”. E sendo assim, provoca uma diversidade que acaba não trazendo unidade.
Para iniciarmos a refletirmos sobre o texto. Precisamos entender os propósitos desta carta do apóstolo João. A referida carta não contém o nome de João o descrevendo como o autor. Como também não tem referência a nenhum nome para o recebimento da carta. O que nos faz entender que a mesma é uma carta geral.
            Em relação à autoria da mesma. Podemos concluir pela autoridade com que o autor se expressa, ou seja, alguém que não somente ouviu falar. Mas esteve lá, tocou, sentiu, experimentou. A escrita e os temas teológicos são idênticos ao evangelho o qual o apóstolo se autodenomina o discipulado amado. Sem nos remeter a tradição dos pais apostólicos que descrevem João como o autor da mesma.
            A carta fora escrita para combater umas das heresias mais propagadas no seio da igreja cristã nos três primeiros séculos. O chamado gnosticismo. Alguns homens influenciados pelo pensamento de Platão que a matéria é má por si mesma. Começaram a espalhar como um câncer se espelha dentro do corpo humano, a concepção de Jesus não ter encarnado literalmente. Haja vista que segundo o pensamento Platônico era inconcebível a bondade subsistir na matéria. Uma vez que Jesus sendo o próprio Deus encarnado. Possuía a semelhança de seu Pai, todos os seus atributos, inclusive a Bondade.
            Sendo assim João tenta orientar os irmãos a sã doutrina. A doutrina que ele recebeu do próprio mestre. Sua intenção era livrar os irmãos daqueles que o próprio Jesus chamou de lobos disfarçados de ovelhas.
            O próprio tema proposto falar por si só. Andar como Cristo andou. Implica em ter a semelhança dos atos, gestos, compaixão, amor, ética, e tantos outros pontos da vida cristã, semelhantes aos do próprio Jesus.
            A ênfase da CBB em relatar praticar a Bíblia para alcançarmos um padrão de integridade e qualidade. Nos remota e muito bem por sinal. A Santa Palavra que nós é regra de fé e pratica.
            A pós-modernidade têm tirado de nossos púlpitos a primazia da Palavra e dado lugar a ensinamentos provenientes da Psicologia, Pedagogia, Filosofia e outras ciências. Estas podem ser grandes aliadas na vida cristã. Mais jamais ser pressuposto. Jamais ser ponto de partida. Infelizmente isso é fato em nossos dias.
            De forma excelente a CBB relatou a Bíblia como este pressuposto para iniciarmos uma auto reflexão em relação o nosso viver e o padrão de Deus exposto na Bíblia tem de diferente.  Analisemos hoje estes três fatores de suprema importância para podemos andar dizer que andamos como Cristo andou.
1º Fator - Ortodoxia.
            Uma dos fatores que podem nos afastar do referencial ideal da pessoa de Jesus é não mantermos ou melhor seguirmos a sã doutrina. João ao escrever esta epístola. Combatia uma série de heresias indiretamente e diretamente implantada no seio da igreja pelos hereges gnósticos. Vejamos algumas delas:
Cristologia – Uma das principais doutrinas em que os gnósticos estavam quebrando a cerca da fé Cristã era a Cristologia, ou seja: a doutrina da pessoa de Cristo. Eles não acreditavam na encarnação e nem na paixão de Cristo. Sua concepção não era de que Jesus verdadeiramente encarnou. Mas, no batismo de Jesus, o corpo de Jesus foi tomado pelo Espírito até sua prisão quando o abandonou. Isso fere a sã doutrina da pessoa de Cristo. Pelo fato da encarnação cumprir as profecias messiânicas e também pelo fato de que somente o próprio Deus seria capaz de satisfazer sua própria justiça em um sacrifício perfeito.
Hamartiologia – Outra doutrina quebrada pelos hereges era a conhecida doutrina da Hamartiologia, ou seja: a doutrina do pecado. Eles acreditavam que eram capaz de chegar ao estado da perfeição ainda no presente século, nesta vida. Isso se dando através de uma experiência mística. João então escreve combatendo esta heresia dizendo: “Aquele que diz não ter pecado se faz mentiroso”.
Doutrina da Criação – Eles tinham uma concepção errada a cerca do mau. Eles acreditavam que a matéria era má. Quando na verdade o problema não é a matéria em si. O mau não é algo material. Não é algo que têm forma. É uma opção, uma escolha, dentro do campo da moral. A criação não é má. Como pode ser mau algo que fora criado por um ser plenamente Bom.
            Esses erros doutrinários eram extremamente influenciadores na vida e nos pensamentos dos irmãos daquele contexto. E nossos dias será que também não são repletos de heresias. É claro que são! Podemos citar rapidamente algumas destas heresias. Exemplos: A teologia da prosperidade, A teologia liberal, Algumas teologias progressistas. Nosso dever cristão é estar atento a estas heresias e extirpá-las de nosso meio. Devemos ser ortodoxos a semelhança de João e os demais apóstolos. E perseverar na sã doutrina.
2º Fator – Amor.
            A semelhança do evangelho o amor de Deus pelos homens é um dos fatores mais abordados pelo apóstolo em seus escritos. Por diversas vezes podemos observar a importância que João fala sobre o amor. Tamanha é esta  dimensão para o apóstolo que ele utiliza a palavra “agapao” pelo menos vinte e oito vezes em sua epístola.
            João foca na aplicação deste amor em algumas esferas são elas:
O amor a Deus – O primeiro e grande mandamento que Jesus se referiu foi o amor a Deus sobre todas as coisas. Amar a Deus sobre todas as coisas é colocar o Senhor no patamar de supremacia em detrimento de todas as demais coisas. É cumprir e continuar cumprindo as palavras de Jesus em Mateus 11:28, buscar primeiro o reino de Deus e sua justiça.
            O amor a Deus certamente gerará no coração do crente uma repulsa ao mundo e os seus prazeres pecaminosos. O ensinamento de João é que o amor ao mundo é antagônico do amor a Deus. Ou seja: é impossível amarmos a Deus se amarmos ao mundo, ou vice-versa.
            Nossa geração é uma geração que vive na superficialidade. Vai dizer John Stott que este é o grande problema de nossa geração. A superficialidade nos relacionamento se deflagra até mesmo no nosso relacionamento com o próprio Deus. Querem um exemplo: Quanto tempo você gasta em oração? Quanto tempo você gasta na leitura da Palavra? Quanto tempo você gasta realizando a obra que Cristo mandou? Em cima destas respostas podemos ter a certeza do nosso nível de amor para com o Eterno.
O amor aos irmãos – Este amor que nos é imanado por obra do Santo Espírito. Ele é visualizado em nossas vidas. Quando praticamos este amor aos nossos irmãos e ao nosso próximo. João é claro ao afirmar que se dissermos que amamos a Deus e não amamos ao nosso irmão. Somos mentirosos!
            Volto a citar Stott e sua profecia a cerca da superficialidade dos relacionamentos em nossas igrejas. E dizer que este fato é manifestado de forma clara nos nossos relacionamentos. Podemos fazer o mesmo exercício realizado anteriormente. Você conhece a necessidade de algum irmão em sua comunidade cristã? Se você conhece. O que você faz para supri-la? Você já ouviu falar na missão integral da igreja? Você sabia que você foi criado para pratica das boas obras?
            Nossa realidade de Cristianismo está muito aquém do que a Bíblia nos ensina. Sendo mais específico, o que a epístola de João nos ensina.
3º Fator – Ética.
            O termo Ética é utilizado para descrever nossos comportamentos morais que por sua vez são expressões de nosso caráter. Geralmente este é uma conceituação a cerca da ética.
            Mas diferentemente da ética em termos gerais. Nós cristãos somos mais específicos a cerca de nossa ética. E geralmente é como realmente deve ser. Pautamos nossas avaliações éticas na Palavra de Deus. E sempre partimos da mesma para dizer o que é certo e o que é errado.
            A essa ética denominamos de “Ética Cristã”. A ética cristã é o que a Bíblia diz a cerca de nossas ações e atitudes. Por este motivo nós os cristãos não aceitamos praticas tais como: homossexualismo, aborto, divórcio, drogas, guerras, etc.
            A falta de padrões éticos fez com que João escrevesse e lembrasse há alguns irmãos que somos de Deus se andarmos na luz. Se andamos nas trevas não somos nascidos de Deus. Haja vista que Deus é luz.
            É claro que nunca alcançaremos um padrão ético perfeito aqui neste tempo presente. Porém, não podemos nos descuidar e viver uma vida desenfreada. Vivermos uma vida dupla. Onde acreditamos, pregamos uma coisa e vivenciamos outra que é totalmente o avesso da mesma.
            Andar como Cristo andou significa ter os mesmo valores e princípios que nortearam a vida e o ministério de Jesus. Lembro-me de um velho livro de título: “Em seus passos o que faria Jesus?”
            Em suas decisões diárias você já parou alguma vez para pensar se Jesus estivesse em seu lugar qual seria a sua atitude. Será que a atitude de Jesus seria a que você tomou?
            Eis um grande desafio. Nossas vidas devem ser sempre pautas nos valores morais e éticos da Palavra de Deus. Não podemos ser levados de um lado para o outro pelo relativismo pós-modernista que permeia o pensamento do homem hoje.

