“Por que devo ser semelhante
a Cristo praticando a Bíblia?”
Introdução:
Todos
nós somos cientes que o tema proposto em nossa denominação este ano é: “Ser
como Cristo praticando a Bíblia”. Durante este tempo em que estivermos juntos
trabalharemos em nosso retiro este tema proposto pela nossa CBB. Haja vista que
é um tema que se encaixa de modo perfeito em nosso tema mensal que é santidade.
O
famoso Aristóteles ficou conhecido pelo seu método de ponderar a cerca de um
assunto específico. Sua busca em levar a exaustão a cerca de um assunto
proposto o fizera um especialista no método.
O
método chamava-se retórica. Nossa ideia ao questionar o tema. Não é fazer algo
de modo pejorativo ou maléfico. Mas sim, conseguir exaurir das argumentações
levantadas, possíveis pontos de alicerce para a construção de linha de
pensamento a cerca do tema tratado. É por este motivo que o nosso tema geral
inicia-se sendo argumentado pelo tema proposto para uma reflexão.
Tentando levantar alguns argumentos
para nossa reflexão pensei em alguns pontos que iremos discorrer abaixo com os
suas devidas bases Bíblicas:
1º Ponto – Por que esse era o plano
inicial de Deus.
Deus ao criar o homem o criou e esta
criatura não possuía nada em seu ser que o desabonava, ou seja: Deus criou o homem
perfeito. Livre da maldição do pecado. Aliás, o ser humano só conheceu o pecado
devido a serpente (falamos dela mais tarde). Depois que o homem optou por
pecar. Ele foi contaminado pelo vírus do pecado como diz Dr. Shedd.
O plano inicial de Deus jamais incluiu
em algum momento o pecado. Vejamos o que a Bíblia diz no livro dos princípios quando
o homem foi criado:
“Criou
Deus o homem à sua imagem, à imagem de Deus, o criou; homem e mulher os criou.”
(Gênesis 1:27 – Nova Versão Internacional).
“E
Deus viu que tudo o que havia feito, e tudo havia ficado muito bom”. (Gênesis
1:31 – Nova Versão Internacional”.
Deus
ao criar o homem o deu a sua imagem e semelhança conforme podemos conferir no
versículo acima citado. Dr. Alister McGrath vai nos explicar bem este fato
dizendo:
“Também aprendemos que
homem e mulher foram criados à imagem de Deus (Gn. 1:26-27), o que diferencia o
ser humano de todas as demais criaturas. Ser criado a “imagem de Deus” inclui a
habilidade de se relacionar com ele. Em outras palavras, Deus no cria com a
intenção de estabelecer um relacionamento pessoal entre ele mesmo e nós. Ter a “imagem
de Deus” implica algum tipo de semelhança com Deus – mas não uma identidade.
São somos divinos. Em vez disso, fomos criados com o propósito de nos
relacionar com Deus. O pecado frustrou esse propósito, que só foi realizado
pela redenção, trazida por Cristo. Ao nos salvar da morte, Jesus nos permite
estabelecer esse relacionamento transformador com Deus”.
O Senhor deu ao homem no inicio a
oportunidade de se relacionar com Ele. De ter na sua pessoa (Deus) um amigo,
para todas as horas, para desenvolver um profundo relacionamento de intimidade
e cumplicidade. Porém, o homem escolheu dar ouvidos a serpente.
Deus havia dado uma ordem expressa
ao homem. A ordem consistia em que o mesmo não poderia comer do fruto da árvore
do conhecimento do bem e do mal (Gênesis 2:17). Porém a serpente tentou o homem
lhe dizendo que Deus estava mentindo para eles. Segundo a serpente Deus não
queria que eles se tornassem semelhantes a Ele o Eterno, conhecedor do bem e do
mal. (Gênesis 3:4-5)
Através do sacrifício de Jesus.
Podemos novamente resgatar esta imagem que ficou embaçada, nebulosa, devido a
entrada do pecado na humanidade. O plano de Deus sempre foi que fossemos semelhantes
a Jesus.
