Ao anjo escreve...
A expressão “Ao anjo escreve...” é
extraída dos textos de Ap 1.20 e também em Ap 2.1; 2.8; 2.12; 2.18; 3.1; 3.7;
3.14. Existem muitas especulações sobre o significado da palavra “anjo” usada
pelo apóstolo João nos textos acima citado.
A palavra grega “aggelos”
que é traduzida por anjo em nossas versões bíblicas podem possuir pelo menos
dois significados. O primeiro pode ser literalmente anjo, ou seja, um ser
celestial que é conceituado pela Bíblia como espíritos ministradores que estão
sobre as ordens de Deus para servirem a seus propósitos (Hb 1.14). O segundo
pode significar um mensageiro, neste caso, um ser humano que está incumbido de
transmitir uma mensagem.
Os estudiosos não são unânimes
quanto a interpretação para utilização da palavra usada por João. Para ser
muito sincero com os irmãos a percepção que tenho ao ler os comentários destes
irmãos é que eles explanam as possíveis interpretações emanadas ao longo da
história da igreja, mas que não emitem sua opinião pessoal acerca da
interpretação da palavra.
Porém, alguns conceituados estudiosos
tais como: John MacArthur Jr., Hernandes Dias Lopes, Augustus Nicodemos são
categóricos em afirmar que a palavra se refere ao pastor de cada uma das
igrejas locais aos quais Jesus estava direcionando as cartas.
As cartas que Jesus direciona as
sete igrejas da Ásia Menor possuem aspectos específicos de cada uma daquelas
igrejas. As cartas também servem como orientação a igreja de Cristo de todos os
tempos.
Essas
cartas são direcionadas aos pastores devido eles serem os responsáveis diante
de Deus por cada um daqueles rebanhos. O texto bíblico de Hebreus nos revela
esse ensinamento: "Obedecei a vossos
líderes, sendo-lhes submissos, pois eles estão cuidando de vós, como quem há de
prestar contas; para que o façam com alegria e não gemendo, pois isso não vos
seria útil." (Hebreus 13.17)
Partindo desse pressuposto de
autoridade estabelecido por Deus muitos pastores manejando versos como o citado
tornam-se verdadeiros déspotas e acabam oprimindo o rebanho do Senhor
contrariando uma orientação bíblica expressa dada pelo apóstolo Pedro: “Portanto, suplico aos presbíteros que há
entre vós, eu que sou presbítero com eles, testemunha dos sofrimentos de Cristo
e participante da glória que será revelada: "pastoreai o rebanho de
Deus que está entre vós, cuidando dele não por obrigação, mas espontaneamente,
segundo a vontade de Deus; nem por interesse em ganho ilícito, mas de boa
vontade;" nem como dominadores dos que vos foram confiados, mas
servindo de exemplo ao rebanho. Quando o Supremo Pastor se manifestar,
recebereis a imperecível coroa da glória”. (1 Pedro 5:1-4)
Por outro lado, muitos irmãos
esquecem que quem constitui um pastor sobre a liderança de uma igreja é o
Senhor da igreja, ou seja, o próprio Senhor Jesus. Muitos irmãos acabam
confundindo o procedimento amoroso, educado, bondoso com fraqueza. Acabam
trazendo um peso a vida do pastor e de sua família levando-os a pastorear o
rebanho não por prazer, mas por obediência ao Senhor que ali os colocou.
A sabedoria bíblica é bem clara
enquanto a vontade de Deus para a direção de sua igreja. Jesus é o verdadeiro
Pastor da igreja, porém suas ordens e orientações para sua noiva é direcionada
aquele a quem Ele constituiu bispo sobre o rebanho d’Ele, ou seja, o pastor
local, que aos olhos de Deus é um auxiliar de Jesus, o verdadeiro pastor da
igreja.
A
função do pastor é transmitir a igreja a orientação de Jesus para o seu
rebanho. Vale destacar que tanto o pastor, tanto o rebanho, precisam ser
submissos a vontade de Jesus. Sendo assim alguns desafios são estabelecidos.
O
desafio do pastor é buscar intensamente a presença de Deus afim de que em Deus
ele consiga ouvir e discernir a vontade de Deus para o seu povo, guia-lo dentro
da Palavra de Deus, da sã doutrina que foi transmitido pelos apóstolos de
Jesus. Essa é a orientação paulina: “O
que ouviste de mim, diante de muitas testemunhas, transmite a homens fiéis e
aptos para também ensinarem a outros” (2 Timóteo 2.2) Um verdadeiro pastor
tem a difícil (se encarada de forma carnal impossível) de ser um sucessor dos
apóstolos e ser um guardião da sã doutrina afim de que o rebanho não se desvie
da Palavra de verdade.
O
desafio do rebanho é se unir ao pastor e ser obediente a este a quem o Senhor deu
autoridade para pastorear o rebanho. Isto é, quando este pastor é alguém que dá
testemunho com sua vida de que é digno de confiança e cumpre os requisitos
descritos pela Palavra de Deus das qualidades exigidas de um ministro do
evangelho de Jesus. Qual é a dificuldade em se permitir ser pastoreado,
conduzido a vontade de Deus através da vida deste pastor?
Quando
pastor e rebanho se submetem ao Supremo Pastor a vontade de Deus é estabelecida
e o fardo se torna leve e o jugo se torna suave (Mateus 11.28). Minha sincera
oração é que nosso rebanho continue submisso a vontade de seu Supremo Pastor!
Certo
de que precisamos ser submissos ao nosso Supremo Pastor:
Seu
amigo e pastor, Roberto Meireles.
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