Rio de Janeiro, 20 de Abril de
2012.
Local – PIB em Rio das Pedras.
Tema – Como ser um cristão
relevante?
Texto – João 9.1-41.
Como ser um cristão relevante?
Nossos dias estão sendo marcados por
escândalos e mais escândalos envolvendo o movimento evangelical brasileiro.
Muitas propostas têm sido escritas e expostas acerca do movimento evangélico:
uns dizem que estão cansados da igreja, outros dizem que o problema do evangelho
é a instituição, outros propõe a caminhada longe de igrejas, outros dizem que
não são mais evangélicos, enfim, muita coisa é dita sobre o tema em questão.
E para nós é um desafio tentar
construir um pensamento acerca de um tema tão falado e ministrado. Porém, como
igreja do Senhor, temos a obrigação em saber se nossas vidas estão sendo, ou
não, relevantes.
Sempre que queremos ter uma base
para a construção de um modelo, tomamos como base a Palavra a Deus, e exaurimos
dela o padrão que ela exige. E como exemplo absoluto de uma vida relevante, a
vida de nosso Mestre é o padrão supremo.
Toda vez que penso sobre este
assunto me salta a mente e o coração o texto de João 9, o cego de nascença e
seu encontro com Jesus, e a relevância que Jesus teve para a vida daquele homem
sem esperança.
O
cego de nascença era alguém que não possuía nenhum tipo de expectativa de um
futuro melhor em qualquer área de sua vida. Somos sabedores que naqueles dias,
o homem que era cego, era discriminado pelo seu próprio povo. Ele não podia conviver
junto com sal família, não podia exercer sua espiritualidade, cidadania,
profissão, enfim, ele era um excluído social.
Imagino
que para aquele cego, um dia após o outro, era apenas um dia após o outro. Não
havia nada e ninguém, que podiam arrancar de seu coração um fio de esperança e
fé em um amanhã melhor. Sua cegueira o impedia em todos os sentidos para o seu
florescer para vida.
A
semelhança desse homem. Muitas pessoas se encontram em nossa sociedade da mesma
forma. Sem nutrir em seu coração a esperança e a fé por dias melhores. Vivem em
meio à multidão, sentindo a solidão de uma prisão. Vivem em meio a sua família,
sem sentir o calor da mesma. Vivem em suas religiões, presos por uma
espiritualidade vazia e sem vida. Vivem exercendo altos cargos no mercado de
trabalho, mas fatigados por sua labuta apenas para manter o ter. Vivem em suas
vidas acadêmicas cobertos de letras, mas vazios do real sentido da vida.
O cego de nascença teve um encontro
com um homem chamado Jesus. Este inigualável homem chamado Jesus, lhe devolveu
a vida, a esperança, a família, espiritualidade, a sociedade e etc. A vida
daquele cego passou a ser contada da seguinte forma: antes e depois do homem
chamado Jesus.
Jesus o reintegrou em todas as áreas
de sua vida. O olhar de Jesus é o olhar de uma misericórdia completa. O tocar
de Jesus é um tocar de restauração completa. O evangelho de Jesus é um
evangelho para o homem completo. Os ensinos de Jesus elucidam o caminho do
homem completo. O amor de Jesus torna o homem completo, n’Ele, que É o amor
completo.
Vejamos alguns aspectos de relevância
da vida de Jesus na vida daquele cego de nascença:
1º Aspecto de relevância – A restauração
completa do ser.
No primeiro versículo do texto a Bíblia
diz que: “ao passar viu Jesus o cego”. O olhar amoroso do Criado está sobre a
criatura querendo o restaurar. O Senhor Criador não queria de modo algum que
sua criatura ficasse maculada pelo pecado. O Eterno ao criar olhou para tudo e
viu que era bom. Ele não viu defeito algum!
Jesus olha para a criatura é enxerga
a falha ocasionada pelo pecado. Então Ele que É o Criador, pega a matéria prima
novamente, o pó da terra (ou o barro, como preferirem) e com seu poder a criação,
tornar a ter novamente sua saúde física restaurada. Porém, essa não foi à única
cura realizada pelo Criador.
No versículo de número 35 Jesus faz
uma pergunta ao homem acerca de sua fé. O homem demonstra inexatidão ao
responder, parece estar confuso, não bem elucidado enquanto a sua fé. Jesus então
o esclarece revelando quem de fato Ele era. O homem então declara sua fé na
pessoa de Jesus. Agora não mais seu corpo físico estava curado. Mas também a
sua alma. Ele experimentou o novo nascimento. Ele fora regenerado para uma
novidade de vida.
O que eu gostaria também de
ressaltar é o fato de que o homem não estava atrás de Jesus em busca de um
milagre. O texto diz que Jesus viu o homem, e não que homem viu Jesus. A esfera
do sobrenatural na vida de todo e qualquer ser humano, nunca parte do princípio
do meu querer ou do meu determinar. Mas sim reside no fato da Soberania Divina
sobre nossas vidas.
