Rio de Janeiro, 25 de
Abril de 2012.
Local - PIB em Rocha
Miranda.
Estudo realizado na
“Quarta com Deus”, por ocasião da série de mensagens: “Parábolas do Reino: Sapienciais
da Eternidade para uma vida abundante.”
Texto base – Lucas 15.1-7.
2ª Ministração – O Deus
do Reino: as implicações de seu caráter em seu Reino.
- INTRODUÇÃO:
Dando
continuidade a série de estudos: “Parábolas do Reino: Sapienciais da Eternidade
para uma vida abundante”. Hoje iremos refletir sobre o tema: “O Deus do Reino:
e as implicações de seu caráter em seu Reino”.
Conforme
no estudo anterior falamos, para se entender o Reino de Deus, precisamos
primeiro entender que todas as implicações do Reino, são derivações do caráter
de Deus. A Palavra para se descrever o Reino de Deus no grego é: “basileia tou
theou” (Reino de Deus). A ênfase desta expressão não está centrada na palavra
Reino e sim na palavra Deus. É impossível entender o Reino, sem entender de
fato quem é Deus.
Nesta
reflexão nossa intenção é expor algumas atribuições da pessoa de Deus em seu
Reino. Ou conforme a teológica clássica gosta de referir-se: os atributos de
Deus. Como estes Atributos se relacionam nos ensinos e aspectos doutrinários
nas palavras de Jesus.
A
forma e o ensino de Jesus sobre o Reino de Deus têm uma total ligação acerca da
cosmovisão de Jesus sobre Deus. Quando de fato entendemos sobre o Reino de
Deus. Automaticamente estamos nos aprofundando sobre o conhecimento do próprio
Deus.
A
expressão máxima do Reino de Deus se deu através da pessoa de Jesus. Que deu a
conhecer a humanidade o que de mais profundo estava no coração de Deus. É por
este motivo que o mestre Jesus é chamado pelos teólogos Neotestamentários de: “exegese
de Deus”.
Vamos
analisar alguns atributos desse Deus:
1º Atributo – O Deus que busca.
Na
vida e nos ensinamentos de Jesus podemos encontrar esta realidade de quem vem à
busca primeiro em busca da humanidade é Deus. Quando o próprio Deus entrou na
história da humanidade encarnado na pessoa de Jesus. Ele estava indo em busca
do ser humano falho e pecador.
John
Stott em seu livro: “Por que sou cristão?” vai chamar Jesus de o cão de guarda
de Deus. Querendo expressar a semelhança dos caçadores quando saem em busca de
sua caça. Enviam antes os seus cães farejadores para detectarem a caça.
O
ensinamento sobre o Deus que busca nos fica mais evidente quando nos deparamos
com muitos dos ensinamentos de Jesus acerca da pessoa de Deus. Jesus conforme
antes falamos nos ensinou o que mais profundo havia no coração de Deus. E só
tomamos conhecimento de quem de fato é Deus para nós, quando temos uma
experiência real e sincera com Ele. Não podemos simplesmente saber quem Ele É
aprendendo seus ensinos. Devemos experimentá-los em nossas vidas.
Dr.
Ladd vai relatar isso dizendo:
“A essência do Reino
de Deus foi à experiência interior de Jesus em relação a Deus como Pai. Sua
missão foi partilhar essa experiência com os seres humanos. À medida que os
homens participavam da experiência que Jesus tinha de Deus, o Reino de Deus,
seu governo, “vem” a eles. À medida que um número cada vez maior de indivíduos
passa a participar desta experiência, o Reino de Deus cresce e expande-se no
mundo... Na própria essência da mensagem e da missão de nosso Senhor estava
incorporada a realidade de Deus como o amor que procura a redenção dos homens.
Deus não mais esperaria pelos perdidos para perdoa-lhes os pecados; Deus estava
buscando o pecador”.[1]
Jesus
ensina sobre este fator quando questionado pelos fariseus por violar os padrões
de justiças deles. Jesus diz que Ele veio para os pecadores. Jesus não os alivia
pelos seus erros. Porém, Jesus vai oferecê-los ajuda para encontrarem n’Ele a
salvação de suas vidas.
Em Lucas 15 encontramos o grande
ensinamento acerca do Deus busca. O Deus que busca os pecadores perdidos para oferecê-los
uma nova vida, vida abundante, baseada nos méritos sacrificiais de Jesus.
