sexta-feira, 30 de março de 2012

Em busca de oftalmos!


Em busca de oftalmos! 

Nestes últimos dias, estive lendo muito sobre liderança, e outros assuntos semelhantes. Quando comecei a ler sobre o tema “visão”, imediatamente construí em minha mente de forma literal uma pessoa que tem uma vista excelente, ou seja, uma pessoa que têm o sentido da visão funcionando de forma excelente. Logo também comecei a pensar no avesso da história. E pude me lembrar como um problema na vista atrapalha no dia a dia de uma pessoa.
Sei muito bem o que é ter problema de visão. Desde de criança tenho problemas em minha visão. Meus pais me levaram ao oftalmo para a identificação do meu problema quando eu era ainda uma criança. Até mesmo por que tinham em suas mentes que o oftalmo iria nos orientar acerca de como e qual seria o melhor tratamento a se realizar. De modo que meu problema não pudesse persistir, visando não torná-lo um ato contínuo em minha vida.
Pois bem, o oftalmo identificou o problema de minha visão defeituosa. Eu fui acometido de astigmatismo e hipermetropia. Tendo o laudo nas mãos o médico nos recomendou que fizéssemos um óculos para o ajuste de minha vista. Assim o fiz. Confesso que pelo menos há uns três, há quatro anos eu estou sem usar óculos. Deus tenha misericórdia de mim!
Mas, onde quero chegar com essa história de óculos, problemas de vista e tal? Utilizei este exemplo para denotar como é importante a forma com que enxergamos as coisas. Não gostaria de entrar muito nos detalhes a cerca do conceito de “visão” para a liderança. Mas gostaria sim, de aplicar de forma mais pratica em nossas vidas.
Gostaria de fazer-lhe algumas perguntas. A primeira delas é: “O que têm atrapalhado você de conseguir enxergar a visão de Deus para sua vida?”. A segunda é: “Uma vez tendo identificado o mesmo. Como você vai resolver este problema? Terceiro: “Nunca se esqueça. De que de tempos em tempos. Você terá que fazer novamente um novo exame. Para constatar de fato se sua visão está boa. Ou se você precisará aumentar ou diminuir o grau de seus óculos?”
Quando temos problemas em nossas vistas procuramos o oftalmo para o diagnóstico e resolução do problema. Meu conselho a você é: Tenha na sua caminhada oftalmos. Pessoas que possam te conhecer, te ouvir, diagnosticar e orientá-lo a cerca de um problema. Pessoas que você confie, pessoas que você possa abrir o seu coração e ser quem de fato você é. Essas pessoas poderão lhe receitar alguns óculos. Visando melhorar sua visão. Pense nisso com carinho e que você encontre um oftalmo para cuidar de sua “visão”.
Nele, que é o nosso Supremo Oftalmo!
Pr. Roberto da Silva Meireles Rodrigues.

Liderança Corajosa - Resenha (em construção)


RESENHA CRÍTICA:

HYBELS, Bill. Liderança Corajosa. São Paulo: Vida, 2002. Págs. 255.

O autor propõem-se a tratar do assunto liderança. Seu interesse pelo tema é derivado do assunto proposto não ser algo teórico, abstrato em sua vida, mas sim empírico e fruto de uma construção com alicerces com profundo arcabouço acadêmico. Ao longo de trinta anos o referido autor ocupa o cargo de Pastor Sênior em uma das comunidades cristãs que mais crescem em números de adeptos e também relevância social, comunidade esta chamada chamada de Willow Creek Church. Seu tempo de exercício da função e sua especialização no tema, lhe concedem autoridade para sua construção literária.
Bill parte do pressuposto que a semelhança do meio secular, onde as pessoas se especializam cada vez mais em busca da realização de uma profissão com excelência. Assim também, os líderes eclesiásticos, podem render muito mais, se compreenderem melhor qual o seu papel para a vitalidade de uma igreja local. E, é claro, sua visão não se limita a igreja local, sua proposta é que a liderança em comunidades cristãs através da igreja local, sejam por consequência inevitável, uma salutar proposta da expansão do Reino de Deus.
No decorrer de suas palavras nos torna evidente o seu entendimento de que somente a igreja local têm poder para mudar a realidade do mundo. Hybells não quer afirmar com essa frase o entendimento de que o poder de mudar as pessoas está na igreja instituição. Pelo contrário, esta afirmação, parte do princípio de que somente através da pessoa de Jesus Cristo, o mundo pode alcançar o poder redentor e regenerador que há em Cristo Jesus. E quem é portadora desta mensagem que transforma vidas é a igreja de Jesus Cristo, que é responsável em continuar a sua obra.
Seu desafio é despertar nos líderes eclesiásticos a importância deles na vida da igreja, para que a mesma cumpra a sua missão, que é de transformar pessoas que é a mensagem central do evangelho de Jesus.
Logo no início de sua obra ele começa a se indagar a cerca do que pode ou não, fazer com que uma igreja local possa ser relevante no cumprimento de sua missão, conforme acima descrevemos. Ele então relata suas pesquisas de campo, e declara sua conclusão sobre sua indagação. Diz ele:
Então aqui está: o que igrejas frutificam possuem em comum é que são lideradas por pessoas que possuem e desenvolvem o dom espiritual de liderança. Sempre e em todos os lugares onde se encontrava igrejas estimulantes e vencedoras, a exemplo de Atos 2, também descobria um pequeno grupo de irmãos e irmãs que, de forma humilde e devotada, forneciam a visão estratégica e a inspiração que possibilitavam que toda congregação frutificasse abundantemente. Por favor, compreenda, não é que eu acredite o dom de liderança seja mais importante que os outros dons. É que, simplesmente, aquelas pessoas com o dom de liderança são excepcionalmente equipadas para criar estratégias e estruturas, que propiciarão oportunidades para que outras pessoas usem seus dons com a máxima eficiência. Líderes possuem uma visão global e compreendem como ajudar os outros a encontrar utilidade neste contexto.1
Na pesquisa realizada pelo autor, o mesmo detectou que as igrejas que seus membros possuíam o dom de liderança e que desenvolviam o mesmo em prol do fortalecimento e crescimento da igreja, estas igrejas conseguiam cumprir sua missão de uma forma mais holística e concatenada.
E sua concepção é que Deus se utiliza destes líderes para derramar em seus corações a “visão”2. Isso significa qual é o plano de Deus para aquela igreja local. Querendo fundamentar seu pensamento. Ele faz citações de diversos líderes na história Bíblica e da história geral, que se tornam exemplos de como Deus derrama sua visão. Alguns exemplos citados são: Martinho Lutero, João Calvino, William Willberfoce, Rev. Martin Luther King, John Adams, Billy Graham, etc.
Na concepção de Bill a “visão” é derramada da pessoa de Deus no líder, quando este se compromete em um profundo relacionamento com Deus. Buscando ser esclarecido por Deus na indagação: “Qual é o seu plano para a minha igreja?” O que podemos entender deste pensamento de Hybells é quem dá a “visão”, ou seja a diretriz é o Senhor Jesus.
O autor com toda maestria e domínio do assunto tratado, vai discorrer a cerca das metodologias de aplicabilidade da mesma na igreja local. O mesmo vai conceituar, diferenciar e de forma brilhante direcionar como fazer a mesma ter o alcance desejado na vida da igreja.

1 HYBELS, Bill. Liderança Corajosa. São Paulo: Vida, 2002. Pág. 25.
2 Na concepção de Hybells visão é: “uma imagem do futuro que produz paixão”. Ou seja, é o alvo para onde um líder guia a sua igreja a alcançar.

segunda-feira, 26 de março de 2012

Capítulo III – Os primeiros conflitos com o estado e a perseguição do primeiro século.