Conclusão:
            Andar como Cristo andou. É uma tremenda responsabilidade. Mas o fato é que Jesus nos manda para sermos suas testemunhas, seus embaixadores, seus ministros a este mundo em que nós nos encontramos.
            Não podemos fugir desta responsabilidade. Buscando subterfúgios em desculpas e engodos criados pelo próprio Satanás. O desejo do coração de Jesus é que andemos como ele andou. É termos a sua semelhança no que diz respeito ao padrão ortodoxo do exercício e pratica da Palavra. Em praticarmos o amor a Deus e ao próximo como Ele praticou em sua estadia. E em sermos éticos em nossas condutas a semelhança de como Ele fora Ético.
            Somos sabedores que é um grande desafio. Mas podemos ter a certeza que Ele está ao nosso lado para nos guiar. Afinal de contas esta é a sua promessa: “... estarei convosco até a consumação dos séculos”. Que Jesus nos ajude a sermos exemplos aos fiéis e aos demais para Glória do seu nome!
            Nele, em que todo padrão de Ortodoxia, Amor e Ética nos é exemplo:
            Pr. Roberto da Silva Meireles Rodrigues.         
            

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Todos somos diferentes (Série de Mensagens - Mãos à Obra) - Efésios 4:7-11

  Rio de Janeiro, 27 de julho de 2025. Série de Mensagens - Mãos à obra. Tema da Mensagem - Todos somos diferentes Texto Base - Efé...