Rio de Janeiro, 05 de novembro de 2025.
INSTITUTO BÍBLICO EFATÁ
MÓDULO DE TEOLOGIA DO NOVO TESTAMENTO
7ª AULA – CRISTOLOGIA EM PAULO
PROFESSOR – PR. ROBERTO DA SILVA MEIRELES RODRIGUES
CRISTO, O MESSIAS:
Toda
teologia de Paulo é derivada deste encontro com Cristo no caminho de Damasco.
Encontro este que o fez crer que Jesus era o Messias que tanto esperava.
O
termo “Christos” em Paulo possui uma
conotação bem diferente dos evangelhos. Paulo utiliza o termo quase sempre como
um nome próprio. Com raras exceções ele se utiliza do termo se referindo a
Jesus como um título.
Paulo
fala pouco sobre o messianato como também sobre o Reino de Deus. Porém, ambos
são essenciais para a construção de seu pensamento teológico. Uma possível
razão dele falar tão pouco sobre os assuntos de forma direta é o fato de a
maioria esmagadora de seus escritos tinham a finalidade de alcançar e ajustar
os cristãos gentios;
Na
perspectiva de Paulo o reino de Deus é escatológico. (1 Ts. 1.5; 2.12; 2 Tm.
4.1)
Embora
o Reino seja uma benção escatológica os santos podem desfrutar da benção hoje,
pois foram libertos do reino das trevas. (Cl. 1.13)
“O pensamento de Paulo
sobre o messianato envolve uma série de categorias messiânicas tradicionais,
pois Jesus não reina como um monarca terrestre e a partir de um trono de poder
político, mas como o Senhor ressuscitado e glorificado” (LADD,
pp.570)
O MESSIAS É JESUS:
O debate moderno a
respeito do Jesus histórico e do Cristo exaltado e kerigmático. Paulo sabe que
o messias é Jesus de Nazaré: Um israelita (Rm. 9.5); da família de Davi (Rm.
1.3); que viveu sob a lei (Gl. 4.4); que era um homem pobre (2 Co. 8.9); que
exerceu ministério entre os judeus (Rm. 15.2); teve 12 discípulos (1 Co. 15.5);
instituiu a última Ceia (1 Co. 11.20); foi crucificado, sepultado e surgiu dos
mortos. (2 Co. 1.3, 4; 1 Co. 5.4)
Paulo cita muitos
atributos do caráter de Jesus: mansidão e benignidade (2 Co. 10.1); obediência
a Deus (Rm. 5.19); a sua constância (2 Ts. 3.5); a sua graça (2 Co. 8.9); ao
seu amor (Rm. 8.35), sua completa abnegação (Fp. 2.9); a sua justiça (Rm.
5.18); e a sua impecabilidade (2 Co. 5.21)
O kerigma de Paulo
é o mesmo do Senhor. Em Cristo Deus visitou os homens e lhes trouxe uma
salvação messiânica.
JESUS,
O SENHOR:
A expressão mais
utilizada para se remeter a atributos e características de Jesus é a expressão “kyrios”. Ela utilizada não somente por
Paulo, mais também pelo cristianismo gentio em geral.
O âmago da proclamação paulina sobre Jesus
é o Senhorio de Cristo. Podemos concluir isto a partir de textos como: “E ninguém pode dizer que Jesus é o Senhor,
senão pelo Espírito Santo”. (I Co. 12.3)
Paulo neste verso não quis dizer que
alguém que faz esta afirmação, o faz por ser templo do Espírito Santo. Na
verdade, qualquer pessoa pode fazer esta afirmação. Todavia, o que Paulo que
dizer é que se uma pessoa verdadeiramente, na sinceridade de seu coração, faz
essa confissão, ela é alguém que reconheceu em sua vida o senhorio de Jesus.
Confessar que Jesus é o Senhor possui duas
implicações: a primeira é individual. Aquele que confessa que Jesus é o Senhor
entende que Jesus agora desfruta de total soberania sobre sua pessoa. A segunda
é coletiva. Expressões utilizadas por Paulo tais quais: “nosso Senhor Jesus
Cristo”, “nosso Senhor Jesus”, “Jesus Cristo nosso Senhor” nos proporcionam
esta afirmação. Estas expressões nos levam a crer que o indivíduo que
reconheceu que Cristo é Senhor de sua vida está em comunhão com outros
indivíduos que também reconheceram a Jesus como seu Senhor.
Confessar Jesus como Senhor não é apenas
expressar uma devoção pessoal, pois essa devoção pessoal é algo como já
dissemos pessoal, ou seja, de foro íntimo. Todavia, confessar Jesus é algo de
reconhecimento cósmico, é uma crença, é uma confissão de fé.
“A
importância do título Kyrios é encontrada no fato de Kyrios ser a tradução
grega do tetragrama YHWH, o nome de Deus na aliança do Antigo Testamento. O
Jesus exaltado ocupa o papel do próprio Deus no governo do mundo. Deus está
satisfeito em realizar na pessoa de seu Filho encarnado. Jesus Cristo, a
restauração de um universo decaído. Quando o mundo adora a Jesus Cristo como
Senhor, está adorando a Deus” (LADD, pp.575)
CRISTO, O ÚLTIMO ADÃO:
Assim, também está escrito: Adão, o
primeiro homem, tornou-se ser vivente, e o último Adão, espírito que dá vida.
Mas primeiro não veio o espiritual, e sim o natural; depois veio o espiritual.
O primeiro homem foi feito do pó da terra; o segundo homem é do céu. (1 Co.
15.45-47)
Portanto, assim como o pecado entrou no
mundo por um só homem, e pelo pecado, a morte, assim também a morte passou a
todos os homens, pois todos pecaram. (Rm. 5.12)

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