quarta-feira, 3 de maio de 2023

Sobre votos e alianças - Amós 3.3

 


Rio de Janeiro, 03 de maio de 2023.

Série de Mensagens – Construindo relacionamentos saudáveis

Tema da Mensagem – Sobre votos e alianças

Texto Base – Amós 3.3

Introdução:

·         Nossa infância está cheia de conto de fadas contendo: príncipes e princesas, heróis e vilões, magos e bruxas, etc. Todavia, em todos estes contos o bem sempre vence o mal;

·         Em muito de nós é meio que instaurado em nosso subconsciente coisas do tipo: as meninas como princesas que esperam pelo seu príncipe encantado que a salvará de todos os males e a fará feliz para sempre; os meninos que serão fortes e corajosos a semelhança dos heróis e que encontrarão sua doce, bela e meiga princesa prometida;

·         Como diz a Dr. Elaine Cruz com o passar do tempo às crianças descobrem que há uma grande diferença entre estórias e histórias;

·         Os psicólogos dizem que na chamada segunda infância descobrimos possuir uma história única, dotada de pessoas reais e dentro de nosso próprio universo e começamos a perceber que a vida é composta de bons e maus momentos;

·         Essas nossas histórias individuais se desenvolvem até se encontrarem com outras. Desde instante em diante as histórias que eram individuais se tornam conjuntas, o que era individual passa a ser plural;

·         Todo casal tem este marco: o momento em que a história individual passa a ser uma história dos dois – há fatos a lembrar, datas a comemorar, vivências a emocionar e lembranças a partilhar. O interessante é que muitas vezes, quando conhecemos a pessoa que fará conosco a parceria na história a se escrita, não temos ainda um contrato ou um compromisso interno que sele esta sociedade. Só depois de um período de namoro, às vezes ao longo de um noivado, é que nos conscientizamos de que achamos o nosso par. Há ainda aqueles que se casam, erroneamente, sem terem a convicção de que suas vidas e histórias estarão sempre entrelaçadas à do outro. Não se sentem cônjuges, compartilhando dificuldades e alegrias, recreação e compromissos, direitos e deveres. Moram juntos, dividem contas e espaço físico, mas ainda não dividem ou conjugam suas dores, sonhos, projetos, ideias e histórias. Cabe uma indagação: O que é preciso para que o casal inicie, de fato, o processo de conjugação de vida?”[1]

 

 

 

 

Partilhar Eventos não é o bastante:

·         Quando se inicia um namoro o casal passa a frequentar os mesmos lugares, geralmente costumam partilhar os mesmos amigos e com o passar do tempo começam a frequentar reuniões familiares um da família do outro;

·         O noivado já possui características de preparo e planejamento para o casamento envolvendo: economia do salário de ambos para compra da casa ou aluguel de uma, detalhar juntos acerca da cerimônia, pensar onde será a lua de mel, planejar acerca da compra dos móveis e eletrodomésticos e demais utensílios para a nova casa;

·         Porém, existem muitas pessoas que partilham uma vida mas ainda não conjugaram, não se concatenaram;

·         “A palavra conjugar tem origem no fato de que, para se arar uma terra, há um costume antigo de se pegar dois bois e uni-los com um jugo – um pedaço de madeira ou ferro, preso a um arado, que é colocado nos ombros dois bois, que precisam ser de mesma força e tamanho, para que, juntos, possam arar a terra. Conjugar a vida é, portando, entender que um depende do outro, que ambos são importantes no processo de vivenciar o casamento, que os dois precisam estar em equilíbrio de responsabilidade e força, de modo a que arar o cotidiano se torne uma tarefa mais fácil, e até mais satisfatória”.[2]

 

Partilhar sentimentos não é suficiente:

·         Muitos casais quando estão enamorados são arrebatados por uma paixão intensa. Vivem sonhando, desenhando corações, escrevendo cartas e poesias um para o outro, compondo canções de amor, etc;

·         Essas coisas são muito boas, acreditem, estar apaixonado é muito bom e traz um sentimento maravilhoso. Todavia, isso não é o suficiente;

·         Sempre é bom lembrar que nossas decisões precisam ser tomadas de forma racional, pois é exatamente isso que nos torna diferentes dos animais;

·         “Na área sentimental, para tomarmos a decisão de entregar voluntária e conscientemente nossa história para ser partilhada e escrita por outra pessoa, é fundamental compreender bem o significado e a utilidade dos sentimentos que muitas vezes se confundem em um relacionamento, como amar, estar apaixonado ou gostar de alguém”.[3]

·         Quando estamos dispostos a partilhar nossas vidas com alguém precisamos submeter essa pessoa ao nosso processo de investigação pessoal. Precisamos elaborar um processo para identificarmos se conseguiremos caminhar no mesmo rumo com os valores que cada qual possui e acha essencial para sua jornada;

