
Rio
de janeiro, 03 de abril de 2016.
Novos tempos exigem novos rumos
para Educação Cristã:
A sociedade em que vivemos sofreu
inúmeras transformações nas últimas duas décadas. Minorias que outrora eram
esquecidas e banidas pelos mais diversos motivos começaram a ganhar “voz” no
âmbito social. Tomemos por exemplo alguns grupos, tais como: homossexuais,
negros, mulheres, povos indígenas, etc.
Porém estas minorias reivindicam, em
sua maioria (evidentemente que toda regra possuí sua exceção), direitos individuais
em detrimento ao social. Escrevendo sobre isso o pastor Júlio Zabateiro diz: “Uma das novas raízes que brotaram rizomas é
a da cidadania. Vivemos em um tempo em que os direito são assumidos e
defendidos intensamente, não só os individuais, mas também os de grupos de
minorias – mulheres, negros, povos indígenas, homossexuais – que saíram a
público e conquistaram espaço, visibilidade, respeitabilidade, mesmo através de
conflitos por vezes ásperos e preconceituosos. No entanto, em meio a tantas
lutas por direitos específicos, é preciso viver de forma cidadã, pois há o
risco da fragmentação do espaço público em reinvindicações particulares
enquanto as grandes estruturas dominantes do mercado permanecem controlando a
vida em geral.”[1]
Penso que, um dos papéis da Educação
Cristã em nossos dias é orientar os cristãos acerca de sua vida cristã,
todavia, o ensinando como seu viver a vida, vida está que possui os valores do
Reino de Deus, se aplica em seu cotidiano, e também em sua vida comunitária
(nas três esferas: família, igreja e sociedade). Como os seus valores devem
nortear sua conduta mediante a um cenário tão plural e heterogêneo. Haja vista
que existe um povo ainda não alcançado a ser alcançado. E o grande desafio de ensinar
aos irmãos a serem relevantes sem ferirem a sã doutrina.
Acredito também que é papel da
Educação cristã oferecer auxílio em busca de uma práxis de vida abundante em
Jesus de Nazaré. Afinal de contas foi o próprio Jesus que nos disse que veio
para nos dar vida, e a nos dar em abundância. Para que compreendamos esta fala
de Jesus precisamos entender que estamos em uma luta constante, uma luta
cósmica, a luta entre a “carne” x “espírito”.
Algumas
falas demonstram o total desconhecimento em relação ao verdadeiro sentido desta
bipolaridade quando dizem zelar pela santificação tirando o mundo do cristão.
Todavia, o processo de vida abundante, perpassa em entendermos que não somente
nossas vidas estão sendo redimidas pelo sangue do cordeiro. Mas também toda
criação o deve ser junto conosco. Quando entendermos este princípio
entenderemos que através de nós, o Eterno deseja dar vitalidade ao mundo. Jürgen Moltmann
falando sobre isso diz: “devemos ser
redimidos com o mundo, e não do mundo. A experiência cristã do Espírito não nos
desvincula do mundo. Quanto maior for nossa esperança pelo mundo, maior a nossa
solidariedade com seus clamores e sofrimentos.”
Talvez o grande desafio de nossa
geração seja conseguir transmitir os valores do Reino de Deus com uma
comunicação que seja totalmente clara e que alcance o anseio existencial da
sociedade que estamos inseridos. Parece-me que existe um abismo nesta
comunicação. Cabe aos educadores deste tempo presente construir pontes para que
o ensino possa ser transmitido e compreendido por aquele que o recebe.
Minha sincera oração é que Deus nos
guie e nos dê estratégias e ferramentas para que consigamos ser relevantes. Que
o Senhor nos abençoe e nos direcione em todas as coisas!
Certo de que Cristo pode ser
glorificado através do ensino de sua Palavra:
Seu pastor, Roberto Meireles.
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