Jesus em seu contato com o cego de
nascença visualizou o homem todo, e cuidou do homem todo. Podemos notar que
Jesus não se preocupou apenas em curar o cego de sua deficiência visual, como
também não se preocupou somente com a sua vida futura.
O evangelho deve alcançar o homem
todo. Nossa preocupação deve ser a mesma de Jesus, nossa relevância deve se dar
em todos os aspectos da vida humana. O discurso de “ganhar almas para Jesus”
está desmascarado. O homem não é um fantasma para ter somente alma.
Por muitos séculos a igreja foi
irrelevante no tocante a visão da missão integral do homem. Devemos como cristãos
ser praticantes das boas obras. Afinal de contas a Palavra diz em Tiago que a fé
sem obras é morta. Paulo também diz escrevendo aos Efésios que nós fomos
criados de antemão para a prática das boas obras.
2º Aspecto da Relevância – Religião
cega.
O
texto inicia com uma indagação dos discípulos acerca do porque da cegueira. Então
inicia a especulação sobre quem pecou para que Deus o castigasse. A figura
construída de Deus sobre a religião é de alguém extremamente severo e punidor
de todo e qualquer pecado.
Outro aspecto interessante de observação
acerca da religiosidade é o versículo 38 quando os fariseus se dizem serem discípulos
de Moisés. O cego então responde que Jesus não podia ser mau. Ele também apela
para o fato de nunca antes na história um homem curou um cego de nascença. Convida
aos fariseus a pensarem de forma lógica sobre o fato de que: se Jesus fosse
mau, como Deus atenderia uma petição de alguém com o coração em trevas.
Nos dois casos podemos observar que
tanto os discípulos, quanto os fariseus, estavam acostumados com uma religião
de causa e efeito. Jesus quebra esse ciclo-vicioso de causa e efeito. Dizendo
que a enfermidade do cego era pala a Glória de Deus. Jamais um religioso pode
pensar que Deus permitiu que algo ruim abatesse sua vida. Isso pelo fato de sua
mente está formatada em graça meritória. Eu sou abençoado, por que sou uma boa
pessoa.
Quando o sentido Bíblico de Graça, é
algo que não merecemos, porém, recebemos. Como ato único e exclusivo da Bondade
de Deus. A verdade é que as pessoas estão cansadas de religião. Os ensinamentos
das mais diversas religiões não são capazes de modificar a vida de nenhum ser
humano, a não ser o seu exterior. Somente o evangelho é capaz de mudar o
interior do homem e proporcionar ao mesmo uma novidade de vida.
3ª Aspecto da Relevância – Testemunhar
do verdadeiro evangelho.
O texto termina nos três últimos
versículos com Jesus falando que os fariseus eram cegos. Essa cegueira não era
derivada de uma doença física. Mas essa cegueira
era gerada pelo pecado. A Bíblia nos ensina que desde o Éden o homem pela
escolha de Adão se tornou corrompido pelo pecado. E somente através da aceitação
do sacrifício de Jesus o homem pode novamente ser religado a comunhão com Deus.
Jesus testemunhou o verdadeiro
evangelho. Nossas vidas serão relevantes se formos testemunhos do verdadeiro
evangelho. O verdadeiro evangelho se denota no plano da salvação: Deus criou o
homem perfeito, porém o homem pecou, pelo seu pecado a morte passou a fazer
parte de sua vida, tanto a morte física, quanto a espiritual, não havia nenhum
homem capaz de satisfazer a justiça de Deus, pois todo homem que era nascido
agora de uma mulher, nascia corrompido pelo pecado. E continuava a pecar pelo
resto de sua vida. O que o impossibilitava de satisfazer a justiça divina.
Por este motivo, Deus mandou o seu
próprio Filho, para morrer na cruz, cumprindo as profecias, e pagando o preço
pelos pecados da humanidade. Três dias após a sua morte, Jesus ressuscitou
comprovando que Deus havia satisfeito sua justiça, e dando ao homem novamente a
possibilidade da comunhão neste tempo e no tempo futuro com a pessoa de Deus. E
após a sua ressureição foi assunto aos céus está a destra de Deus, e um dia
voltará para julgar os vivos e os mortos.
Esse é o evangelho, puro e simples
como diria C.S.Lewis. É isso que devemos pregar a tempo e a fora de tempo.
Conclusão:
Nossas vidas serão relevantes, e
cada vez mais relevantes. Quando cada vez mais nos parecermos com Jesus.
Nele, que deseja mudar o mundo usando
a mim e a ti.
Pr. Roberto da Silva Meireles
Rodrigues.
BIBLIOGRAFIA:
DEVER,
Mark. O que é uma Igreja Saudável. São
Paulo: Fiel. 2009.
KIVITZ,
Ed Rene. Outra espiritualidade: fé,
graça e resistência. São Paulo: Mudo Cristão. 2006.
WAREN,
Rick. Uma igreja com propósitos. 2ª
edição. São Paulo: Vida. 2008.
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