Capítulo III – Os primeiros conflitos com o estado e a perseguição do primeiro século.
1 – OS PRIMEIROS CONFLITOS COM O ESTADO.
O Vencedor Herdará estas cousas, e eu lhe serei Deus e ele me será filho”. (Ap. 21.7)
A fé cristã desde o seu nascedouro nunca gozou de uma tranquilidade absoluta. Pelo contrário, o inicio e a trajetória de seu desenvolvimento foram marcados pelas perseguições e martírios.
O Senhor e dono da igreja, Jesus Cristo, foi perseguido e condenado a morte de cruz. Dando sequência ao Senhor, outros logo no inicio da caminhada da igreja primitiva pagaram com suas vidas. Exemplos: Estevão (um dos sete diáconos), Tiago filho de Zebedeu (irmão de João e um dos doze apóstolos), e muitos outros desconhecidos.
Essas perseguições não se deflagraram pelo mesmo motivo e nem em meio as mesmas circunstâncias. No desenvolvimento da história as variações de motivos e circunstâncias encontraram dramas e enredos diferentes. Vamos realizar algumas pontuações para clarificar nosso entendimento acerca do que fora dito acima:
1.1. A nova seita judaica.
Neste ponto iremos elucidar a cosmovisão que os judeus possuíam acerca do cristianismo, e também a cosmovisão que os cristãos tinham acerca do judaísmo.
1.1.1. Cosmovisão dos Judeus em relação ao cristianismo
Os judeus não enxergavam o cristianismo como uma nova seita. Como anteriormente falamos o judaísmo não gozava de uma unidade monolítica. Existiam diversas ramificações dentro do judaísmo. Os judeus encaravam o cristianismo como uma nova heresia para os remanescentes fiéis a tradição de seus pais. Eles tinham a convicção bíblica de que eles estavam sendo castigados (estando debaixo do julgo de Roma) por que não foram fiéis a leis de Deus. Então este fato trazia aquele momento histórico um profundo sentimento nacionalista e de temor novamente a incorrer no mesmo erro de seus antepassados e se afastarem da pessoa de Deus.
1.1.2. Cosmovisão dos cristãos em relação ao judaísmo.
Os cristãos não acreditavam que estavam criando ou fundando uma nova religião ou seita. Eles acreditavam que estavam vivenciando a promessa que o Senhor fizer aos seus antepassados acerca da era messiânica. Sua convicção de fé era que o Eterno havia cumprido na pessoa de Jesus a promessa de um Salvador, de um Messias.
Este fato fica claro para nós quando analisamos a mensagem nos primeiros sermões da igreja primitiva. A mensagem que saia da boca dos apóstolos e de seus discípulos eram que as promessas que Deus fizera a Abraão, a Isaque, a Jacó e também a todos os prometas estava ao seu alcance. Bastando apenas a eles (judeus) a se colocarem debaixo da mesma. Ou seja, acreditarem de fato de que a promessa messiânica havia se cumprido na pessoa de Jesus.
E também por este motivo que o convite destes mesmo homens (cristãos primitivos) aos gentios era que eles se colocassem como descendentes de Abraão pela fé, pois sendo eles descendentes de Abraão a promessa seria estendida a eles. E o Antigo Testamento outorgava-lhes o direito de professarem esta fé e mensagem, pelo fato das promessas de que Deus atrairia todas as nações da terra a Sião.
1.1.3 A perseguição dos judeus aos cristãos nos primeiros anos.
Conforme foi pontuado acima. Os judeus pelo seu zelo ao Senhor, por não quererem serem castigados novamente. Começaram a perseguir aos cristãos. Em alguns casos houve morte, em outros casos, a confusão tomava uma proporção maior, Roma se envolvia e tomava as rédias, evitando maiores problemas. Mas quando não se ganhava proporção nos tumultos, Roma não se metia, e deixava que as partes se entendessem. No pensamento de Roma tanto cristãos como judeus faziam parte da mesma religião. Só que com divergências entre algumas doutrinas.
Esse fato exposto é claro quando olhamos para Atos 18.14-15. Paulo esta na cidade de Corinto pregando, então alguns judeus levam até o procônsul Gálio a queixa de que Paulo estava persuadindo aos judeus a adorarem a Deus de forma contra a lei de Moisés. Gálio lhes dá a seguinte resposta: “mas se é questão de palavras, de nomes, e de vossa lei, tratai disso vós mesmos; eu não quero ser juiz destas cousas”. Isso nos dá a entender que o Estado via tanto o cristianismo quanto o judaísmo como uma só coisa.
Mas quando o tumulto era muito grande ai Roma intervinha. Ao olharmos Atos 18.2, a Bíblia nos relata que Cláudio o imperador expulsa os judeus da cidade de Roma. A Bíblia não elucida o motivo por tal atitude do imperador. Porém o historiador romano “Suetônio” vai dizer em seus relatos que os judeus foram expulsos por causa de “Cresto”, é bem provável que ele queira ter dito Cristo, porém por um erro de grafia escreveu Cresto. É bem provável que os cristãos estavam pregando a mensagem acerca da pessoa de Jesus o Cristo e os judeus criaram alvoroços quanto a isso. Então tomou uma proporção grande que o imperador teve que intervir para restaurar a ordem na cidade.
Porém com o passar dos tempos foi diminuindo o número de judeus no seio da igreja. Então cada vez mais fora se diferenciando o cristianismo do judaísmo. Os judeus também começaram a se tornarem muitos radicais e a causarem problemas de relacionamento com o Estado. Os cristãos começaram a se posicionar contra aquelas atitudes nacionalistas de revolta. Então as divergências de pensamentos começaram realmente a separar um do outro.
1.2. A perseguição sob Nero.
Nero assumiu o trono em 54 d.C. No inicio de seu reinado ao contrário da fama que receberia no futuro, promulgou leis que beneficiavam os pobres e os despojados. Porém com o passar dos anos a ambição, o poder, a fama, o cegaram e fizeram com que Nero se tornasse sinônimo de ditador e desposta.
O jovem imperador foi colecionando inimigos com o decorrer dos anos. O povo vivia sobre um julgo de tirania e opressão. Os críticos e intelectuais começaram a difundir a ideia de que Nero não tinha capacitação para exercer o cargo que estava ocupando. Também começou a espalhar-se no império a noticia de quem se opunha a Nero ou era assinado misteriosamente ou era convidado a cometer suicídio.
Em 18 de julho de 64, a cidade de Roma foi incendiada. Nero se encontrava nessa ocasião, em sua residência de Antuim, a umas quinze léguas de Roma. Mas mesmo assim, o povo daquela época e praticamente todos os historiadores acreditam que Nero estava louco, e que ele havia mandado incendiar a cidade. O historiador Tácito, que se encontrava em Roma fala sobre os rumores do povo sua convicção a cerca de Nero ser o causador do incêndio e o mesmo também deixa implícito em seus relatos a percepção de que ele mesmo acretiva que Nero havia sido o responsável pelo mesmo.
Nero tentou de todas as maneiras possíveis se desvencilhar da culpa. Porém duas das cidades que não foram afetadas pelo incêndio eram habitadas por sua grande maioria de judeus e cristãos. Nero de posse deste argumento culpou os cristãos de terem incendiado a cidade.
O historiador Tácito vai realizar o seguinte relato:
Apesar de todos os esforços humanos, da liberalidade do imperador e dos sacrifícios oferecido aos deuses, nada bastava para apartar as suspeitas nem para destruir a crença de que o fogo havia sido ordenado. Portanto, para destruir este rumor, Nero fez aparecer como culpados os cristãos, uma gente odiada por todos por suas abominações, e os castigou com mui refinada crueldade. Cristo, de quem tomam o nome, foi executado por Pôncio Pilatos durante o reinado de Tibério. Detida por um instante, esta superstição daninha apareceu de novo, não somente na Judeia, onde estava a raiz do do mal, mas também em Roma, esse lugar onde se narra e encontram seguidores de todas as coisas atrozes e abomináveis que chegam desde todos os rincões do mundo. Portanto, primeiro foram presos os que confessaram (ser cristãos), e baseadas nas provas que eles deram foi condenada uma grande multidão, ainda que não os condenaram tanto pelo incêndio mas sim pelo seu ódio à raça humana. (Anais, 15.44)”1
Este relato se torna valiosíssimo a nossa pesquisa de como se enxergavam os cristãos daquela época. E também pelo fato de que Tácito não acreditava no fato de que os cristãos tivessem envolvimento com o incêndio. Porém devemos avaliar algumas palavras de forma que possamos entender melhor o por quê dos cristãos não serem acusados pelo incêndio e sim por suas abominações e seu ódio a raça humana.
Vamos analisar estes dois termos:
Abominações – Começou a circular a alguns boatos sobre os cristãos que ficaram conhecidos como abomináveis. Vamos citar alguns exemplos: A chamada festa Ágape, ou festa do amor, onde só se podia participar os iniciados na fé (os batizados). Durante esta festa os cristãos comiam e se embriagavam e depois se entregavam as paixões carnais, sendo que o pior deste boato, era o fato dos cristãos chamarem-se de irmãos, os incrédulos pensavam que existiam relações entre parentes, ou seja incestos.
Outro boato era acerca da ceia do Senhor. Quando se é celebrado a Ceia do Senhor, é explicado que o pão simboliza o corpo de Cristo, e que ao comer do pão estamos lembrando do sacrifício de Jesus. Então se ligou este fato de comer o corpo de Cristo com o seu nascimento em um estábulo e começou a correr o boato de que os cristãos pediam que aquele que quisesse iniciar na fé em Cristo deveriam de comer um recém-nascido dentro de um pão.
Outro boato era ligado ao fato de os cristãos adorarem a um Asno crucificado. Este boato era oriundo do boato que fora levantado contra os judeus no passado de serem também adoradores de um Asno. E agora acrescentaram ao Asno o fato da crucificação de Cristo.

