Instituto Bíblico da
Primeira Igreja Batista em Rocha Miranda
Curso Básico em
Teologia – Módulo: Tópicos em Teologia
Professor: Roberto da
Silva Meireles Rodrigues
I.
Teologia da simplicidade sobre a perspectiva de Márcio Duran.
A pretensão deste tópico de nossa
disciplina é exaurir o conteúdo emanado pelo autor, Márcio Duran, em sua obra
intitulada, “Teologia da Simplicidade”, editado pela MK Publicações. É evidente
que o livro acima supracitado será pressuposto para o conteúdo de simples
tratado como que também indicado para os alunos e leitores deste para um maior
aprofundamento no tema sugerido.
A obra em questão é de autoria do Pr.
Márcio Duran Silva. O autor, possuí em seu currículo acadêmico os seguintes
parâmetros: Formado em Teologia pelo Seminário Teológico Betel, formado em
economia pela UERJ, Pós-Graduado em Administração de Empresas e Gestão de
Negócios pela FGV, e mestrado pelo Seminário Teológico Betel em Ministérios
Globais. A literatura que analisamos é fruto de sua tese de mestrado, no curso
de pós-estudos, oferecido pelo Seminário Teológico Betel no Rio de Janeiro, a
temática da especialização é ministérios globais.
Duran inicia seu livro fazendo uma breve introdução acerca de todo extenso
conteúdo que será trabalhado por sua pessoa em tal obra. A introdução ao tema
proposto já nos gera grande entusiasmo em nos aprofundarmos na temática a ser
tratada, exaurindo, lendo, e, examinado os textos. Mas, também, em
experimentarmos de forma prática um estilo de vida simples em nosso cotidiano.
O primeiro capítulo do livro o autor traça um panorama da real situação do país
em que vivemos. Não somente do nosso país, mais também de todo o mundo. Sua
formação no campo das ciências econômicas, o capacita para uma concatenação bela
acerca dos dados estatísticos e suas implicações no desenvolvimento social.
Sua percepção econômica o faz vislumbrar coisas que até então para nós
“leigos”, são aparentemente ocultas, e de grande dificuldade de entendimento.
Jungido a este pressuposto. O mesmo faz uma análise da sociedade no que diz
respeito à política neoliberal conjugada com o capitalismo, conforme dito pela
conhecida banda pop, Titãs: “capitalismo selvagem”. E, como, estes fatores
estão tornando cada vez mais acirrada a desigualdade social em o nosso país.
Márcio após ter explanado as pressuposições sociais e econômicas. Como todo bom
cristão bíblico ortodoxo, se volta para a Bíblia. Haja vista que é impossível a
construção do pensamento teológico de outro ponto de partida a não ser a
Bíblia. E tendo a Bíblia como pressuposto para sua construção paradigmática.
Encontra na mesma resposta de Deus ao povo, com o ano do Jubileu. O ano do
jubileu consistia na repartição de terras. Era uma espécie de reforma agrária naqueles
dias. O intuito do Senhor nosso Deus era não deixar que ficasse em poucas mãos
o poderio econômico gerando desigualdades sociais, e por consequência: fome,
miséria, escravidão, etc.
Como possível saída para este cenário tão conturbado e nebuloso apresentado
acima o autor aponta um estilo de vida mais simples como um possível víeis.
Mais parecido com a vivência Neotestamentária de Jesus e os apóstolos. Em nosso
humilde entendimento parece-nos que sua proposta perpassa em: o rico, ter em sua
vida a concepção inserida no padrão perdoador de dívida contida no ano do
jubileu, dividindo o poder financeiro concentrado em suas mãos. E o pobre, após
se livrar de tal escravidão. Viver de forma simples de acordo com suas posses e
bens, para que não caia de novo no mesmo engodo maldito do ciclo mórbido gerado
por uma política dirigida pela economia.
Sua cosmovisão acerca da temática tratada é encontrar no estilo de vida simples
o padrão Bíblico como uma possível saída para tal quadro situacional encontrado
em o nosso país e no mundo.
No segundo capítulo o autor narra à construção histórica sobre o pressuposto
levantado pelo mesmo acerca da temática vida simples. O mesmo aponta o
congresso de Lausanne I como o despertar para a questão. E pontua de forma
sistémica tanto o seu conteúdo, como a história da discrição do congresso, o
Congresso Internacional de Vida Simples.
