O Navio para o ministério

O Navio para o ministério


No inicio do ano fui com minha esposa e com minha filha assistir no cinema o filme: “As crônicas de Nárnia - O peregrino da Alvorada”. Este filme é a continuação da saga “as crônicas de Nárnia”, a produção deste filme foi inspirada nos livros de C.S.Lewis. Mais uma vez, fiquei maravilhado com a maestria com que Lewis consegue conjugar verdades absolutas em suas estórias. O filme relata a volta de Lúcia e Edmundo à Nárnia, agora na companhia do primo Eustáquio. Eles chegam quando o rei Caspian sai navegando pelo oceano oriental a bordo do Peregrino da Alvorada, em busca dos sete fidalgos que foram mandados por Miraz para explorar o oceano oriental. Toda esta estória de navio lembrou-me do velho profeta Jonas.

Durante estes dias voltei a reler um velho livro de cabeceira, “a vocação espiritual do pastor” de Eugene Peterson. Neste livro, Peterson faz um paralelo do ministério profético de Jonas com o ministério pastoral. O experiente pastor aponta para três componentes, que nos salta aos olhos na narrativa do profeta.

A primeira delas é que Jonas é ineficiente quando é desobediente, e também quando é obediente ao seu chamado. Isso me conforta o coração. Saber que minha vocação não é baseada em meus méritos, não é baseada em meus acertos, não é baseada em meus dons, não é baseada em meu carisma. Mas é baseado no chamado que o próprio Deus me fez. Temos que ter a consciência de que por mais que sejamos quem somos, não seremos nunca, quem Deus quer que sejamos. Isso nos conforta, e nos faz saber que Deus escolhe pessoas como eu, para uma santa vocação.

A segunda é que temos a tendência de nos afastar de Deus por meio de nossa própria vocação. É incrível, como a Bíblia, a oração, a pregação, as visitas, o aconselhamento, podem vir tornar-se simples ferramentas, assim como um computador é para uma pessoa que trabalha em um escritório. Jonas usou seu próprio chamado para se afastar de Deus.

O texto diz que: “Porém, Jonas se levantou para fugir da presença do SENHOR para Társis”(Jonas 1.3). Jonas utilizou-se do seu chamado para dizer que seu destino era Társis. Afinal Társis é um portal de alegria, luxo e lazer. A maioria das vezes, queremos que nossos navios também embarquem para Társis. Sim, eu confesso. Eu queria ir para Társis! Mas a misericórdia de Deus também me fez parar no estômago de uma baleia, e acabei vomitado. E este processo é doloroso de mais. Mas, o Eterno me fez enxergar que o chamado é para Nínive.

A terceira e a última é que Jonas é humano, tão humano que chegou a desejar a morte. Parece-nos que o profeta estava em depressão, neste momento te pergunto: “qual de nós nunca teve vontade de desistir”?

Mas a bondade de Deus traz de novo ao profeta a esperança. Como você está nesse momento? Está pensando em desistir de seu chamado? Está como vontade de chutar o balde?

A verdade é que todos nós, não conseguimos chutar o balde. Não conseguimos porque nossos pés estão presos ao Navio que está a caminho de Nínive. Nosso coração está preso ao chamado feito por Deus. Certa feita estava almoçando com o Pr. Adonias, ele disse-me algo que guardei em meu coração. Ele disse: “Filho, você é parecido com uma lata que já fora recipiente de creolina, por mais que o recipiente seja lavado, esta lata nunca poderá ser utilizada para outro fim, assim também é você, você foi chamado para o ministério, você jamais encontrará regozijo fora dele”. Louvo a Deus pelo Pr. Adonias ter nos dado aquela palavra. Nunca mais esta ilustração saiu do meu coração.

Por este motivo, creio que o próprio Deus está trazendo um bálsamo ao seu ministério neste momento. Ele que o chamou, esta trazendo ao seu coração a certeza que sua vocação não brotou no seu coração por um querer seu, mas sim que, ainda no ventre de sua mãe, ele já o havia dado como profeta as nações!

A oração deste simples tripulante é que, você faça uma boa viagem a Nínive!

Roberto Meireles,