sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

Breve texto sobre o comentário de Lutero sobre Gl. 5.1

Comentário de Lutero sobre Gálatas 5.1


            Lutero ao comentar sobre o verso um do capítulo cinco do livro de Gálatas ele diz: “A vigilância e a persistência são necessárias, a fim de que conservais a liberdade para a qual Cristo nos libertou. Aqueles que estão seguros e estão dormindo não são capazes de conservá-la”.
            Ele faz um paralelo com a fala de Pedro em sua primeira epístola no capítulo cinco no verso de número oito. Na concepção de Lutero o “estais pois firmes” de Paulo aos Gálatas é semelhante ao “Sede sóbrios e vigilantes” de Pedro. Haja vista que o inimigo de nossas almas possui sempre o ardente desejo de destruir nossa fé.
            Nosso irmão Martinho levanta a hipótese de que existe uma condição para aqueles gozam da liberdade que há no evangelho de Cristo Jesus. Pelo que pude perceber em seu texto, Lutero vincula a condição a vigilância e sobriedade de uma vida piedosa, ou seja, uma vida de acordo com os preceitos da Palavra de Deus.
            O termo liberdade na concepção de Martinho está intimamente à questão sotereológica. Ele chega a afirmar “Pois Cristo não nos libertou não política, não carnal, mas teológica ou espiritualmente”, isto é, para que a nossa consciência seja livre e alegre e não tema a ira vindoura”.[1]
            Para o célebre reformador alemão somos livres da lei, do pecado, da morte, e do diabo por desfrutar desta liberdade da ira futura de Deus. É a salvação em Cristo Jesus que nos proporciona estar libertos das cargas opressoras lançadas por estes males contra nossas vidas.
            No entendimento dele a grandeza da liberdade conquista na cruz por Jesus e nos oferecida em troca apenas da fé, e por sua vez, jamais será compreendida por pessoas que apenas conseguem conceber a idéia de uma fé meritocrática, baseada cumprimentos de leis, regimes, rituais, etc.
           Na concepção de Lutero o tema é de muita relevância, é um tema de relevância eterna. Ele expressa isso ao dizer: “Não se trata, aqui, de uma questão de pouca ou de nenhuma importância. É uma questão de uma liberdade infinita e eterna ou de uma escravidão infinita e eterna”. 
         Sendo assim, percebemos de modo nítido que a concepção de liberdade cunhada por Lutero está intimamente ligada a salvação. Ou seja, aqueles que são salvos da ira vindoura estão livres da escravidão neste tempo presente e também na ira futura de Deus. E, por sua vez aqueles que preferiram creditar em seus esforços mediante a guarda da lei, em colocar seu coração em acreditar que serão salvos da ira futura através de seus méritos pessoais, serão escravos deste pensamento neste tempo presente e sofrerão com a ira futura de Deus. Haja vista que a justiça de Deus se manifestou em Cristo Jesus como diz o apóstolo Paulo escrevendo aos Romanos.
            




[1] LUTERO, Martinho. Martinho Lutero: obras selecionadas, v. 10. São Leopoldo: Sinodal, Canoas: ULBRA, Porto Alegre: Concórdia, 2008. pg. 433.

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