No conteúdo do tema tratado no congresso existe uma forte ênfase nos seguintes
assuntos: Deus está ao lado dos pobres, a espiritualização dos textos que
tratam do assunto pobreza e apontamentos para a construção de uma vida mais
simples, de famílias mais simples, igrejas mais simples e por consequência
disso, sociedade mais simples e com uma sensibilidade maior na ajuda ao pobre.
No terceiro capítulo do livro o autor vai tratar de como a construção de uma
vida simples deve-se de fato, ser aplicada em uma contribuição a uma sociedade
mais igualitária, no que diz respeito à economia, lazer, etc. Márcio vai
apontar a junção entre a evangelização e a contribuição social, como um padrão
Bíblico. Na verdade, não diretamente Márcio irá apontar este fato, mas sim, o
consenso de pensadores no congresso supracitado pelo autor em seu livro.
O mesmo narra a dificuldade existente para jungir estas duas esferas da vida
cristã: a evangelização e o bem estar social comunitário. As junções destes
dois fatores proporcionam, a cosmovisão de se enxergar o homem em um ser
totêmico, ou seja; integral. Aqui de fato o autor se posiciona contra a questão
soterológica da teologia da libertação e defende que não somente deve ser
evidenciada a construção de um bem estar social, mas é necessário que o homem
pecador encontre em Cristo Jesus salvação para sua vida.
O capítulo 4 leva propriamente dito o título do livro. Duran traça as três
teologias que são tratadas e exauridas ao longo de toda a sua obra e faz um
paralelo ao pensamento Karl Barth e Lutero de que teologia deve desencadear na
práxis. Tendo feito isso discorre sobre como as mesmas; teologia da libertação,
teologia da prosperidade e a teologia da simplicidade, são de fato não só
construção acadêmica, mas são desdobradas na práxis do dia a dia.
O autor tenta conceituar simplicidade. Mas pelo que entendemos não consegue de
fato chegar a uma definição sistemática. Haja vista como sistematizar uma coisa
que é tão profunda e ao mesmo tempo tão pratica, como sistematizar uma coisa
que é tão simples, e ao mesmo templo complexa? É um paradoxo que se explica
pelo mesmo. Pelo menos, o leitor pesquisador teve esta impressão ao examinar o
texto.
Duran cita o excelente livro: Celebração da simplicidade, escrito pelo ilustre
Richar Foster. Conforme anteriormente falamos, Foster vai se utilizar da
construção paradoxal para tentar a construção de uma possível tentativa de
elucidação do que na verdade é teologia da simplicidade.
Foster vai dizer que a verdadeira simplicidade ela emerge de dentro para fora.
Ela é interior, depois de ser exterior. Ela não é meramente uma mudança de
vestuário, ou alguma outra coisa parecida. Mas é de fato fruto de uma verdadeira mudança de interior.
O mesmo termina traçando uma crítica à teologia da prosperidade que não possuí
respaldo nenhum bíblico para poder de fato ser considerada como uma teologia. É
assim chamada como um apelido. Essa malfadada teologia é um engodo para todo e
qualquer cristão genuíno. Depois de dito isso, o autor aponta para a pessoa de
Jesus como resposta de simplicidade ao mundo carente e necessitado de sua
ajuda.
Pastor Márcio agora se volta para a história da igreja onde encontra grandes
heróis da igreja tais como: São Francisco de Assis, George Muller e Madre
Teresa de Calcutá. E se utiliza da vida destes grandes homens e mulheres para
também ajudar alicerçar a construção do pensamento acerca da teologia da
simplicidade.
Conclusão:
É um prazer poder reler uma tão excelente obra. Um das matérias que em nosso
tempo de seminarista mais mexeram com o meu coração e mente. Lembro-me que na
ocasião que tomamos conhecimento do Pr. Márcio Duran e de sua construção
teológica. Fomos agraciados pelo senhor para a construção de um texto chamado:
“teologia do jumentinho”, onde de fato queríamos enfatizar que Jesus é o nosso
Rei, o dono de fato de nossas vidas.
Nosso intuito fora mostrar a identificação que temos com o jumentinho. Um
jumentinho sem guia, não sai do lugar. Um jumentinho sem guia não tem vontade.
Um jumentinho sem guia, não sabe o que fazer. Que possamos ser como um
jumentinho em que Jesus montou e foi glorificado ao entrar na cidade santa.
Minha oração é que Ele conduza de fato
as nossas vidas a uma vida de simplicidade. Construída não de forma exterior,
mas sim de forma interior.