quarta-feira, 7 de março de 2012

Por que sou pastor?


Por que sou pastor?
            Muitas pessoas sempre quando me olham. Parece que combinam em perguntar: “Por que o senhor é pastor?” Não sei se infelizmente ou felizmente me acostumei com a pergunta. De tanto que a ouvi. Alguns vão mais além: “Mas você é muito novo. Tão cedo assim já é pastor! Você poderia ser tantas coisas!”
            Quase sempre tenho a resposta de imediato: “Sou pastor, porque Deus me chamou ao santo ministério da Palavra”. Digo quase sempre, por que de um tempo para cá. Não sou mais tão categórico em minhas respostas.
            Não que eu duvide do chamado. Claro que não! A certeza e a visão são a mesma de quando ouvimos com o coração o chamado do Senhor para nossa vida. Porém, as pessoas têm um poder incrível em nos fazer-nos uma hora, um bom homem, outra hora um cara mau, uma hora um líder de excelência, outra hora um insano, descontrolado, uma hora um homem piedoso, outra hora um homem mau e nefasto. E querendo ou não estas coisas nos pesam os ombros, nos fazem sempre viver em uma montanha russa de emoções.
            Antes de sermos pastor, sonhamos em ser pastor. A palavra parece que nos brilha. Ao ouvir a pronúncia da mesma o nosso coração se enche de esperança em um dia entrar em tão seleto grupo de homens de Deus. Porém ao sermos pastor, dependo do caso, não gostamos de ser chamado de pastor, preferiríamos que nós chamássemos apenas pelo nosso nome. Porém, ao sermos pastor, não gostaríamos de ouvir a palavra pastor, sendo tão mal pronunciada e tão maldosamente utilizada pela boca de alguns que há ouvimos pronunciar.
            Domingo passado agora passei pela mesma situação. Um senhor, já idoso, provavelmente entre os 65 à 70 anos de idade, nos procurou em nossa igreja. Disse que estava a procura de um homem de Deus, que falasse com Deus. Pois ele queria que esse homem de Deus orasse a Deus por ele. Mas antes de dizer isso, olhou para mim e como a maioria dos outros disse: “Pastor, me perdoe a sinceridade. Mas na minha terra, chamamos os jovens de piá. Se o senhor fosse de minha terra eu o chamaria de piazinho. Pois o senhor é muito jovem para ser pastor”. Mas deixa isso pra lá. Já me acostumei com este comentário. Agora eu entendo por que Paulo disse a Timóteo: “Ninguém despreze a tua mocidade”.
            Voltando ao assunto, olhei para que senhor e disse-lhe: “Seu José, eu não posso garantir ao Senhor que Deus fará um milagre em sua vida. Mas eu posso garantir ao Senhor, que eu orarei pela sua vida. Logo depois ele me fez um outro pedido, ele disse: “Pastor, eu estou com fome. O senhor teria um café para mim tomar”. Eu disse-lhe: “Não temos café pronto. Mas se o senhor esperar um pouco, faço um pouco de café para o senhor.”
            Eu desci, deixei o seu José esperando no salão. E então fiz um café para ele. E pensei comigo mesmo: “Nunca pensei em passar por uma situação como esta. Sempre me imaginei pregando, ensinando, aconselhando, visitando, liderando. Mas nunca havia me imaginado fazendo café para um homem desconhecido, que me chamará de piazinho e que estava a busca de um homem que falasse com Deus e que ouvisse a Deus. Depois que seu José foi embora eu fiquei pensando neste fato.
            São momentos assim que constroem um pastor. Não uma afirmação, baseada em uma subjetiva experiência. Mas eu penso hoje, que um pastor se faz no dia do ministério. É ali que realmente Deus vê quem é quem. É por este e outros motivos, que agora respondo a pergunta inicial geralmente dizendo: “Na verdade o pastor está em construção. Eu sou apenas aprendiz de um. Quem sabe um dia eu chego lá”!
            Nele, que vocacionou este piazinho a uma tarefa tão sublime e graciosa:
            Pr. Roberto da Silva Meireles Rodrigues.

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