2º Atributo de Deus – O Deus que
convida.
O
Deus que busca é também o Deus que convida. Jesus muitas vezes em seus ensinos
falou acerca do convite escatológico. Ele falou sobre o convite a um banquete,
a uma festa, onde muitos foram convidados à participarem. Vejamos os versículos:
“Jesus lhes falou novamente por
parábolas, dizendo: “O Reino dos céus é como um rei que preparou um banquete de
casamento para seu filho. Enviou seus servos aos que tinham sido convidados
para o banquete, dizendo-lhes que viessem, mas eles não quiseram vir.”” (Mateus
22.1-3 – Nova Versão Internacional).
“Eu lhes digo que muitos virão do
Oriente e Ocidente, e se sentarão à mesa com Abraão, Isaque e Jacó no Reino dos
céus.” (Mateus 8.11 – Nova Versão Internacional.
A palavra chamar no Novo Testamento
tinha o significado de convite. Jesus estava convidando a todos os homens que
viessem a participar da comunhão com Ele e com o Pai naquele grande dia. O
sentar a mesa para os judeus era uma forma íntima de comunhão. Não era
simplesmente um momento qualquer, apenas para poder se fazer uma refeição.
Jesus, porém, disse que: era
necessário que os homens se arrependessem, mudassem de postura em relação ao
pecado, mas também, a que ao tomarem esta postura automaticamente isso os daria
comunhão com o Pai celestial. Antes homem se relacionava com Deus pelo “jugo da
lei”, muitas vezes gerado pelo medo da condenação eterna. Agora não, a comunhão
com Pai é a benção presente do que irá acontecer em maior proporção e em uma
dimensão muito maios no futuro.
3º Atributo de Deus – O Deus
Paternal.
O mesmo Deus que busca, é o mesmo
que convida. Ele o faz, porque o seu desejo é ser Pai sobre a vida daqueles que
de fato entendem e decidem aceitarem este convite. Não dá para pensar em Reino
de Deus sem falar de Deus como Pai. Sem entender de fato sobre a Paternidade de
Deus.
Alguns esclarecimentos sobre isso de
fato é necessário. Vamos elucidar algumas questões que às vezes nos são questionadas
na práxis de nossa vida cristã:
1ª
Deus como Criador – Deus é o criador de todo o universo e por este motivo em
muitos versículos é chamado como Pai do mesmo. Isso não implica em uma
paternidade no sentido de filiação, e sim de criação. Sendo assim ele é Pai das
criaturas, não no sentido de salvação através da filiação, mas no sentido de criação.
Vejamos alguns versículos:
“Observem as aves do céu: não
semeiam nem colhem nem armazenam em celeiros; contudo, o Pai celestial as
alimenta. Não tem vocês muito mais valor do que elas?” (Mateus 6.26).
“Mas eu lhes digo: Amem seus
inimigos e orem por aqueles que vos perseguem, para que vocês venham a ser
filhos de seu Pai que está nos céus. Porque ele faz raiar o seu sol sobre os maus
e bons e derrama chuva sobre os justos e
injustos.” (Mateus 5.44-45).
2º
Deus como Pai de Jesus – Jesus jamais disse que Ele
(Jesus) estava filiado ao Pai celestial da mesma forma que nós podemos estar,
ao aceitarmos o Seu convite. A relação de filiação que Jesus têm, têm o sentido
em Ele ter a essência de sua natureza. A nossa têm a ver com adoção através da
pessoa de Jesus. Jesus e o Pai são um. De mesma forma, de mesma essência, de
mesma natureza, etc. Vejamos alguns versículos que nos comprovam este ensino:
“Jesus
disse: “Não me segure, pois ainda não voltei para o Pai. Vá, porém, a meus
irmãos e diga-lhes: Estou voltando para meu Pai e Pai de vocês, para meu Deus e
Deus de vocês”.” (João 20.17 – Nova Versão Internacional).
“para que todos sejam um, Pai, como
tu estás em mim e eu em ti. Que eles também estejam em nós, para que o mundo
creia que tu me enviaste.” (João 17.21 – Nova Versão Internacional).