Ódio a raça humana - Esse termo se deu pelo fato dos cristão se absterem do convívio social com o restante do povo. Não que os cristãos fossem anti sociais, mas sim por que as programações sociais está sempre engajada com adoração a ídolos. Isso era fato nos esportes, teatros, no exército, letras, filosofia, etc.
Pelas palavras do historiador podemos notar que ele como todo o seu povo. Nutria uma certa aversão aos cristãos. Mas, que o castigo do imperador era excessivo não em prol da justiça, mas sim em prol dos desmandos do imperador. O mesmo Tácito vai falar sobre como o imperador procedia contra os cristãos: “Além de matá-los (aos cristãos) fê-los servir de diversão para o público. Vestiu-os em peles de animais para que os cachorros os matassem a dentadas. Outros foram crucificados. E a outros acendeu-lhes fogo ao cair da noite, para que iluminassem. Nero fez que abrissem os seus jardins para esta exibição, e no circo ele mesmo ofereceu um espetáculo, pois misturava-se com as multidões, disfarçando-se condutor de carruagem, ou dava voltas em sua carruagem...”2
Depois da morte de Nero. O império entrou em sucessões e desencontro quanto as mesmas. E neste período os cristãos ficaram em paz. E parecem ter sido esquecidos pelo império. Porém vale ressaltar que em 70 Jerusalém havia sido destruída pelo imperador Tito.
1.3. A perseguição sob Domiciano
No ano de 81 assumiu o império Domiciano. No início ele foi benigno aos cristãos a semelhança de seus antecessores. Porém no final de seu governo ele desencadeou novamente sobre os cristãos a perseguição.
A perseguição de Domiciano se deu pelo fato do mesmo querer resgatar a tradição de seus antecessores no império. E já era de se esperar que os cristãos fossem perseguidos pelo fato da religião do império ir de desencontro ao pensamento cristão de um único Deus, invisível.
Os judeus começaram a sofrer perseguições extensivas do imperador. Ainda mais agora que não existia mais o templo em Jerusalém. Domiciano exigia que eles revertessem suas ofertas a Roma assim também como sua conduta para com Jerusalém à Roma. Como a relação da diferenciação entre cristianismo e judaísmo ainda não era claro. Logo se desencadeou sobre os cristãos as perseguições novamente. Clemente vai relata estas em sua epístola aos coríntios: “os males e provas inesperadas e seguidas que sobrevieram a nós (I Clemente I).”3
Após a estas atrocidades Domiciano foi assassinado em seu palácio. Menos pior que ele desencadeou as perseguições no final de sua vida e governo. Após sua morte a igreja voltou a gozar de paz mais alguns anos.
1GONZÁLEZ, Justo. A era dos mártires: uma história ilustrada do cristianismo. São Paulo: Vida Nova, 1995. Pág. 55.
2GONZÁLEZ, Justo. A era dos mártires: uma história ilustrada do cristianismo. São Paulo: Vida Nova, 1995. Pág. 56.
3Id. pág. 60.

quarta-feira, 21 de março de 2012

6ª Biografia – Jonas: O chamado irresistível de Deus.




Rio de Janeiro, 21 de Março de 2012.




Local - PIB em Rocha Miranda.


Estudo realizado na “Quarta com Deus”, por ocasião da série de mensagens: “Biografias: A história de homens e mulheres que andaram com Deus”.


“6ª Biografia – Jonas: O chamado irresistível de Deus.”


Texto Base: Jonas 1:1-17.


Introdução:


Dando continuidade a série de mensagens sobre: “Biografias: a história de homens e mulheres que andaram com Deus”. Hoje iremos pensar a cerca de um homem que ficou conhecido por algumas das passagens mais exóticas da Bíblia. O homem que fora engolido por um grande peixe.


Sim, iremos falar sobre ele mesmo. Jonas o profeta que foi obediente sendo desobediente. O homem que teve a inocência de tentar fugir da pessoa de Deus. Somos todos sabedores que é impossível fugir da presença do Eterno. O salmista Davi vai expressar exatamente este ensinamento no salmo de número 139. Existia uma canção antiga muito bonita do Prisma que narrava um pouco deste ensinamento, de nome “Asas da Alva”. Um lindo cântico que de forma harmoniosa e com uma linda melodia narrava este lindo ensinamento de Davi.


O texto inicia dizendo que Deus havia chamado Jonas para uma missão. A ordem do Senhor ao profeta era que ele fosse até a cidade de Nínive e pregasse a mensagem de arrependimento aquele povo. Porém, somos sabedores que os ninivitas eram inimigos do povo hebreu. O povo ninivita era um povo mal. Um povo que durante muito tempo havia trazido medo e terror aos israelitas.


Jonas trazia em seu coração um sentimento de desprezo para com o povo que havia prejudicado e muito o seu povo. Mas, a ordem de Deus ao profeta era que ele fosse ao povo e independente do sentimento que ele nutria em seu coração era que ele deveria cumprir o que Deus o havia ordenado a fazer.


Jonas era um profeta. O seu ofício eratransmitir ao povo a vontade de Deus para suas vidas. Deus o havia separado para isto. Deus o havia


Gostaria de exaurir junto com os irmãos pelo menos três grandes ensinamentos que o relacionamento deste profeta com o seu Deus têm para nós.


1º Ensinamento – O paradoxo da liberdade cristã.


Muitas pessoas acham que nós continuamos a ter liberdade de escolha após a nossa conversão. Porém, a Bíblia não nos dá respaldo para tal pressuposição. Quando entregamos nossa vida a Jesus. Ele passa a ser não somente nosso salvador. Mas Ele também passa a ser nosso Senhor, nosso Rei, nosso Dono. E nós como seus servos, não temos liberdade em optar ou não em obedecer a Sua Soberana vontade.


Existe uma dicotomia a cerca da pessoa de Jesus. O movimento evangelical brasileiro vêm diferenciando a pessoa de Jesus de dois modos: Senhor e Salvador. A ideia de um Jesus que é Salvador, mas que ainda não é Senhor, cada vez mais é difundida pelos púlpitos, movimentos midiáticos, etc. Porém, isso é inconcebível quando olhamos para a pessoa de Jesus e os padrões Bíblicos exigidos pelo mesmo.


Vejamos algumas falas de Jesus a cerca do compromisso necessário para seus seguidores:


Mateus 16:24, Lucas 9:23, Marcos 8:34 - “Então Jesus disse aos seus discípulos: "Se alguém quiser acompanhar-me, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me.””


João 6:67- Jesus perguntou aos Doze: "Vocês também não querem ir? "

Mateus 10:37 - "Quem ama seu pai ou sua mãe mais do que a mim não é digno de mim; quem ama seu filho ou sua filha mais do que a mim não é digno de mim;

I Coríntios 9:16 - “Contudo, quando prego o evangelho, não posso me orgulhar, pois me é imposta a necessidade de pregar. Ai de mim se não pregar o evangelho!”


Antes de nossa entrega. Existia um direito que o próprio Senhor nos dará da liberdade. Após a conversão. Essa liberdade é escrava da vontade Soberana de Deus. Somos agora seus. Escravos da sua vontade. Filhos da obediência!


I Coríntios 7:22 - “Pois aquele que, sendo escravo, foi chamado pelo Senhor, é liberto e pertence ao Senhor; semelhantemente, aquele que era livre quando foi chamado, é escravo de Cristo.”


Paulo ao escrever como a nossa vontade deve ser colocada sobre a vontade do Senhor, ele se utiliza da palavra grega “dolos (δουλος)”, que segundo o dicionário de grego – português de William C.Taylor quer dizer:


“adj. Como escravo, sujeito ao serviço, … escravo, escrava, servo, serva”.1


Paulo literalmente está dizendo que nós somos escravos. Meus irmãos, todos sabemos que não existe escravo que tenha vontade própria. O escravo deve somente, cumprir a vontade de seu Senhor.

2º Ensinamento – Nem sempre somos chamados para Társis.


Gosto muito de um paralelo feito por Eugene Peterson, no livro: “Redescobrindo o ministério pastoral”. Neste livro Peterson faz um paralelo do ministério profético de Jonas com o ministério pastoral de modo genérico. Ele afirma que a intenção de Jonas era ir para Társis também pela aparência que aquele lugar tinha. Aquele lugar era atraente, tinha muitas coisas que iam favorecer ao profeta Jonas. Era uma cidade portuária, uma cidade rica, cheia de esplendor e conhecida mundialmente por suas atrações turísticas.


Porém, Deus chamou Jonas a Nínive. Aquela cidade para Jonas significa o contrário. Era o avesso da história. Ela não tinha nada a oferecer ao profeta. Não tinha brilho. Era uma cidade que não atraia o coração do profeta. Mas, Deus chamou Jonas a Nínive.


Peterson então diz que nós pastores somos muito parecido com Jonas. Queremos ir para lugares que atraem nossos corações, atraem nossas vidas, nos dão um vislumbre de uma melhor qualidade de vida, benefícios, promoção pessoal, status, fama, etc.


Acho que essa vontade de ir a Társis não se resume apenas para os pastores. Mas a todos nós. Que sempre queremos fazer o que queremos fazer. Mas nem sempre o desejo de Deus é que estejamos em Társis.


Será que você se encontra como o profeta Jonas. Querendo ir para Társis, quando Deus mandou você ir para Nínive?


Pense bem! Analise sua vida. E considere se isso está ou não acontecendo com você. Pode ser por este motivo que você pode estar se sentindo lutando contra Deus.

3º Ensinamento – Nínive com Deus, é melhor que Társis sem Deus.


