Rio
de Janeiro, 30 de julho de 2020.
Sobre os ombros de gigantes – Parte
1
Um trecho da carta de Isaac Newton
para Robert Hooke ficou extremamente conhecido: “Se eu vi mais longe, foi por
estar sobre os ombros de gigantes.” O desejo de Newton era expressar a gratidão
pela vida dos pensadores e cientistas que contribuíram para que a ciência
pudesse ter alcançado a evolução até aquele momento e, que lhe havia
proporcionado realizar suas teses e teorias tendo como pressuposto muitas
contribuições de pensadores e cientistas que o antecederam.
Desejoso como Newton de estar sobre
os ombros dos homens e mulheres que me antecederam na fé; lembrando-me de John
Stott que foi muito feliz ao dizer que é um erro não dar ouvidos ao que o
Espírito Santo soprou sobre a vida de homens e mulheres ao longo destes dois
mil anos de história da igreja. Assim quero tecer algumas singelas palavras na
tentativa de refrescar nossa memória sobre a importância do cristianismo
especificamente na luta contra o preconceito racial e a escravidão.
Tanto
o preconceito racial quanto a escravidão não encontram eco e nem apoio no evangelho
de Jesus de Nazaré. Tampouco encontramos alguma referência que sirva de
pressuposto para tais coisas nos livros e nos escritos dos apóstolos.
Se tomarmos, por exemplo, a igreja
de Antioquia e sua diversidade cultural, social e étnica podemos aprender que
nosso Deus não faz e nem legitima nenhum tipo de acepção de pessoas. O texto
bíblico de Atos capítulo treze, cita que eram profetas e mestres, homens de
diversas origens sociais, étnicas e culturais. Simeão chamado Níger era um
homem negro oriundo muito provavelmente do continente africano. Lúcio de Cirene
era alguém que foi criado por Herodes, ou seja, alguém de uma classe social
alta. Já Saulo era filho de uma judia com um gentio, era tanto um judeu como um
cidadão romano, ou seja, carregava consigo mesmo duas culturas diferentes.
Conseguem
perceber a beleza da diversidade existente nesta igreja? Vale ressaltar que
essa igreja era extremamente relevante pro seu contexto. Foi em Antioquia a
primeira vez que os discípulos foram chamados de cristãos e onde o Espírito
Santo inspirou aqueles homens, para o inicio da obra missionária dos moldes de
envio para o campo como conhecemos hoje.
É importante ressaltar o texto
sagrado de Filemom, em que o apóstolo Paulo endereça uma carta a Filemom, este
que era um irmão em Cristo,e que possuía os direitos sobre a vida de um escravo
chamado Onéssimo. O apelo de Paulo a Filemom era que ele soltasse o irmão
Onéssimo e se aquilo fosse causar algum dano para Filemom, que ele pudesse
cobrar ao apóstolo por sua perda.
Naquele contexto histórico, uma
carta e um pedido como esse, era algo revolucionário. Paulo vai além do
aconselhamento e pedido sobre a libertação de Onéssimo, com a autoridade que
lhe fora imbuída pelo Senhor, em amor, ele exige que Filemom soltasse a
Onéssimo, argumenta que se ele não ouvir por quem Paulo era e a quem ele
representava, ele iria sofrer as consequências por não fazer aquilo que era
correto aos olhos do Pai.
A referência da visão de João no
Apocalipse sobre a multidão diante do trono do Cordeiro de todos os povos,
línguas e raças também não pode ser esquecido. (Ap. 7.9) Nada nos distingue
diante do Senhor nosso Deus. A igreja de Jesus vitoriosa é composta por uma
rica diversidade cultural, étnica e social. Não existe para o nosso Senhor
nenhum tipo de acepção de pessoas, nenhum tipo de pessoas ou povos
privilegiados por sua etnia, cultura ou classe social. Nosso Deus é um Deus de
inclusão. Todos são bem vindo e aceitos por Ele!
Excelente
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