quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Introdução da Epístola aos Gálatas


Rio de Janeiro, 07 de Novembro de 2012.

Local - PIB em Rocha Miranda.
 Estudo realizado na “Quarta com Deus”, por ocasião da exposição da Epístola aos Gálatas.



“Introdução”
  1. Introdução:
            Você deve estar se perguntando: “O que levou o Pr. Roberto a realizar uma exposição da epístola de Paulo aos Gálatas?” Poderia elencar uma série de fatores que levaram a esta causa:
  • Direção do Senhor em resposta a busca em oração.
  • O desafio da igreja evangélica brasileira em manter-se doutrinariamente sadia. Haja vista as malfadadas teologias que circundam os nossos arraias. Tais por exemplo: rejudaização da igreja, confissão positiva (teologia da prosperidade), teologia liberal, etc.
  • O apreço pessoal por uma das epístolas mais enfáticas acerca da justificação pela fé.
  • A ênfase de Paulo a verdadeira liberdade que só pode ser encontrada em Cristo Jesus.
  • A importância que grandes heróis da fé davam a epístola: João Crisóstomo, Martinho Lutero, John Bunyan, etc.
  • Também por ser a primeira epístola escrita a nível cronológico.

Acho que estes argumentos já nos bastam para iniciarmos nossa exposição de tão célebre epístola paulina. Minha sincera oração ao Senhor é que as exposições que faremos durante as próximas quartas subsequentes possam ser extremamente esclarecedoras ao seu coração. No que diz respeito a sã doutrina da fé cristã.
A epístola de Paulo aos Gálatas foi chamada por Lutero como a “Carta Magna” da liberdade cristã. Lutero era tão apaixonado pela epístola aos Gálatas que expressou a seguinte frase sobre a mesma: "é a minha epístola; casei-me com ela; é minha epístola".
Grandes homens de Deus na história a tiveram por grande estima conforme anteriormente já citamos. Porém, nos tempos dos reformadores: Martinho Lutero, Ulríco Zuínglio, João Calvino, etc. Esta epístola fora de um valor inestimável para a defesa da doutrina da justificação pela fé.
Talvez hoje ao falarmos sobre justificação pela fé. Você acabe achando tão banal e trivial, que não dê o devido valor que esta doutrina cerne da fé cristã mereça exerce sobre a igreja de Cristo Jesus. Enquanto estava consultado alguns materiais sobre este assunto que trataremos, li uma frase do Dr. Broadus David Hale que emana exatamente a importância deste assunto. Diz Hale: "O legalismo é a religião do mundo que escraviza os homens em sua tentativa de alcançar a justiça através do mérito. O evangelho é a graça de Deus em operação, para libertar os homens, dessa escravidão, para uma justiça que é um dom a ser recebido".[1]
            Antes de iniciar a exposição do texto Bíblico propriamente dito. Gostaria de realizar algumas considerações importantes para a clarificação e elucidação do mesmo.

1.1.        Autoria da Epístola

A maioria esmagadora entende que a epístola aos Gálatas fora escrita pelo apóstolo aos gentios, ou seja: o apóstolo Paulo. Muitas evidências claras nos levam a crer neste fato.

1.1.1.   Evidências Internas
O próprio Paulo inicia a epístola escrevendo de modo minucioso acerca de si próprio. “Paulo, apóstolo enviado, não da parte de homens nem por meio de pessoa alguma, mas por Jesus Cristo e por Deus Pai, que o ressuscitou dos mortos.” (Gálatas 1:1 – Nova Versão Internacional) No tratado histórico escrito por Dr. Lucas ele narra este fato e harmoniza o fato dito pelo próprio Paulo em sua epístola diz Lucas: “Uma vez despedidos, os homens desceram para Antioquia, onde reuniram a igreja e entregaram a carta. (Atos 15:30 – Nova Versão Internacional)

1.1.2.   Evidências Externas
Segundo Broadus David Hale, todos os escritores cristãos primitivos foram unânimes em colocar na lista dos escritos paulinos a carta aos Gálatas. Outra forte evidência é a lista canônica de Marcião que possuí Gálatas também atribuindo a Paulo a sua autoria.

