quarta-feira, 1 de abril de 2020

Homens comuns, chamados incomuns!


Rio de janeiro, 01 de abril de 2020.
Quarta com Deus
Série de Sermões – Homens comuns, chamados incomuns!
Texto Base – I Coríntios 1.26-29
Tema da Mensagem – Homens comuns, chamados incomuns!
Introdução:
O interesse pelo assunto surgiu com a releitura dos evangelhos. Na leitura pude perceber como os discípulos de Jesus possuem singularidade com cada um de nós, como de alguma forma nos identificamos com eles em suas debilidades e fraquezas. Alguns anos atrás li um livro com o título desta mensagem de autoria do John MacArthur Jr., uma obra excelente que ele discorre sobre a vida dos discípulos e acredito que pode nos servir de grande suporte para esta explanação que desejamos realizar.
“Sempre tive um verdadeiro fascínio pela vida dos doze apóstolos. Quem não tem? Os tipos de personalidade desses homens não nos são estranhos. Eles são como nós e como outras pessoas que conhecemos. São acessíveis. São personagens reais e cheios de vida, com os quais podemos nos identificar. Suas imperfeiçoes, fraquezas, bem como suas vitórias e características mais amáveis são narradas em alguns dos relatos mais fascinantes da Bíblia. Trata-se de homens que queremos conhecer.
Isso acontece, pois, em tudo, são homens perfeitamente comuns. Nenhum deles era conhecido por ser um grande estudioso ou erudito. Não tinham o currículo de grandes oradores e teólogos. Na verdade, eles viviam a margem das instituições religiosas da época de Jesus. Não se destacavam por seus talentos naturais nem aptidões intelectuais. Pelo contrário, todos eles estavam sujeitos a cometer erros, ter atitudes equivocadas, lapsos de fé e terríveis fracassos – ninguém mais ilustra isso do que Pedro, o líder do grupo. Até mesmo Jesus comentou que eles eram lentos em aprender e um tanto obtusos nas cosias espirituais (Lucas 24.25)”[1]
Todavia, mesmo sendo homens tão comuns como cada um de nós, após a morte do Mestre eles tornaram-se responsáveis em dar continuidade a obra que o Senhor havia começado. Com todas as suas limitações eles pelo poder do Espírito Santo foram usados pelo Senhor para impactar o mundo e levar o evangelho a todas as nações.
O sucesso da missão deles não estava fundamentado em suas aptidões ou em seu intelecto como acima já fora mencionado. Muito pelo contrário. O sucesso de seu ministério dependeu exclusivamente da graça e da bondade de Deus. Imaginem que os discípulos tiveram muito pouco tempo para serem discipulados por Jesus. A.B.Bruce autor do livro “12 homens comuns” e John MacArhtur afirmam que o ministério de Jesus durou aproximadamente três anos, sendo que metade desse tempo seu ministério foi realizado sozinho e apenas na outra metade Ele também se dedicou a discipular seus escolhidos dentre a multidão de seguidores para treiná-los e os capacitar para que eles pudessem dar continuidade ao seu ministério. Cerca de 18 meses. Concorda comigo que é muito pouco tempo devido à tamanha importância da missão? Mas quem estava à frente da missão para garantir o sucesso dela era o Senhor.
Discípulos e Apóstolos – Os doze algumas vezes são chamados de “discípulos” – mathetes no texto grego (Mt. 10.1; 11.1; 20.17; Lc. 9.1), palavra essa que significa “aprendizes”, “estudantes”.  Esse chamado foi específico a eles. Outro termo utilizado era “apóstolos” – no grego, “apostoloi”, palavra essa que significa “mensageiros”, “enviados”. Eles receberam autoridade do próprio Jesus para serem seus embaixadores, seus porta-vozes. (Mc. 6.30; Mt. 10.2)
O Início do Ministério
            Alguns acreditam que Jesus deveria de ter sido menos efusivo em suas mensagens e ensinos. Que Ele deveria de ter fugido das controvérsias para se utilizar do máximo de sua fama para maximizar seus recursos e a multidão ao seu redor. Todavia, Jesus fez exatamente ao contrário. Suas mensagens e ensinos eram tão confrontantes que a multidão acabou o deixando e somente aqueles eram realmente mais devotos permaneceram com Ele. (Jo. 6.66-67)
            Jesus preferiu que seu Reino fosse expandido não por forças militares, não por sua popularidade, não por multidões de fanáticos. Mas Ele preferiu acreditar em doze homens extremamente comuns e falíveis. Do ponto de vista humano esse plano não era dos melhores, e pior ainda era o detalhe de não existir um plano B para o cumprimento da missão. Se os apóstolos falhassem não tinha o que fazer, não tinha outro plano.
            “A estratégia escolhida por Jesus tipifica o caráter do próprio reino. “Não vem o reino de Deus como visível aparência. Nem dirão: Ei-lo aqui! Ou: Lá está! Porque o reino de Deus está dentro de vós” (Lucas 17.20-21). O reino avança “Não por força, nem por poder, mas pelo meu Espírito, diz o Senhor dos Exércitos” (Zacarias 4.6). Uma dúzia de homens sob o poder do Espírito Santo é uma força mais potente do que as massas numerosas cujo entusiasmo inicial por Jesus aparentemente foi causado por mais do que pura curiosidade”.
