Rio de Janeiro, 15 de abril de 2020.
Devocionais
dos “Arautos da Esperança!”
9º
Devocional – Sobre montes e vales!
Ainda
me lembro de tudo que envolveu minha conversão ao Senhor Jesus. Eu tinha
acabado de sair de minha adolescência, eu e Vivian estávamos planejando nos
casar, estava ainda em um momento de bastante escuridão em minha vida. Durante
esse período de minha vida lembro-me ter passado noites e noites em claro
pensando sobre minha vida e sobre o sentido de sua existência.
Naquela
altura, eu já tinha trancado minha faculdade de história, muito frustrado com
este fato e se acarretou após a separação dos meus pais. Eu, minha mãe e meus
dois irmãos saímos de casa, e fomos morar um tempo com minha avó e logo após, alugamos
uma casa pequena de um quarto.
Foi
neste tempo que meu irmão mais novo começou a frequentar a igreja Batista que
existia em nossa rua, logo após a Vivian começou também a frequentar os cultos
junto com ele. Eu era um jovem cético, rancoroso, com muita dor e amargura em
minha alma. Nesse tempo vivia extremamente frustrado, )porque tinha que
trabalhar incansavelmente para poder suprir as necessidades de minha mãe e de
meus irmãos. Na verdade, minha maior frustração era derivada do fato de saber
de todo potencial que eu tinha para realizar meu sonho de ser um oficial das
forças armadas. Mas o cansaço físico, mental e emocional drenavam minhas energias
e me levam a um desânimo constante em tentar sair daquele momento de vida em
que estava vivendo.
Foi
nesse tempo que comecei a pensar em abrir meu coração para uma religião. Fui
com meu tio visitar um centro Kardecista, mas não me senti em paz. Como havia
realizado primeira comunhão fui a igreja católica de meu bairro, e também não
me senti em paz. Nesse tempo comecei a ler o Novo Testamento incentivado pela
Vivian e a vez por outra assistir ao programa do R.R.Soares, o “Show da Fé”. Eu
gostava muito do jeito simples e de sua mansidão para explicar a Palavra de
Deus. Mas ainda havia dentro de mim um grande abismo entre a minha pessoa e o
evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo.
Em
uma semana dentre esses anos, estava entusiasmado para ir assistir a reestreia
do Edmundo com a camisa do Vasco, era um jogo de Vasco e Flamengo.
No entanto, Vivian havia me convidado para ir
a igreja naquele domingo, mas eu queria mesmo era poder assistir ao jogo. Foi
então que tive a felicidade de prometer a ela que se chovesse eu iria com ela
para igreja, invés de ir para o
Maracanã. Naquele domingo caiu um temporal, como sou um homem de palavra, fui
com ela e com meu irmão Romário para igreja!
Naquele
domingo eu entrei pela primeira vez em uma igreja evangélica. Lembro-me de cada
instante: lembro-me do sermão do pastor Joel, lembro como achei legais os
louvores e animação do povo enquanto os entoava ao Senhor, amei ser recebido
com tanto amor e carinho por aqueles irmãos. Enfim, eu havia me sentido em paz
e descoberto o meu lugar!
Naquele
domingo eu entreguei a minha vida a Jesus e o pedi para fazer uma
transformação. Minha conversão foi daquelas radicais, imediatamente deixei
alguns hábitos que não me faziam bem, senti no coração um ardente desejo de
orar, ler a Bíblia e de compartilhar minha nova fé. A sensação que eu tinha,
acredito que possa ser comparada a mesma sensação que Pedro, Tiago e João
sentiram enquanto estavam com o Senhor, Moisés e Elias no monte da
transfiguração. Eu não queria de jeito nenhum perder aquela sensação, aquele
vigor!
Mas
o tempo foi passando, fui amadurecendo na fé, e aquele entusiasmo e paixão do
primeiro amor deram lugar a uma fé mais compromissada e mais altruísta. A
semelhança dos discípulos que tiveram que descer do monte da transfiguração
porque lá embaixo no vale estava o menino lunático que precisava de ajuda,
assim também o Senhor deseja que eu amadurecesse e descesse até o vale para
ajudar aqueles que necessitam.
A
fé cristã ela requer de nós amadurecimento e, esse amadurecimento só é possível
através de experiências com Deus em nosso dia a dia. Já dizia o velho ditado:
“Não se fazem bons marinheiros em mares calmos!” Nosso Senhor vai
aperfeiçoando-nos em meio aos vales, quando nos deparamos com as pessoas que
precisam de nós. O monte é a conversão, é o ponto de encontro inicial, mas o
chamado é para o vale!
Certo
de que Cristo nos deseja nos vales levando sua presença:
Seu
amigo e pastor, Roberto da Silva Meireles Rodrigues.
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