Jonas tentou todas as possibilidades possíveis e impossíveis para fugir daquilo que Deus queria de sua vida. Ele não gostaria de ir para Nínive. Como já falamos anteriormente, não havia nada que o atraia para lá.


Mas quando lemos toda a biografia de sua vida ministerial. Podemos visualizar que ele só alcançou sucesso no ministério diante de Deus. Quando Ele resolveu ir a Nínive está debaixo da vontade Deus. Enquanto ele lutou com a vontade soberana de Deus. Ele foi um fracasso. Mas, quando ele se lançou a cumprir o chamado de Deus para sua vida. Ele foi um sucesso.


E o mais interessante é que, o sermão mais curto, ministrado com uma má vontade terrível, vindo de um homem de coração sem coração pelo povo, fruto de uma obediência e não de amor. Cumpriu a vontade do coração de Deus e não do profeta. E por este motivo deu certo.


Saiba que Társis sem Deus não irá trazer alegria a seu coração. Saiba que Társis sem Deus não irá trazer gozo para sua vida. Saiba que Társis sem Deus não lhe fará feliz. Mas saiba que Nínive com Deus o fará realizado. Saiba que Nínive com Deus o fará saciado. Saiba que Nínive com Deus o fará grande diante de Deus. Saiba que Nínive com Deus trará grande realizações para sua vida.

Conclusão:


O profeta Jonas é um exemplo de que o chamado de Deus é irresistível. O profeta Jonas é um exemplo de que o paradoxo em Deus é convicção. O profeta Jonas é um exemplo que nem sempre somos chamados para o melhor lugar aos nosso olhos. O profeta Jonas é um exemplo de que nossas vidas não tem a capacidade de aferir qual é a vontade de Deus. Mas que essa vontade deve ser a Dele e não a nossa.


Minha oração é que essa ministração tenha alcançado o seu coração. E que você saia deste santuário com o coração compromissado a cumprir a vontade de Deus e não a sua!


Nele, que faz chamados irresistíveis a cada um de nós:


Pr. Roberto da Silva Meireles Rodrigues.


1TAYLOR, W.C. Dicionário do Novo Testamento Grego. 9ª ed. Rio de Janeiro: JUERP, 1991. Pág.61.

segunda-feira, 19 de março de 2012

Capítulo II – A Igreja de Jerusalém e a missão aos Gentios. (Continuação da apostila do seminário básico da PIB em Oswaldo Cruz - História Eclesiástica I)


Capítulo II – A Igreja de Jerusalém e a missão aos Gentios.

A Igreja de Jerusalém:
“… os que lhe aceitaram a palavra foram batizados; havendo um acréscimo naquele dia de quase três mil pessoas”. (Atos dos Apóstolos 2:41)

Introdução:
O inicio do livro de Atos dos Apóstolos narra a história do nascedouro da chamada igreja de Jerusalém. Esta igreja ao longo da história do Cristianismo vêm sendo chamada de igreja primitiva. Dr. Lucas vai narrar o inicio vibrante e promissor desta primeira comunidade cristã. Que logo no seu culto de inauguração, com a explanação do sermão expositivo de seu primeiro pastor, Pedro o apóstolo, teve quase três mil pessoas decididas.
Porém, observamos que passado os primeiros capítulos a igreja de Jerusalém sai do foco do escritor. Depois deste primeiros capítulos a narração do livro de Atos toma outro rumo e quase mais não nos trará subsídios para a reconstrução da história desta comunidade. Gosto da explicação que González nos dá a cerca desta questão:
Isto se entende, pois o propósito do autor de Atos não é escrever toda uma história da igreja, mas antes mostrar como, por obra do Espírito Santo, a nova fé foi se estendendo até chegar à capital do Império”.1
Se no livro de Atos não encontramos quase nenhuma pista para reconstrução da história daquela igreja. No restante do Novo Testamento encontramos muito menos. Haja vista que a maioria das cartas escritas no Novo Testamento eram direcionadas especificamente para alguma igreja espalhada pelas regiões do império.
Na tentativa de reconstruir a história desta igreja a maioria dos pesquisadores procuram arcabouços na história para podemos entender um pouco da história da primeira igreja após a assunção de Jesus à destra de Deus Pai.

Unidade na Adversidade:
Muitas vezes construímos a utopia em nossos pensamentos a cerca da igreja de Jerusalém como uma igreja perfeita, sem problemas, onde a paz e o amor uns aos outros reinavam sempre. Essa ideia parasse ter ganhado vida através de nossa imaginação que ao longo de nossos anos de vida foi influenciada pelos contos de fadas onde sempre o final, é um final feliz, e todos vivem felizes para sempre.
Isso é verdade somente em conto de fadas. Toda igreja tem problemas! Afinal de contas as igrejas são compostas de pessoas. E cada pessoa é fruto de uma criação, educação, classe social, personalidade, etc. A verdade é que somos diferentes! Não existe a possibilidade de não haver choques ou divergências entre nós. As vezes nos parece que queremos ser semelhantes aos seres angelicais, ou então pensamos que já estamos vivendo na Eternidade na Igreja Triunfante. Problemas certamente virão. Porém, o problema se torna problema. Devido ao fato de como encaramos e resolvemos o mesmo.
Podemos citar exemplos do que estamos falando olhando para os seguintes fatores:
  • O eloquente Pedro que prega um sermão cheio do poder e quase três mil pessoas se convertem. Em contra ponto ao vacilante Pedro que fica indeciso sobre aceitar ou não os gentios sem a implicação de cair sobre os mesmos o julgo da lei.
  • Ananias e Safira mentindo e sendo infiéis nos dízimos.
  • As reclamações que tiveram sua origem entre as viúvas dos judeus mais ortodoxos e dos judeus helênios a cerca do auxílio recebido pela igreja.
Acho que já foi o suficiente para entendermos que verdadeiramente é um engodo pensar desta forma romântica a cerca da igreja primitiva e os sobre os irmãos que congregaram na mesma. Na última pontuação que fizemos acima no que tange as reclamações do auxílio que as viúvas recebiam da igreja. Reflete um pouco da crise que apontamos no capítulo anterior entre os judeus conservadores e os judeus helênios. Visando resolver este problema os apóstolos que estavam envolvidos com tantas coisas buscaram orientação em Deus e foram direcionados a levantarem sete homens cheios do Espírito Santo para estarem atuando em uma área mais prática e administrativa da vida da igreja. É então que surge a instituição dos diáconos. González aponta alguns detalhes interessantes que nos elucidam a cerca do caminho que a igreja estava tomando.
A primeira delas é que, os sete eram representantes do grupo dos “gregos” - todos eles tinham nomes gregos – e que o propósito de sua eleição era então proporcionar uma certa representação desse grupo. A segunda é que, desde muito cedo, pelo menos alguns dos sete se dedicaram também a pregação e à tarefa missionária”2
O livro após a instituição dos diáconos parece tomar um outro rumo. Quando olhamos para o capítulo 7 encontramos o testemunho de Estevão diante da multidão. Estevão que era um dos sete. Este foi apedrejado pelo concílio de judeus que se recusaram a ouviram-no e o apedrejaram. Quando olhamos para outro momento que este mesmo concílio está reunido perante aos apóstolos Pedro e João eles são acoitados e depois são liberados. Parece existir dois pesos e duas medidas no julgamento deles.
Isso fica muito claro quando inicia a perseguição em Jerusalém este fato. Todos os cristãos são dispersos e fogem de Jerusalém. E os apóstolos se mantém em Jerusalém, intactos tocando o barco sem nenhuma preocupação. Quando o livro de Atos inicia a contar a história do ainda Saulo de Tarso. Nós ainda encontramos os apóstolos em Jerusalém sem enfrentar nenhum tipo de perseguição ou problemas. E nos parece que Saulo não esboça nenhum tipo de preocupação quanto aos mesmos.
Esses fatos nos levam a concluir que a princípio a preocupação do concílio e do Sumo sacerdote eram apenas com os cristão “gregos”. O que não invalidava o fato dos cristãos “judeus” serem vistos como hereges por estes mesmos líderes. Mas a perseguição inicial se voltou para os judeus “gregos” como fora explicado. O livro de Atos só inicia o relato da perseguição aos apóstolos (que eram representantes dos cristãos “judeus”) a partir do capítulo 12 do mesmo livro.
Após o martírio de Estevão o livro de Atos relata as atividades missionárias de Filipe em Samaria. Filipe funda uma igreja ali, fora da região da Judeia, e logo que esta notícia chega ao colegiado apostólico ele enviam a Pedro e a João para constarem de fato se este movimento que esta sendo deflagrado lá era o mesmo que havia se iniciado em Jerusalém. Os apóstolos dão o seu relatório dizendo que Deus estava agindo por lá da mesmo forma que estava agindo na igreja mãe e que não havia nada de diferente entre eles.
Porém esta igreja não fora fundada por nenhum dos apóstolos. Mas mesmo assim esta igreja segue debaixo da visão e da autoridade apostólica dos doze. Após o capítulo 9 do livro a Bíblia começa a narrar a expansão do evangelho fora da Palestina. Como dizemos no capítulo anterior, os gentios foram a principal ponte para expansão do evangelho do Reino de Deus. Rapidamente se tornou maior o número de gentios convertidos do que judeus convertidos. Mudando o paradigma da igreja de Jerusalém o foco principal dos relatos do livro de Atos dos Apóstolos. Mas esta mudança de foco não traz desmerecimento a esta igreja tão querida e amada que fora o primeiro movimento deflagrado na história do cristianismo.