1.2.        Motivo pelo qual Paulo a escrevera a epístola:
            Acreditam os estudiosos que a igreja da Gálacia fora plantada por Paulo e Barnabé em uma de suas viagens missionárias. Algum tempo após sua partida da mesma, o apóstolo recebe uma notícia - não sabemos qual é a fonte da mesma, apenas Paulo o apóstolo nos dá o entendimento no primeiro verso que é de confiança - de que os Gálatas haviam se desviado da essência do evangelho.
            A questão chave era que alguns mestres estavam ensinando de que a salvação em Cristo não era unicamente suficiente para salvação do fiel. Além de crer em Cristo, era necessário que o cristão guardasse a lei de Moisés, ou seja: toda a Torá.
            Paulo ao tomar consciência deste fato rapidamente escreve uma carta visando corrigir este equívoco teológico, que compromete toda a essência da doutrina cristã. No livro de Atos dos Apóstolos capítulo 15, podemos encontrar a convocação do primeiro concílio para a resolução deste problema.
            Alguns judeus ao se converterem ao cristianismo não aceitavam o fato da simplicidade da justificação pela fé. Suas raízes de fé judaica os levavam a sempre pensar de forma meritória e legalista. Dificultando-os a entender toda a complexidade na simplicidade da doutrina da justificação pela fé em Cristo Jesus.
            A epístola também vai ter por finalidade combater alguns outros problemas. Alguns destes mestres perniciosos estavam espelhando especulações acerca da veracidade do apostolado de Paulo. Seu argumento era que Paulo não havia andando com Jesus pessoalmente, a semelhança dos outros apóstolos que foram discípulos diretos de Jesus.
            Paulo vai ser enfático ao combater esta maliciosa especulação, afirmando o seu apostolado. Logo no primeiro verso da epístola ele diz: “Paulo, apóstolo enviado, não da parte de homens nem por meio de pessoa alguma, mas por Jesus Cristo e por Deus Pai, que o ressuscitou dos mortos”.(Gálatas 1.1) No final vai fazer outra defesa de seu apostolado dizendo: “Sem mais, que ninguém me perturbe, pois trago em meu corpo as marcas de Jesus”. (Gálatas 6.17)
            Outra pestilência herética a ser combatida é o fato de alguns crentes estarem se aproveitando da liberdade que há em Cristo Jesus de forma maléfica e pervertida. Paulo vai dizer que essas pessoas ainda de fato não entenderam o que realmente é a liberdade que o evangelho proporciona. A liberdade do evangelho não nos proporciona subterfúgios para sermos ou agirmos com imoralidade.
            Sendo assim ele vai escrever: “Irmãos, vocês foram chamados para a liberdade. Mas não usem a liberdade para dar ocasião à vontade da carne; pelo contrário, sirvam uns aos outros mediante o amor”. (Gálatas 5:13)
           
1.3.        Data e destino da carta

Ao contrário da autoria da carta que a maioria dos estudiosos atribuem a autoria a Paulo o apóstolo. O local e a data não possuem tanta coesão acerca do entendimento dos estudiosos. Vale ressaltar três pontos de vistas acerca da data e o destino da carta:

1)    Igrejas do Norte da Galácia – Esse é um dos pensamentos mais antigos acerca do assunto tratado. Porém, perdeu a credibilidade após W.M. Ramsay, no final do séc. XIX, escrever um tratado sobre da história dos povos da Ásia Menor em tempos antigos.
2)    Igrejas no Sul da Galácia plantadas por Paulo durante a sua 1ª Viagem missionária, após o concílio de Jerusalém – Esse é um dos pensamentos que defende em que Paulo escrevera a epístola as igrejas plantadas por ele em sua 1ª Viagem missionárias. Porém, a carta fora escrita algum tempo após. Em uma de suas visitas posteriores a estas comunidades cristãs.
3)    Igrejas no Sul da Galácia platadas por Paulo durante a sua 1ª Viagem missionária, a carta fora escrita imediatamente após a viagem, antes do concílio de Jerusalém – Este ponto de vista é o ponto de vista defendido por autor deste simples tratado.

Tendo como pressuposto a terceira posição chegamos a conclusão de que a epístola aos Gálatas fora escrita provavelmente entes das datas de 48 e 49 d.C.,  pouco tempo após a crucificação de Jesus. Tendo esta data como pressuposto, a epístola aos Gálatas se torna o primeiro documento escrito de forma cronológica no Novo Testamento.


  
BIBLIOGRAFIA:

BRUCE, F.F. Comentário Bíblico NVI: Antigo e Novo Testamento. São Paulo: Editora Vida, 2009.

CARSON, D.A.; MOO, J. Douglas; MORRIS, Leon. Introdução ao Novo Testamento. São Paulo: Vida Nova, 1997.

HALE, David Broadus. Introdução ao Novo Testamento. São Paulo: Hagnos, 2001.




[1] HALE, David Broadus. Introdução ao Novo Testamento. São Paulo: Hagnos. 2001. Pg.247.

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