Primeira fase um chamado a conversão – No evangelho de João logo no primeiro capítulo o evangelista relata o encontro de Jesus com André, João, Pedro, Filipe e Natanael. Esse episódio ocorre no início do ministério de Jesus, próximo ao Jordão, local onde João o Batista, realizava batismos e convoca o povo ao arrependimento. Porém, quando João avistou Jesus disse aos que estavam ali presentes: “eis o Cordeiro de Deus”. Daquele momento em diante os até então discípulos de João, o abandonaram e começaram a seguir a Cristo. A primeira coisa dentro do aspecto do discipulado é a conversão, o reconhecimento que Jesus é o cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo e pela fé aceitar que Ele se sacrificou em nosso lugar. Sem conversão não há discipulado, muito menos a possibilidade de se intitular um discípulo de Jesus. Aqueles homens mesmo após terem se tornado discípulos de Jesus continuaram em suas vidas normais, por esse motivo os encontramos realizando as vezes seus ofícios antes de se dedicarem totalmente a serem “pescadores de homens”.
Segunda fase do chamado foi uma convocação para o ministério – O relato de Lucas no capítulo de número cinco descreve que Jesus sobe em um barco para ensinar e após pregar manda que Pedro leve o barco para as águas mais profundas e contrariando todas as impossibilidades parar uma boa pescaria, e ainda contrariando ao “profissional”, o Pedro que havia tentado pescar a noite toda e não havia conseguido nada, Ele manda que Pedro lance as redes e elas retornam cheias que quase afundam e quase dois barcos se afundam. Depois desse episódio conhecido como pesca maravilhosa, nosso Senhor os convida para serem “pescadores de homens”. As Escrituras dizem que eles largam tudo e seguem a Jesus.
Terceira fase do chamado é o apostolado – O apostolado foi uma designação de que agora eles representavam o próprio Jesus. Jesus o envia de dois em dois, pois ainda não estavam preparados para andarem sozinhos. (Mc. 6.7) Nesse momento Jesus ainda está ao lado deles o tempo todo para orientá-los e corrigir quando necessário. É um treinamento que jungi teoria e prática.
A quarta fase do chamado foi após a ressurreição – Nessa época Judas já não estava mais com eles, se enforcou depois de trair Jesus. Jesus ressurreto ordenou aos onze que fossem pelo mundo discipulando as nações. Eles enfrentaram grandes perseguições, diz à tradição que todos pagaram com sua própria vida, com exceção de João que morreu bem velhinho depois de pagar um alto preço pelo evangelho e exilado em Patmos, uma pequena ilha na Grécia.
O tempo
            A seleção dos doze ocorre em um momento extremamente delicado do ministério de Jesus. O evangelho de Lucas diz: “Naqueles dias...”(Lc. 6.12) Essa expressão designava um período de tempo que Jesus estava começando a ser perseguido pelos fariseus e escribas. Jesus sabia que daquele momento em diante Ele teria apenas mais 18 meses até a sua morte. Ele sabia que precisava logo treinar discípulos para dar continuidade a obra que Ele havia iniciado.
            Jesus havia denunciado a hipocrisia dos líderes religiosos de sua época quando entrou no templo e expulsou todos que estavam fazendo comércio em nome do Senhor. (João 2.13-25) Eles estavam cada vez mais irados com Jesus pelos seus ensinamentos e posicionamentos. Mesmo eles tendo presenciado milagres que credenciavam Jesus como o Messias, eles não queriam reconhecer esse fato para não perder sua posição de poder e influência.
            É “nesses dias” que Lucas narra que Jesus escolhe os doze e inicia o treinamento deles. Deveria de ser um treinamento intensivo, Ele não tinha muito tempo. Era necessário que seus discípulos fossem capacitados para que no momento oportuno pudessem dar continuidade a obra de seu Mestre.
Conclusão:
            Nosso Senhor deseja neste tempo enviar discípulos que se comprometam com Ele em fazer outros discípulos de todas as nações. Urge que nos levantemos e que possamos deixar de sermos pescadores apenas e passamos a ser pescadores de homens. Ele nos deu um novo sentido para viver.
            Certo de que em Cristo iremos fazer discípulos de todas as nações:
            Seu amigo e paistor, Roberto da Silva Meireles Rodrigues.                       



[1] MACARTHUR Jr., John. Doze homens extraordinariamente comuns: como os apóstolos foram moldados para alcançar o sucesso em sua missão. Rio de Janeiro: Thomas Nelson Brasil, 2016, pp.12.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Todos somos diferentes (Série de Mensagens - Mãos à Obra) - Efésios 4:7-11

  Rio de Janeiro, 27 de julho de 2025. Série de Mensagens - Mãos à obra. Tema da Mensagem - Todos somos diferentes Texto Base - Efé...