Vida Religiosa
Os apóstolos e os judeus convertidos do judaísmo. Não acreditavam estarem iniciando uma nova religião ou um movimento diferente do judaísmo. Mas eles acreditavam que estavam vivendo o cumprimento das profecias messiânicas na pessoa de Jesus. O momento tão aguardado pelo povo hebreu. Tão difundido através da boca dos profetas. Era realizado naqueles dias.
A vida cotidiana deles é apresentada por González da seguinte maneira:
... os cristãos da igreja de Jerusalém continuavam guardando o sábado e assistindo o culto no Templo. Mas, uma vez que o primeiro dia da semana era o dia da ressurreição do Senhor, reuniam-se nesse dia para “partir o pão” em comemoração a essa ressurreição.”3
Estes dados nos fazem entender sua prática de vida cristã naquele momento da igreja. Era costume entre os judeus jejuarem duas vezes pela semana. Eles também mantiveram este costume de jejuarem duas vezes pela semana. Os judeus costumavam jejuar as segundas e as quintas, os cristãos jejuavam as quartas e as sextas.
Como já falamos anteriormente a liderança desta igreja estava sobre a responsabilidade dos 12 apóstolos. Mas especificamente sobre as vidas de Pedro e João. O apóstolo Paulo vai descrever esta afirmação em sua carta aos Gálatas no capítulo 2 versículo 9. Vai se referir aos dois como “pilares”.
Além dos doze, também encontramos a pessoa de Tiago irmão do Senhor. Ainda que Tiago não fosse parte do colegiado apostólico. Segundo o apóstolo Paulo ele era o terceiro “pilar” da estrutura da igreja de Jerusalém. Dentro de uma perspectiva eclesiástica ele ocupou uma posição de maior destaque até mesmo do que os outros apóstolos. Devido a este fato alguns anos após ao se pensar que a igreja havia sido governada por bispos. Surgiu uma tradição de que Tiago havia sido o primeiro bispo da igreja de Jerusalém. E segundo este que vos escreve e segundo González parece que esta teoria está correta.

O caso da igreja judaica
Quando chegamos no capítulo 12 do livro de Atos encontramos o episódio de Tiago irmão de João e um dos doze apóstolos. Este foi morto a mando do rei Herodes Agripa, que recebera o seu título do imperador Calígula.
Quando o rei viu que agradou aos seus súditos o que fizera com Tiago mandou que agarrassem a Pedro. Porém Deus foi misericordioso para com Pedro e o livrou de forma milagrosa. Após isso parece que todos foram se esvaindo por todo o império. Não somente pela perseguição mas também pelo fato de aumentar entre os judeus o sentimento de nacionalismo. O que mais eclodiria na destruição de Jerusalém em 70 d.C.. O fato é que soava mal aos ouvidos do império um grupo de judeus que tinham outro rei e que seguiam a lei do mesmo.
Após a morte de Tiago irmão do Senhor. Outro descendente de Jesus assumiu a liderança da igreja. Que mais tarde veio também a ser assinado por acusações de ter um outro rei, seguir as suas leis e que esse rei houvera legado a este novo líder a sua missão. Com todas estas coisas a igreja de origem judaica foi se escondendo, se viu cada vez mais desolada até acabarem as notícias sobre a mesma.

A missão aos gentios:
... não me envergonho do evangelho, porque é o poder de Deus para a sua salvação de todo aquele que crê, primeiro do judeu e também do grego”.(Romanos 1:16)

Os chamados cristãos “gregos”, não necessariamente por serem gregos. Mas poderiam ser cristão que se converteram do judaísmo, mas que eram simpatizantes da cultura helenista, o que lhes favoreceu serem chamados desta forma. Foi exatamente sobre estes cristãos que após Atos 7 se propagou a perseguição levando estes irmãos aos povos de outras regiões. Que acarretou na expansão do evangelho.

O alcance da missão:
Os dois primeiros lugares em que estes cristãos chegaram segundo o relato de Atos 8:1 foi em Judeia e Samaria. Vamos localizar os lugares de acordo com o texto bíblico que nos respalda para tal descrição.
  • Judeia – Atos 9:32-42 – A visita de Pedro aos cristãos de Lida, Jope e da região Sarona, terras que se encontravam entre a Judeia e Samaria.
  • Samaria – Atos 8:4-25 – A obra de Filipe, a conversão de Simão o mago, e a visita de Pedro e João.
  • Damasco – A conversão de Saulo em Atos 9, nos dá entender que haviam cristãos em Damasco, cidade muito mais distante de Jerusalém.
  • Fenícia, Chipre e Antioquia – Atos 11:19.

É mais uma vez plausível ressaltar que mesmo este movimento está sendo levado pelos cristãos gregos. Eles contavam a com a provação dos cristãos judeus (os apóstolos). Porém, este fato não resolveu o problema entre eles. Ainda pairava a dúvida se era necessário os gentios convertidos ao judaísmo guardarem a lei. Para resolver este problema foi realizado o 1º Concílio na história da igreja. O nome desse concílio ficou conhecido como: “Concílio de Jerusalém”.

Concílio de Jerusalém:
O concílio de Jerusalém é considerado por grandes estudiosos como o mais importante concílio da história da igreja cristã. Isso pelo fato de que chegou-se ao consenso de que a salvação se dá pela fé mediante a pessoa de Jesus Cristo, Senhor nosso e esperança nossa. John Macthur Jr. Vai realizar um comentário elucidativo na Bíblia comentada que leva o seu nome. Diz ele:
Ao longo da história da igreja, seus líderes têm se reunido para discutir questões doutrinárias. Historiadores falam de sete concílios ecumênicos ocorridos na história primitiva da igreja, especialmente os concílios de Nicéia (325 d.C.) e de Calcedônia (451 d.C.). Entretanto o concílio mais importante foi o primeiro – o Concílio de Jerusalém – porque estabeleceu a resposta a questão doutrinária mais vital de todas: “O que uma pessoa deve fazer para ser salva?” Os apóstolos e presbíteros contestaram tentativas de impor legalismo e ritualismo como pré-requisitos necessários para a salvação. Afirmaram para sempre que a salvação é exclusivamente pela graça, mediante a fé em Cristo”.4
O concílio está registrado em Atos 15, onde os líderes da igreja primitiva chegaram a um consenso a cerca dos gentios que se convertiam ao cristianismo se era necessário os mesmos guardarem a lei de Moisés. Porém, mesmo com todo este debate e um possível consenso entre todos. Paulo em uma de suas epístolas vai combater novamente este pensamento a cerca da lei e a salvação.

A Obra de Paulo:
Quando o apóstolo Paulo entra na narrativa do livro de Atos dos apóstolos. Parece-nos que todos os holofotes são voltados para o mesmo. Porém. Quando Paulo se converteu o mesmo foi rejeitado pelo colegiado apostólico que teve medo de Paulo estar fingindo-se um cristão para aproximar-se deles para a facilitação da prisão. Mas, Barnabé foi buscar Saulo em Tarso e o discipulou levando ele para a igreja de Antioquia. Quando chegam nesta igreja lá pela primeira vez eles recebem o nome de cristãos, depois foram separados e enviados pela Igreja de Antioquia para a realização da obra missionária.
Mesmo Paulo sendo um dos maiores, se não o maior evangelistas de todos os tempos. É errado afirmar que o mesmo foi o primeiro cristão a levar o evangelho aos povos distantes. Apesar da grande contribuição de Paulo pela obra missionária, seu principal legado foram as cartas Neotestamentárias de sua autoria.
O apóstolo Paulo continuou fiel ao seu povo. Mesmo tendo sido chamado a ser o apóstolo dos gentios. Ele conseguiu conjugar de forma muito graciosa seu ministério. Por este motivo em toda cidade que ele chegava a primeira coisa que ele fazia era se dedica ao seu povo. Ele se dirigia as sinagogas da cidade para pregar o evangelho da salvação.

Os apóstolos: feitos e lendas.

Tiago (irmão de João) – O livro de Atos narra o seu martírio a pedido do rei Herodes. John Fox vai fazer um relato interessante a cerca da pessoa de Tiago: “Clemente de Alexandria. Conta-nos ele que, quando Tiago era conduzido ao lugar de Martírio, seu acusador foi levado ao arrependimento e, caindo-lhes aos pés, pediu perdão e confessou-se cristão, decidindo ainda que o apóstolo não receberia sozinho a coroa do martírio. Juntos, foram decapitados. Assim, Tiago, o primeiro mártir apostólico, recebeu, decidido e de bem disposto, aquele cálice que, afirma ela ao nosso Salvador, estava pronto para beber. Timão e Pármenas sofreram o martírio na mesma época; o primeiro em Filipos, e o segundo em Macedônia. Estes acontecimentos ocorreram em 44 d.C..
Filipe – Sofreu o martírio em Heliópolis, na Frígia. Foi açoitado, lançado no cárcere, e depois crucificado em 54 d.C..