O apóstolo Paulo vai utilizar uma
comparação que irá nos ilustrar que devemos ser semelhantes a Jesus. Paulo vai
dizer que o primeiro Adão falhou, pois escolheu o pecado. Porém, o segundo Adão
cumpriu sua missão. Em nada se achou erro em sua vida. (I Coríntios 15:45).
Cristo foi e é o que Adão não foi.
Este é um dos bons motivos que devemos ser iguais a Cristo.
2º Ponto – Porque Cristo era a
própria Palavra encarnada.
Deus deseja que sejamos iguais a
Cristo porque ele (Jesus) era a própria Palavra de Deus encarnada. João inicia
seu evangelho dizendo que Jesus era a Palavra (Logos) de Deus, e Ele que é a
Palavra, estava com Deus desde o princípio, e nada do que foi feito se fez sem
Ele (Jesus).
A expressão que João usa para se
referir ao Mestre não é utilizada por mais nenhum escritor Neotestamentário. Essa
expressão vai ganhar corpo durante os escritos Joaninos e vai ser chamada de “Teologia
do Logos”. George Eldon Ladd vai dizer que João ao utilizar este termo quer
denotar pelo alguns atributos da pessoa de Jesus.
1º Atributo – A preexistência de
Jesus.
João
vai dizer que Jesus estava com Deus na eternidade quando tudo o que foi criado
ainda não havia tomado forma. O evangelista é categórico em afirmar isso.
Vejamos o versículo:
“No
princípio era aquele que é a Palavra. Ele estava com Deus, e era Deus. Ele
estava com Deus no princípio”. (João 1:1 – Nova Versão Internacional).
Jesus possui um dos atributos
semelhantes ao de Deus. Este atributo é o ser Eterno. Assim como Deus é Eterno,
Jesus também o É. Nisso se dá a revelar a preexistência de Jesus. Logo podemos
afirmar que Ele (Jesus) possui autoridade semelhante à autoridade de Deus. Todavia
Ele (Jesus) pode ser pressuposto absoluto e de aferição.
2º Atributo – A Divindade de Jesus.
João vai dizer que a Palavra (Jesus)
estava com Deus e era Deus. João pontua outro atributo que Jesus possuía a
semelhança de Deus. João está enfatizando a divindade de Jesus. Se Jesus é
Deus. E o Senhor nos pede que sejamos santos como Ele é Santo. Logo Jesus é
também um referencial de Santidade a ser seguido.
3º Atributo – Jesus o agente da
criação.
Jesus
é o agente coparticipante na criação. O apóstolo João vai enaltecer a pessoa de
Jesus dizendo que nada do que foi feito, foi feito sem Ele (Jesus). Ou seja,
assim como Deus é o autor da criação. Jesus também o é. E se Jesus é agente da
criação. Então Ele possui todas as prerrogativas para ser imitado!
4º Atributo – Jesus o tabernáculo
de Deus.
O
apóstolo vai dizer que a Palavra se fez carne e tabernaculou entre nós. Jesus ao encarnar (tabernacular) vai trazer
para história humana, a maior revelação de Deus a humanidade. Ou seja: O
próprio Deus se fazendo homem. Ladd vai dizer isso de forma tremenda. Vejamos:
“João deseja enfatizar
que foi o próprio Deus, na pessoa do Verbo, que entrou na história humana, não
como um fantasma, mas como um homem real, com um corpo de carne. A palavra
traduzida como habitar (eskenosen), ou “tabernacular”, é uma metáfora Bíblica
para indicar a presença de Deus. Essa declaração “implica que o próprio Deus
estava presente em carne, em humilhação”.
Ao
encarnar o próprio Deus se fez semelhante a cada um de nós. Sentiu o que
sentimos, sofreu o que sofremos, foi tentado como nós, porém em nada foi achado
em falta, como nós. Jesus o padrão supremo da raça humana é para nós um exemplo
de que podemos viver uma vida de santidade semelhante a sua.
5º Atributo – O revelador.