·         Já a paixão ela cega, te faz ficar irracional, pois acabamos não avaliando a pessoa e não nos atentamos sobre aquilo que não toleramos e envolvemos sentimentos e emoções e depois acabamos sofrendo por este motivo;

·         Podemos nos atrair por uma pessoa seja bela aparência ou por seu caráter, mas o tempo será essencial para realizarmos essa averiguação. Já que o amor é um mandamento bíblico ele é baseado em um ato de decisão, ou seja, não se ama sem desejar amar alguém. Mas, quando decidimos amar alguém mesmo mediante as lutas, problemas, crises, tribulações encontramos paz e um caminho para cumplicidade, respeito, harmonia e unidade;

 

Só o amor (sentimento) não basta:

·         O amor que é fruto do Espírito (Gl 5.22) precisa ser regado e cuidado, se não ele morre;

·         Se basearmos nossa relação em nossos sentimentos e admiração pela outra pessoa podemos incorrer em um sério equívoco, já que essas coisas são extremamente voláteis, líquidas;

·         “Portanto, por melhores que sejam os sentimentos nutridos por um casal, e por mais importantes e profundos que estes sejam, não é o sentimento que sustenta a vida conjugal. Sentimentos podem mudar, o amor como decisório está sempre subordinado ao nosso querer, mas a família o casamento devem perdurar apesar dos sentimentos existentes”;

 

Partilhar o mesmo espaço não é o bastante:

·         Onde será que inicia a vida conjugal? Alguns dizem que é no dia da celebração da cerimônia religiosa; outros dizem que é no cartório diante do juiz e das testemunhas; outros dizem que basta apenas morarem juntos e basta. Quando será que realmente inicia a vida conjugal?

·         “Em primeiro lugar, é importante salientar que a vida conjugal não pode ser confundida com a vida a dois. Morar na mesma casa, partilhar os gastos e espaços, e criar regras de convivência pacífica, não garantem uma vida realmente conjugada. Nos casos em que o casal só mora junto, este abdica do compromisso mútuo firmado na frente de parentes e amigos: não há garantias, não há o compromisso dos votos – é como trabalhar sem carteira assinada ou garantia de remuneração. Afinal, se a coisa é para valer, por que não registrar a união de forma legal? Casar de “papel passado” é importante para a segurança e confiança que deve haver entre o casal que visa a partilhar a vida”;[4]

 

Coisas que não asseguram a vida conjugal:

·         Sentimentos, paixões, partilhar o mesmo espaço e nem mesmo a oficialização da relação;

·         Ter filhos não segura um casamento;

·         A vida sexual não garante vida conjugal;

·         A base da vida conjugal é compromisso.

 

A base da vida conjugal é o compromisso:

·         “Todo relacionamento pode ser entendido como conugado quando as duas pessoas se comprometem com a relação de forma consciente e voluntária. É por esta razão que o casamento se inicia com o compromisso de duas pessoas partilharem sues projetos de vida, estando unidas na doença e na saúde, nas alegrias e tristezas, nas vitórias e fracassos, até que a morte as separe. Quando duas pessoas se comprometem, apresentam seus votos uma a outra, elas assumem a responsabilidade em levar o jugo, que deverá ser partilhado por toda a vida.”

·         Muitas pessoas se casam pelos motivos errados, fazem os votos cerimoniais sem discernirem o que estão fazendo e aí acabam não realmente comprometidos com o ato;

·         Um relacionamento saudável está baseado em um compromisso mútuo e isso o torna maduro, com princípios e valores bem definidos e expostos um para o outro, em relacionamento saudáveis os cônjuges se respeitam e se admiram, são gratos em saber que sua relação é de confiança e segurança, pois seus votos não são somente palavras ao vento;

·         “A base da vida conjugal é o voto, o reconhecimento de que nossa história há de ser partilhada. É o reconhecimento de que somos parte do outro e dependemos dele para estarmos completos – é entender que não estamos casados, mas somos casados. Afinal, mais do partilhar eventos, construir sentimentos, dividir filhos e tarefas ou dividir a mesma cama, conjugar é partilhar almas”.[5]



[1] CRUZ, Elaine. Sócios, Amigos e Amados: os três pilares do casamento. Rio de Janeiro: CPAD, 2005, pg. 16.

[2] CRUZ, Elaine. Sócios, Amigos e Amados: os três pilares do casamento. Rio de Janeiro: CPAD, 2005, pg. 17.

[3] IDEM, pg. 19.

[4] CRUZ, Elaine. Sócios, Amigos e Amados: os três pilares do casamento. Rio de Janeiro: CPAD, 2005, pg. 23.

[5] CRUZ, Elaine. Sócios, Amigos e Amados: os três pilares do casamento. Rio de Janeiro: CPAD, 2005, pg. 27.

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