Mateus - Foi assinado na Etiópia com uma alabarda, na cidade de Nadaba, no ano 60 d.C..

Tiago (irmão de Jesus) – Autor da epístola que leva o seu nome e também o líder da igreja de Jerusalém. Aos 99 anos foi espancado e apedrejado pelos judeus que, finalmente, abriram-lhe o crânio com um garrote.

Matias – O apóstolo que ocupou o lugar de Judas o traidor. Pouco se sabe sobre o mesmo. Foi apedrejado e em seguida decapitado em Jerusalém.

André – O homem que levou seu irmão (Pedro) até Jesus. Pregou o evangelho por mutas nações da Ásia. Foi preso em Edesa e crucificado. Foram fixados transversalmente no solo. Daí a origem do nome Cruz de Santo André.

Marcos – O autor do evangelho de Marcos. Discípulo do Apóstolo Pedro. Foi arrastado e despedaçado pela população de Alexandria, na grande solenidade do ídolo Serapis.

Pedro – O relato do martírio do apóstolo Pedro é um dos fatos mais destacados pelo historiador John Fox em seu livro a história dos mártires. Ele diz: “Hegespino conta que o povo, ao perceber que Nero procurava razões contra Pedro para matá-lo, rogou insistentemente ao apóstolo que fugisse da cidade. Persuadido pela insistência deles, Pedro, dispôs-se a fugir. Ao chegar, porém, à porta, viu o Senhor Jesus Cristo que lhe vinha ao encontro. Adorando-o, Pedro indagou: “Senhor, para onde vais?” Ao que Ele respondeu: “Vou para ser de novo crucificado”. Pedro ao dar-se conta de que era de seu sofrimento que o Senhor falava, voltou à cidade. Jerônimo afirma que foi crucificado de cabeça para baixo, por petição própria, por julgar-se indigno de ser crucificado da mesma maneira que o seu Senhor.”5

Paulo – Outra vítima de Nero foi o apóstolo Paulo. Foi morto decapitado. Estava em Roma quando foi preso e encaminhado ao martírio a mando de Nero.

Judas – Escritor da epístola que leva seu nome. Foi morto também em Edessa crucificado, em 72 d.C.

Bartolomeu – Este servo do Senhor chegou a traduzir o evangelho de Mateus para um dos idiomas da Índia. Pregou em muitos países. Sofreu uma morte sangrenta, sendo açoitado e depois crucificado pelos conturbados idólatras daquela região.

Tomé – Pregou o evangelho em Patria e na Índia, onde, ao provocar a ira dos sacerdotes pagãos foi morto com um ataque de lança que o atravessou.

Lucas – Autor do evangelho que leva seu nome e do livro de Atos dos Apóstolos. O médico amado, foi pendurado em uma oliveira por uns sacerdotes idólatras na Grécia, após ser espancado.

Simão – Este quera conhecido como integrante do partido político dos zelotes. Prregou o evangelho na Mauritânia, África, e expandiu seu ministério até a Grã-Bretanha, onde foi crucificado em 74 d.C..

João – O discípulo amado, foi pastor em Esmirna, Pérgamo, Sardes, Filadélfia, Laodicéia e Tiatira, que foram fundadas pelo mesmo João. Enviado de Éfeso a Roma, conta-se que foi jogadão em um caldeirão de óleo fervente, de onde escapou milagrosamente, sem dano algum. Domiciliano o exilou na ilha de Patmos, onde escreveu o Apocalipse. Depois foi solto e morreu de forma natural. Sendo o único entre os apóstolos que teve uma morte assim.








Credo Apostólico
(texto retirado do site www.monergismo.com – acessado em 19/03/2012 às 16:43h.)
ORIGEM
O Credo Apostólico, o mais conhecido dos credos, é atribuído pela tradição aos doze apóstolos.[1] Mas os estudiosos acreditam que ele se desenvolveu a partir de pequenas confissões batismais empregadas nas igrejas dos primeiros séculos. Embora os seus artigos sejam de origem bem antiga, acredita-se atualmente que o credo apostólico só alcançou sua forma definitiva por volta do sexto século,[2] quando são encontrados registros do seu emprego na liturgia oficial da igreja ocidental. De um modo ou de outro, parece evidente sua conexão com outros credos antigos menores; como os seguintes:
Creio em Deus Pai Todo-poderoso, e em Jesus Cristo, seu único Filho, nosso Senhor. E no Espírito Santo, na santa Igreja, na ressurreição da carne.
Creio em Deus Pai Todo-poderoso. E em Jesus Cristo seu único Filho nosso Senhor, que nasceu do Espírito Santo e da virgem Maria; concebido sob o poder de Pôncio Pilatos e sepultado; ressuscitou ao terceiro dia; subiu ao céu e está sentado à mão direita do Pai, de onde há de vir julgar os vivos e os mortos. E no Espírito Santo; na santa Igreja; na remissão dos pecados; na ressurreição do corpo.[3]
O Credo Apostólico, assim como os Dez Mandamentos e a Oração Dominical, foi anexado, pela Assembléia de Westminster, ao Catecismo. “Não como se houvesse sido composto pelos apóstolos, ou porque deva ser considerado Escritura canônica, mas por ser um breve resumo da fé cristã, por estar de acordo com a palavra de Deus, e por ser aceito desde a antigüidade pelas igrejas de Cristo.”[4]

TEXTO EM PORTUGUÊS
Creio em Deus Pai, Todo-poderoso, Criador do Céu e da terra. Creio em Jesus Cristo, seu único Filho, nosso Senhor, o qual foi concebido por obra do Espírito Santo; nasceu da virgem Maria; padeceu sob o poder de Pôncio Pilatos, foi crucificado, morto e sepultado; ressurgiu dos mortos ao terceiro dia; subiu ao Céu; está sentado à direita de Deus Pai Todo-poderoso, donde há de vir para julgar os vivos e os mortos. Creio no Espírito Santo; na Santa Igreja Universal; na comunhão dos santos; na remissão dos pecados; na ressurreição do corpo; na vida eterna. Amém.

Bibliografia:

______________. Bíblia de Estudo MacArthur, Barueri, SP. Sociedade Bíblica do Brasil, 2010.

FOX, John. A história dos mártires: a história dos sofrimentos dos cristãos primitivos e dos mártires protestantes. Rio de Janeiro, 8ª Ed. 2005. Editora CPAD. Pág. 4.

GONZALEZ, Justo L. A Era dos Mártiries: Uma história ilustrada do Cristianismo – Volume 1. São Paulo: 1995. Vida Nova. Pág. 34.



1GONZALEZ, Justo L. A Era dos Mártiries: Uma história ilustrada do Cristianismo – Volume 1. São Paulo: 1995. Vida Nova. Pág. 31.
2GONZALEZ, Justo L. A Era dos Mártiries: Uma história ilustrada do Cristianismo – Volume 1. São Paulo: 1995. Vida Nova. Pág. 33.
3 GONZALEZ, Justo L. A Era dos Mártiries: Uma história ilustrada do Cristianismo – Volume 1. São Paulo: 1995. Vida Nova. Pág. 34.
4______________. Bíblia de Estudo MacArthur, Barueri, SP. Sociedade Bíblica do Brasil, 2010. Pág.1461.
5FOX, John. A história dos mártires: a história dos sofrimentos dos cristãos primitivos e dos mártires protestantes. Rio de Janeiro, 8ª Ed. 2005. Editora CPAD. Pág. 4.

quinta-feira, 15 de março de 2012

PASTORES FIÉIS (Pr. Sylvio Macri)


PASTORES FIÉIS (Pr. Sylvio Macri)





É legítimo afirmar que para termos igrejas fiéis precisamos de pastores fiéis. Quando uma igreja sai dos trilhos, geralmente é porque o pastor dela já saiu antes. Mas o que é um pastor fiel? Nestes tempos de tanta variedade denominacional, teológica e metodológica (e de tanta liderança personalista), é possível traçar perfis divergentes daquilo que seria um pastor fiel. Por isso, é necessário novamente voltar à Bíblia e deixar que ela fale por si mesma, permitir que ela seja um parâmetro único para essa definição. Como diz o profeta Isaías: “À Lei e ao Testemunho!” (Is.8:20). Vamos à Bíblia, pois!