3º
Atributo Deus como Pai dos discípulos – Jesus ensinou que
aquele que abre seu coração para sua pessoa ele recebe o direito de ser chamado
filho de Deus. Antes ele era criatura de Deus. Por que Deus o criou, porém ele
não podia ser chamado filho de Deus por causa do pecado herdado e seu distanciamento
do Pai. Porém, com o sacrifício de Jesus a justiça de Deus foi aplacada e
através de Jesus podemos ser novamente aceitos por Deus para fazer parte de seu
Reino Eterno, e termos a sua Pessoa como nosso Deus e Pai. Vejamos alguns versículos:
“Contudo, aos que o receberam, aos
que creram em seu nome, deu-lhes o direito de tornarem filhos de Deus.” (João
1.12 – Nova Versão Internacional).
“Porque todos que são guiados pelo
Espírito de Deus são filhos de Deus”. (Romanos 8.14 – Nova Versão
Internacional).
4º Atributo de Deus – O Deus que
julga.
Ao mesmo tempo que; Deus ama o
pecador, e que Ele o busca visando que o mesmo se arrependa de seus pecados,
tome um novo caminho e então coloque sua esperança na pessoa de Jesus, e por
assim o fazer, será herdeiro do Reino de Deus. Também traz ao pecador que
rejeita o convite gracioso a sua justiça que trará juízo sobre aqueles que
rejeitam a justiça de Deus, que foi realizada em Jesus.
Quando o homem rejeita o amoroso
convite de Jesus ao pecador. E como ele estivesse falando: “Eu não preciso de
justificação. E eu me auto justifico!” Só que o padrão de julgamento de Deus
não é o nosso. O padrão de julgamento de Deus é Ele mesmo, que é perfeito.
Sendo assim, o homem por si só, jamais conseguirá alcançá-lo.
O problema é que pensamos que o
julgamento de Deus só será quando morrermos. Porém Deus é dono do tempo e da
história. Todos os nossos atos e ações são alvos de sofrerem a justiça de Deus
ainda neste tempo presente. E que será eternizada no dia do julgamento final.
Por diversas vezes nós podemos
observar o juízo de Deus caindo sobre o povo de Israel devido aos seus pecados:
Sodoma e Gomorra, O dilúvio, O cativeiro Babilônico, a destruição do templo,
etc.
O nosso problema é que só queremos
ter um Deus amoroso, e nós, nos esquecemos, que Ele também É justo. Sendo assim
podemos entender que a justiça de Deus pode ser manifestada ainda neste tempo.
Mas que, será consumada no dia do julgamento. Vejamos alguns versículos:
“Se alguém se envergonhar de mim e
das minhas palavras nesta geração adúltera e pecadora, o Filho do Homem se
envergonhará dele quando vier na glória de seu Pai com os santos anjos”.
(Marcos 8.38 – Nova Versão Internacional).
“Ele traz a pá em sua mão e limpará
sua eira, juntando seu trigo no celeiro, mas queimará a palha com fogo que
nunca se apaga”. (Mateus 3.12 – Nova Versão Internacional).
Conclusão:
Somos chamados por Jesus a sermos
filhos desse Pai celestial. Porém, temos que lembrar nas implicações do caráter
desse Pai sobre nossas vidas. Devemos sempre nos lembrar que Ele é o Deus que
busca, Ele é o Deus que convida, Ele o Deus Paternal mas Ele também é um Deus
que julga.
Diante de tudo o que fora
ministrado. Você é filho do Pai. Ou você ainda não faz parte da família deste
Pai, que por nos amar tanto, entregou o seu filho por nós. Que essa Palavra
possa confrontá-lo acerca de sua postura em relação ao convite feito por Jesus.
Nele,
que é Pai Justo e Amoroso:
Pr. Roberto da Silva Meireles
Rodrigues.
BIBLIOGRAFIA:
CARSON, D.A. MOO, Douglas J. MORRIS, Leon.
Introdução
ao Novo Testamento. São Paulo: Vida Nova, 1997.
FERREIRA, Franklin. MYATT, Alan. Teologia
Sistemática: uma análise histórica, bíblica e apologética para o
contexto atual. São Paulo: Vida Nova, 2007.
JEREMIAS, Joachim. Teologia
do Novo Testamento. São Paulo: Hagnos, 2008.
LADD, George Eldon. Teologia do Novo Testamento. São Paulo: Hagnos.2003.
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