Jesus
veio revelar ao mundo o que mais profundo existe no coração de Deus. Por isso
os teólogos Neotestamentários o vão chamar de “a exegese de Deus”. Fazer
exegese de um texto implica em você exaurir o que de máximo um texto pode lhe
oferecer. Jesus revelou o que de máximo poderíamos conhecer da pessoa de Deus.
Ele
veio para revelar ao homem a verdadeira vida (Jo. 1:4), a luz (Jo. 1:4-5), a
graça (1:14), a verdade (1:14), a glória (1:14) e até mesmo o próprio Deus. Vai
dizer o apóstolo João: “Deus nunca foi visto por alguém. O Filho unigênito, que
está no seio do Pai, este o fez conhecer”. (1:18).
3º Fato – Porque Jesus é um alvo diz
as Escrituras.
O
apóstolo Paulo em sua carta aos Filipenses vai dizer o seguinte:
“Não
que eu já tenha obtido tudo isso ou tenha sido aperfeiçoado, mas prossigo para
alcançá-lo, pois para isso também fui alcançado por Cristo Jesus. Irmãos,
não penso que eu mesmo já o tenha alcançado, mas uma coisa faço: esquecendo-me
das coisas que ficaram para trás e avançando para as que estão adiante, prossigo
para o alvo, a fim de ganhar o prêmio do chamado celestial de Deus em Cristo
Jesus. (Filipenses 3:13-14)”.
Imaginem meus irmãos. Paulo o maior
evangelista que já existiu na face da terra. O homem que foi usado pelo
Espírito Santo para escrever quase a metade dos escritos do Novo Testamento.
Este que na corrida da santidade está muito em nossa frente. Diz que Jesus é o
seu alvo, ou seja: o seu referencial.
É bem verdade que nunca nesta vida
alcançaremos a estatura de varão perfeito. Mas nossa missão é prosseguir em
imitar a Jesus, o alvo de Deus para nossas vidas. E não nos enganemos pensando
que seremos perfeitos. Sempre teremos algo a vencer e aprender com Jesus o
nosso Supremo modelo de perfeição.
O apóstolo João vai escrever em sua
epístola uma orientação a cerca de algumas irmãos que se pensavam ter atingidos
outros patamares espirituais. E assim, acreditavam que sua conduta, não mais o
tornava pecado. Eles tinham passado para outro estágio de vida.
Afim de, corrigi-los o apóstolo João
vai escrever-lhes dizendo:
“Se
dissermos que não temos pecado, enganamo-nos a nós mesmos, e não há verdade em
nós.” (I João 1:8)
Sendo assim não podemos dizer que
não pecamos, que somos perfeitos. Porém, isso também não nos remete ao fato de
pensarmos: “Ah! Já que nunca vou ser perfeito. Então não adianta nada buscar a
perfeição”.
A Bíblia contraria este pensamento o
autor aos Hebreus vai escrever dizendo:
“Segui
a paz com todos, e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor;” (Hebreus
12:14)
Dr. Shedd vai comentar este texto
dizendo que o entendimento no texto grego do verbo é “buscai”. Devemos buscar
sermos santos. Pois esta nos é a orientação dada pela Palavra de Deus.
Conclusão:
Creio que estas argumentações nos
são suficientes para concluirmos que o tema: “Ser semelhantes a Cristo pela
prática da Palavra”, é extremamente relevante em hodiernos.
Que o Senhor nos ajude a seguirmos o
exemplo de Jesus seu Filho amado!
Em Jesus, que é exemplo Absoluto de
Santidade:
Pr. Roberto da Silva Meireles
Rodrigues.
Bibliografia:
LADD, George Eldon. Teologia do Novo Testamento. Editora
Hagnos; São Paulo. 1ª Edição 2003. Pág. 901.
SHEDD, Russell H.
Lei, Graça e Santificação. Editora
Vida Nova; São Paulo. 2ª edição: 1998. Pág. 105.
SHEDD, Russell H.
O mundo, a carne e o diabo. Editora
Vida Nova; São Paulo. 1ª edição: 1995. Pág. 126.
SHEDD, Russell H. Avivamento e Renovação: em busca do poder
transformador de Deus. Shedd Publicações; São Paulo. 1ª edição: 2004. Pág. 122.
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