Quando o Jesus ressurreto perguntou a Pedro, por três vezes, se este o “amava”, a cada uma de suas respostas replicou com a seguinte recomendação: “Pastoreia as minhas ovelhas” (Jo.21:15-17). Apesar do desprezo que os rabinos farisaicos dedicavam à profissão de pastor de ovelhas, que era sempre suspeito de desonestidade e não era aceito nem como testemunha em um julgamento, foi esta a figura que Jesus usou para responsabilizar a Pedro pelo cuidado dos seus discípulos após sua ascensão, bem como para falar do amor de Deus para com os pecadores (Lc.15:1-7) e também para falar de si mesmo como responsável pelas suas ovelhas (João 10). A função do pastor nas terras da Palestina exigia paciência, cautela e honestidade. No verão seco, em terra fraca, não era fácil achar novas pastagens e água suficiente. Era muito difícil atingir o equilíbrio correto entre a alimentação, o abastecimento de água, o descanso e a viagem. O pastor devia cuidar incansavelmente dos animais indefesos (Ez. 34:1-31). A sua dedicação era posta à prova quando tinha que guardar o rebanho, noite após noite, contra os animais selvagens e os salteadores (João 10:12).


Os títulos efetivamente usados no Novo Testamento para o líder principal da igreja local foram “presbítero” (ou “ancião”) e “bispo”. Somente em Ef.4:11 encontramos a menção de “pastores”. Mas quando os autores bíblicos queriam falar da função desse líder, usavam o verbo “pastorear”, como Paulo em At.20:28-31, falando aos presbíteros de Éfeso: “Atendei por vós e por todo o rebanho sobre o qual o Espírito Santo vos constituiu bispos, para pastoreardes a igreja de Deus, a qual ele comprou com o seu próprio sangue. Eu sei que, depois da minha partida, entre vós penetrarão lobos vorazes, que não pouparão o rebanho. Portanto, vigiai, lembrando-vos de que, por três anos, noite e dia, não cessei de admoestar, com lágrimas, a cada um”. E como Pedro, em I Pd.5:1-3: “Portanto, apelo para os presbíteros que há entre vocês: Pastoreiem o rebanho de Deus que está aos seus cuidados, olhando por ele; não por obrigação, mas de livre vontade, como Deus quer; não por ganância, mas desejosos de servir; não como dominadores dos que lhes foram confiados, mas como exemplos para o rebanho”.


Há uns anos atrás uma parenta minha, tendo ido à sua igreja num domingo, foi cumprimentada pelo pastor da seguinte maneira: “Muito obrigado pela sua visita. Volte sempre”. Ao que ela respondeu: “Mas eu não sou visitante, sou membro desta igreja há muitos anos. Na verdade, sou nora do pastor anterior”. O que mais me impressionou no livro “Uma Igreja Com Propósitos” (Ed. Vida, SP, 7ª. Impressão, 2002), de Rick Warren, um dos líderes evangélicos mais incensados (e também mais emulados) da atualidade, foi a sua declaração de que um pastor não pode cuidar de mais do que duzentas ovelhas, afirmação esta que entra em flagrante contradição com o resto do livro (ao chegar a este trecho - p. 125 - quase abandonei a leitura). Ele está certo e esta constatação não é só dele. Outros estudiosos da obra pastoral já disseram a mesma coisa. Duvido que qualquer pastor em sã consciência e com a alma pura, possa dizer o contrário.


Na verdade, pelo menos para mim, este número é menor ainda. Ao iniciar meu ministério estabeleci que queria ser um pastor como Jesus: queria conhecer as minhas ovelhas e ser conhecido por elas (Jo.10:14). Isto quer dizer, no mínimo, saber o nome, o endereço, a idade, a profissão, as doenças, os dons, o nome dos filhos, as idéias, o estilo de vida, etc., de cada uma das ovelhas. Significa também, interagir com elas pessoalmente, não apenas através do púlpito, ou do telefone, mas também através da visitação e do compartilhamento nas horas alegres e tristes. Tenho sido pastor de seis igrejas ao longo de mais de quarenta e dois anos, nenhuma delas com mais de cem membros. Evidentemente, tive e tenho as minhas limitações pessoais e não quero comparar-me a outros pastores, mas cheguei à conclusão de que para ser fiel ao padrão bíblico não poderia ser pastor de outra maneira.


Há pouco tempo recebi uma correspondência de uma “mega-igreja”, convidando-me para um evento que seria liderado por vários de seus pastores. Fiquei impressionado com a quantidade e a diversidade de pastores e suas funções. Havia pastor de todo tipo, mas não havia nenhum pastor “pastor”, isto é, pastor de ovelhas.


Entendo que para ser um pastor fiel, a primeira coisa a fazer é, simplesmente, “pastorear”. E pastorear é encorajar a cada um, de casa em casa, noite e dia , se preciso com lágrimas; é trabalhar e dar exemplo; é socorrer os necessitados; é dar mais do que receber; é servir com humildade (Atos 20:17-38). Pastorear é alimentar e abrigar as ovelhas, defendê-las e mesmo dar a vida por elas (Jo.10). Pastorear é buscar as ovelhas desgarradas, livrá-las dos perigos e dos inimigos, curar suas feridas (Lc.15:1-7). Pastorear é amar como Deus ama, é contentar-se com o suficiente para o seu sustento, é não tiranizar o rebanho, é ser um modelo a ser seguido pelo rebanho (I Pd.5:1-9 e I Tm.6:8). Se não estivermos fazendo isto, não estamos sendo pastores fiéis.


Pastor fiel é aquele que maneja bem a Palavra de Deus (II Tm.2:15), retendo-a firme e fielmente, para que seja poderoso tanto para ensinar os que querem aprender como para convencer os contradizentes e tapar a boca dos insubordinados e enganadores (Tt.1:9-11). É o que prega a Palavra com integridade, quer os ouvintes achem conveniente quer não, quer queiram ouvir ou sintam coceira nos ouvidos (II Tm.4:2-4), não se esquivando nunca de anunciar todo conselho de Deus (At.20:27), para que saibam que esteve no meio deles um profeta (Ez.2:1-10). É aquele que não manipula a Bíblia, usando-a para justificar suas visões pessoais (Jr.23:25-28), nem falsifica-a ou adultera-a para satisfazer vaidades ou interesses pessoais (II Co.2:17 e 4:2).


Pastor fiel é o que vela pelas ovelhas, como quem há de prestar contas delas ao Senhor que as confiou às suas mãos (Hb.13:17 e I Pd.5:3). É o que sente diariamente o peso da preocupação com os problemas que afligem as ovelhas (II Co.11:28-29). É o que sofre com as tribulações que se abatem sobre elas (I Ts.3:1-8). É o que intercede dia e noite pelas ovelhas, exercendo essa faceta sacerdotal do ministério pastoral (Jo.17:1-26; Ef.1:15-23; Fp.1:3-11; Cl.1:9; I Ts.1:2,3;2:13;3:9-13).


Um pastor fiel há de viver uma vida irrepreensível como ser humano, marido, pai e como cristão, para que possa liderar a igreja com integridade (I Tm.3:1-7). Finalmente, ele colocará o ministério acima da própria vida (At.20:24); cumprirá sua missão sem esperar glória ou reconhecimento humanos, na certeza de que aquele em quem creu, e que o chamou para ser pastor, será suficiente e poderoso para guardar o seu tesouro até o dia final (II Tm.1:12), e de que esse Supremo Pastor se manifestará naquele dia e lhe dará a imarcescível coroa de glória (I Pd.5:4 e II Tm.4:6-8).

Pr. SYLVIO MACRI

quarta-feira, 14 de março de 2012

Tempo de Recomeçar!


Rio de Janeiro, 14 de Março de 2012.
Tempo recomeçar!
            Às vezes parece que nossa história de vida é realizada de forma cíclica. Ou seja: Ela parece ser um círculo. Em um dia estamos bem, em outro dia estamos muito mal. E em muitos casos sem saber nem o porquê de estarmos nos sentido desse jeito. E é bem verdade que na vida ministerial também é assim!
            Semana passada, nós estávamos em um grupo pequeno de homens de nossa comunidade cristã. E um de nossos líderes compartilhou um texto que o Senhor estava ministrando em seu coração. O texto se encontrava em I Reis 19. O episódio do profeta Elias indo em direção à caverna. Mas antes de chegar a caverna o texto nos dá pelo menos duas informações importantes. Por exemplo: ele foi acordado e alimentado duas vezes por um anjo, depois caminhou 40 dias pelo deserto.
            Em nossa reunião cada um enxergou um fato interessante no texto. Vejamos algumas pontuações: “Elias não orou antes de partir para o deserto e as demais coisas aconteceram por que ele fugiu do problema”. Outro irmão: “Elias mostrou o que somos humanos, falhos, fracos. Ele não fingiu ser quem ele não era.” Outro irmão: “Elias ficou desorientado por que não ouviu a voz de Deus”. Outro irmão: “Elias precisava de um momento para recuperar suas forças físicas e emocionais para continuar o seu ministério”. Eu achei isso uma coisa formidável. Como a Bíblia ela é rica e fala ao coração de cada um de nós de maneira bem individual.
            Porém, se observarmos o capítulo anterior agente enxerga o profeta no auge de seu ministério. Ele derrotou 450 profetas de Baal, os 450 profetas de Assera e ainda mais, foi sobre a sua palavra que a chuva voltou a cair sobre Israel. Que coisa tremenda!
            Mas, após todas estas vitórias e sucessos ministeriais. Elias recebeu uma palavra contrária ao seu ministério, contrária a sua pessoa mais especificamente. Ele se abateu e se entregou. Até hoje me pergunto: “O que será que fez com que Elias se abatesse de tal forma?” Não sei a resposta até hoje! Mas de uma coisa sei. Nossas vidas e ministérios parecem que caminham de forma cíclica. Não sei também dizer o porquê de nossas vidas quase sempre não caminhar de forma linear. Porém, Deus sempre nos dá a possibilidade de recomeçar. Dentro da caverna a ordem de Deus a Elias é: “Saia da caverna”. Eu ainda tenho coisas a fazer através de tua vida. Um recomeço! Todo recomeço com Deus é uma nova etapa da caminhada. É um novo tempo de incertezas e certezas. É uma construção e desconstrução. Não existindo nunca uma fórmula mágica ou receita de bolo. Mas o certo é que sempre existe um recomeço.

