quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Quando o muito é pouco, e o pouco é muito.


Rio de Janeiro, 29 de Agosto de 2012.

Local – Primeira Igreja Batista em Rocha Miranda.
Texto Bíblico – I Reis 17.1-24
Tema – Quando o muito é pouco, e o pouco é muito.

Quando o muito é pouco, e o pouco é muito.

            Todo dia pela manhã, tenho o costume de fazer meu devocional. Confesso aos irmãos que até esta manhã não tinha o que falar para os irmãos. Nestes últimos dias me encontrei abatido por uma crise de sinusite que me deixou bastante debilitado, o que me trouxe grandes prejuízos em minha vida de leitura e preparação de estudos e sermões.
            Pensei em dar continuidade à série de mensagens que venho ministrando as quartas, “Seguindo os passos de Jesus”, mas, confesso que meu coração não aceitou muito a ideia e não senti paz diante de Deus para realizar tal coisa.  
            Então orei ao Senhor pedindo a Deus me conduzisse e me esquentasse o coração com algo para compartilhar com os irmãos nesta noite. Em meu devocional, li este texto que irei ministrar aos irmãos. A princípio, não me senti conduzido a ministrar sobre o mesmo, mas, no decorrer do dia a certeza foi aumentando até que Deus me deu este tema: “Quando o muito é pouco, e quando o pouco é muito”.
            Meus amados irmãos é bem verdade quando olho para vida deste cara chamado Elias, um dos maiores profetas que esse mundo já conheceu, me impressiono a quantidade de altos e baixos que esse grande homem de Deus teve em sua vida e ministério.
            No texto em que lemos é um exemplo deste fato. O profeta inicia a narrativa diante do rei Acabe dizendo que sobre Israel não iria haver chuva, a não se que, ele, o profeta, voltasse a dizer que assim aconteceria. Haja vista que a expressão utilizada por ele é “sobre a minha Palavra” (verso 1).  Elias era sabedor que toda economia de Israel era voltada para a agricultura de subsistência. Ele sabia que se não chovesse não teria comida para o povo.  E, um detalhe que vale ressaltar, ele estava correndo o risco de ser morto pelo rei. O rei de Israel naquele momento era o impiedoso Acabe, um dos reis mais perversos que Israel já teve.
            Depois deste grande feito de Elias, o Senhor o manda se esconder próximo a um riacho e lá ele será sustentado pelos corvos e beberá da água do rio. Imagino, que decadência para um profeta de ponta como Elias. Os profetas nos tempos áureos de Davi, e outros reis que Israel possuiu eram tratados a mesa junto com o rei, mas, para piorar a situação, a água do riacho se acaba e o profeta recebe a ordem de Deus de ir procurar uma viúva em Serepta.
            Posso até imaginar o profeta ouvindo aquela ordem do Senhor. Penso que ele deve ter tido o seguinte: “Senhor, com todo respeito a vossa majestade, mas a sua Palavra me ensina que uma viúva precisa ser sustentada, e não dá sustento a outra pessoa. Responda-me Senhor, como eu, um profeta teu, que tenho que cumprir teus mandamentos posso aceitar tal coisa?”
            E já dizia um velho dito popular: “o que está ruim, pode piorar!” Quando o profeta vai ao encontro da mulher, ela lhe diz que não tinha o que dá de comer ao profeta, ou melhor, ela só tinha uma pouca coisa que era para o sustento de seu filho e dela. Deus diz ao profeta: “Diz para ela lhe dar isso, e que não faltará nada para ela, pode dizer Elias, sou “Eu, o Senhor que estou lhe falando”.
            A mulher faz o que o profeta lhe manda e pela provisão divina não lhe falta realmente nada para seu sustento e de seu filho. Pelo contrário, de modo milagroso o Senhor faz multiplicar a dispensa deles. Porém, Elias entra em outro problema, e agora, muito mais grave. O filho da mulher morre, e a mulher culpa o profeta por tal coisa. Diante de Deus, não consigo imaginar o que se passou na cabeça de Elias nesse momento. Que coisa terrível e devastadora para um homem de Deus é ser taxado como culpado de alguma coisa, sem ele ter feito absolutamente nada para merecer tal calúnia.
            Elias vence as dificuldades suas em oração, e intercede ao Senhor pelo menino e pede ao Senhor que trouxesse novamente a vida ao menino que estava morto. Isso é bem interessante, pois aqui mais uma vez Elias volta para o auge de sua vida e ministério, o menino revive, e é a primeira vez na Bíblia que alguém é trazido a vida depois de morto. Quando olho todo este panorama. Aprendo dois ensinamentos bem interessantes:

1º Aprendizado – O muito é pouco, quando nós perdemos a visão de Deus.
            Quando Deus percebe que o muito irá nos fazer mal, ele nos proporciona alguns desertos para sermos moldados segundo o seu caráter. Para podermos desfrutar do que Deus tem de melhor para nós, devemos ser preparados para isso.
            Deus podia deixar Elias se acomodar no Reino. Poderia existir a possibilidade do rei Acabe propor a ele “um cargo político”, alguma coisa do tipo: “Elias agora é o profeta oficial de Israel”. Até porque Acabe deveria querer mesmo é acabar com a oposição e com os possíveis problemas com seu povo. Ele com toda certeza não gostaria de ter sido chamado atenção pelo Senhor como o foi.
            Penso eu, que Deus por conhecer melhor do que ninguém Elias, mandou que ele se refugiasse no riacho para ali receber um tratamento de Deus. Ali iniciaria um seminário na vida Elias. Só quem já foi seminarista pobre e que sabe o custo para se formar. Só a Graça de Deus, parece que a provação vem de todas as formas possíveis e impossíveis.
            Creio meus amados irmãos que Elias foi tratado pelo Senhor durante este tempo difícil de provisão. Todo o profeta deve aprender a depender de Deus e não de homens. O homem e a mulher de Deus que não depende de Deus, se torna escravo de si mesmo, ou seja, pois o homem que depende de outro homem, se torna refém do próprio homem.

2º Aprendizado – O pouco é muito, quando estamos dentro da vontade de Deus.
            Elias durante muito tempo de sua vida viveu com o pouco, mas o pouco era proporcionado pelo Senhor, e por ser proporcionado pelo Senhor, o supria de todas as necessidades. Afinal de contas, quem melhor do que o Senhor para saber qual é de fato as nossas necessidades? Quando experimentamos este sapiencial conseguimos mensurar o que diz o Salmista “o Senhor é o meu pastor e de nada sentirei falta”. (Salmo 23.1)
            O homem de Deus e a mulher de Deus deve de fato entender que o muito com Deus é tê-lo como o Senhor sobre sua vida. Em os nossos dias, a mensagem que vem sendo ministrada é “pare de sofrer”, “vem conquistar o seu milagre”, “Deus vai te fazer prosperar”. Porém, prosperidade aos olhos do Senhor é ter o suficiente todos os dias, é não ter falta.
            E, esse não ter falta, se enquadra em todos os âmbitos de nossa vida. Quando de fato estamos debaixo da vontade do Senhor, seguindo suas orientações para as nossas vidas, somos supridos em todas as nossas necessidades. Elias pode demonstrar isso de forma pratica em sua vida. E, foi usado por Deus para demonstrar a salvação e a grandeza que existe no Deus de Israel em um povo pagão.

Conclusão:
            A semelhança de Elias nós precisamos ser fiéis no pouco e no muito. Afinal de contas, o muito sem Deus é pouco. E, o pouco com Deus é muito. Por que quando estamos em Deus e realizado a sua vontade podemos expressar o que diz o Salmista “O Senhor é meu pastor e de nada terei falta”.
            Certo que em Cristo somos satisfeitos por Deus pela sua Graça e Provisão:
            Pr. Roberto da Silva Meireles Rodrigues



            

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