            Nele, em que todo recomeço não é um fracasso. Mas sim um aprendizado!
            Pr. Roberto da Silva Meireles Rodrigues.
            

“5ª Biografia – Ester: Quando a coragem supera o medo.”

Rio de Janeiro, 14 de Março de 2012.
                  
Local - PIB em Rocha Miranda.
 Estudo realizado na “Quarta com Deus”, por ocasião da série de mensagens: “Biografias: A história de homens e mulheres que andaram com Deus”.

“5ª Biografia – Ester: Quando a coragem supera o medo.”

Texto Bíblico:

Texto Base: Ester 5:1-8

Introdução:
            Hoje iremos falar um pouco sobre a vida da rainha Ester. Durante as quatro últimas quartas feira, que estivemos junto com os irmãos refletindo a cerca da vida de homens e mulheres que andaram com Deus. E como sua vida de relacionamento com Deus teve diversos desdobramentos para a sua geração e para as gerações futuras.
            Nosso foco de hoje é fazer uma reflexão da vida desta grande mulher de Deus. Mas para isso precisamos primeiro explicar-lhes o plano de fundo em que a narrativa da vida de Ester acontece.
            Ester vive na época em que o império Persa dominava o mundo. O povo acabara de voltar do cativeiro Babilônico e estava debaixo do julgo deste grande império. Ester começa a fazer parte da narrativa após a rainha Vasti ter o seu lugar exonerado devido a sua insubmissão e desobediência ao rei Assuero.
            Os conselheiros do rei chegam até o mesmo e lhe trazem a ideia de realizar um concurso de beleza. Eles saem por todas as províncias persas a procura de moças virgens e belas para participarem do mesmo. Então Ester ganha o concurso e é declarada a rainha no lugar de Vasti.
            Em meio a esta narrativa surge Hamã um homem que começou a ganhar prestígio e autoridade perante os olhos de todo o reino de Assuero. Então o rei faz um decreto a cerca da pessoa de Hamã que ao mesmo passar todos deveriam se prostrar diante do mesmo em sinal de reverência.
            Mas Mardoqueu se recusa a fazer o tal gesto. É então que chama atenção de Hamã não somente a pessoa de Mardoqueu, mas a todo o povo judeu. Então ele convenceu ao rei Assuero que o povo judeu era um povo que seguia suas próprias leis e eram desobedientes as leis do rei persa. Então o rei edita uma lei contra todos os judeus. Para que os mesmos fossem exterminados.
            Então Mardoqueu sabe da história e conta a Ester e seu conselho a ela se resume no seguinte versículo: “Quem sabe se não foi para um momento como este que você chegou à posição de rainha?" (Ester 4:14)
            E então Ester assume uma posição corajosa de cumprir os designíos de Deus para sua vida e para a vida de seu povo. Porém eu fico imaginando quantas coisas passaram pela cabeça de Ester e quantos sentimentos emergiram de seu coração. Mas, nada disso foi mais forte do que cumprir os propósitos de Deus para sua vida.
            Ao olharmos e analisarmos a vida desta grande mulher de Deus conseguimos nutrir alguns ensinamentos.

1º Ensinamento – Independente de quem você seja. Nada o poderá impedir de cumprir a vontade de Deus.
            Ester era uma rainha quando o seu povo foi abatido por tal crise. E quando o seu tio chegou para ela dizendo que Deus a havia separado para aquele momento. Ela podia muito bem não se meter em uma briga aonde ela poderia ter muito a perder. Ela poderia perder seu trono, ela poderia perder toda a sua mordomia, ela poderia perder seu status, ela poderia perder até mesmo sua vida.
            Porém nenhuma destas coisas impediu Ester de cumprir os propósitos Eternos de Deus para sua vida e para a vida de seu povo. Ela se colocou na brecha e se deixou ser usada pelo Senhor nesta maravilhosa história.
            Hoje em nossas igrejas existem milhares de pessoas que estão preocupadas com suas posições sociais, sua vidas profissionais, sua vidas acadêmicas, com suas famílias e com muitas outras cosias. E estas têm se esquecido dos propósitos de Deus para suas vidas.
            Quando olho para estes irmãos me lembro da vida de Salomão. O homem mais rico, o homem mais sábio, homem que teve muitas mulheres, um homem que teve muito poder, um homem que teve muita fama, um homem academicamente fenomenal, poderíamos enumerar diversas características da pessoa de Salomão. Porém, este homem que parece tão realizado termina sua vida dizendo: “Lembre-se do seu Criador nos dias da sua juventude, antes que venham os dias difíceis e antes que se aproximem os anos em que você dirá: "Não tenho satisfação neles"  (Eclesiastes 12:1).
            Isso nos faz pensar o seguinte: “Será que se Salomão pudesse voltar no tempo. Qual seria a prioridade de sua vida?”

2º Ensinamento – Apesar de a situação parecer perdida. Deus não está de mãos atadas.
            Era praticamente uma missão impossível para Ester. Jamais alguém poderia imaginar que o rei poderia mudar um edito que era irrevogável. Era impossível que isso acontecesse.
            Porém, o que nós nos esquecemos que o nosso Deus não está limitado ao agir de reis, rainhas, homens ou mulheres. O nosso Deus é o Rei dos Reis, Ele é Senhor dos Senhores, Ele é o Alfa e o Ômega, Ele é o Princípio e o Fim, Ele é Aquele que era, que é que sempre será. O nosso Deus é Soberano e governa todas as coisas pelo poder de sua Palavra.
            Deus começa a mudar a sorte de seu povo tirando o sono do Rei Assuero e trazendo-lhe a memória o livramento que ele teve por causa de Mardoqueu. Então ele chama Hamã e pede a ele um conselho para honrar a um homem que lhe era fiel. Hamã pensando que o rei falava sobre ele, lhe declarou uma coisa de uma forma muito glamorosa. Então rei pediu que se fizesse o seu conselho a Mardoqueu o judeu. E aí começa a virada. Logo depois no banquete a rainha Ester lhe faz o pedido lhe revelando que ela e Mardoqueu eram judeus. E neste momento que caí a máscara de Hamã. E ele então é enviado para forca. A mesma que ele preparou para Mardoqueu.
            O fato é que as vezes em nossas vidas parece que o nosso Deus está de braços cruzados e alheio as nossas dificuldades. Porém, Ele está no controle de nossas vidas. E devemos nos assegurar na Palavra que diz: “Todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus”. (Romanos 8:28)

3º Ensinamento – Não precisamos ser estereótipos religiosos para cumprir o que Deus deseja de nós.
            Muitos estudiosos colocaram em dúvidas a autoridade canônica do livro de Ester. Isso porque o livro de Ester não possuí em nenhum momento o nome de Deus pronunciado por alguns de seus personagens. Nós não vemos a aparência de preceitos religiosos sendo praticados. Não existe nenhuma citação das leis cerimoniais. Não existe nada que aparentemente aponte para uma devoção ao Senhor.
            Porém a devoção ao Senhor e um comprometimento com Ele não se dá de forma exterior. A devoção e comprometimento com o Senhor se dá no interior, no coração. E por este motivo que olhamos as vezes as pessoas que eram tão integradas, ocupavam cargos de liderança, passavam na rua e davam a paz do Senhor, sabiam muito a cerca da Bíblia, enfim. Pareciam ser pessoas devotas e comprometidas com o Senhor.
            Mas o tempo nos disse e nos revelou quem eram as mesmas. Viviam de estereótipos. O nosso Deus para usar uma pessoa de forma tremenda Ele não precisa que a pessoa seja uma pessoa religiosa, não precisa que esta pessoa seja uma pessoa que Ela não é.
            O nosso Deus usa aquele que têm um coração quebrantado e contrito diante de sua presença. Nós julgamos a aparência. Mas Deus olha o coração!

Conclusão:
            Que Deus nos ajude a não vivermos de aparência. Que Deus nos ajude a não nos embaraçarmos com as coisas deste era. E que Deus nos de coragem e ousadia para cumprirmos o seu propósito para as nossas vidas.
            Nele, que se faz presente na vida daquele que se deixa ser usado:
            Pr. Roberto da Silva Meireles Rodrigues.

Todos somos diferentes (Série de Mensagens - Mãos à Obra) - Efésios 4:7-11

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