Rio
de janeiro, 01 de abril de 2020.
Quarta
com Deus
Série
de Sermões – Homens comuns, chamados incomuns!
Texto
Base – I Coríntios 1.26-29
Tema
da Mensagem – Homens comuns, chamados incomuns!
Introdução:
O
interesse pelo assunto surgiu com a releitura dos evangelhos. Na leitura pude
perceber como os discípulos de Jesus possuem singularidade com cada um de nós,
como de alguma forma nos identificamos com eles em suas debilidades e
fraquezas. Alguns anos atrás li um livro com o título desta mensagem de autoria
do John MacArthur Jr., uma obra excelente que ele discorre sobre a vida dos
discípulos e acredito que pode nos servir de grande suporte para esta
explanação que desejamos realizar.
“Sempre tive um
verdadeiro fascínio pela vida dos doze apóstolos. Quem não tem? Os tipos de
personalidade desses homens não nos são estranhos. Eles são como nós e como
outras pessoas que conhecemos. São acessíveis. São personagens reais e cheios
de vida, com os quais podemos nos identificar. Suas imperfeiçoes, fraquezas,
bem como suas vitórias e características mais amáveis são narradas em alguns
dos relatos mais fascinantes da Bíblia. Trata-se de homens que queremos
conhecer.
Isso acontece, pois, em
tudo, são homens perfeitamente comuns. Nenhum deles era conhecido por ser um grande
estudioso ou erudito. Não tinham o currículo de grandes oradores e teólogos. Na
verdade, eles viviam a margem das instituições religiosas da época de Jesus.
Não se destacavam por seus talentos naturais nem aptidões intelectuais. Pelo
contrário, todos eles estavam sujeitos a cometer erros, ter atitudes
equivocadas, lapsos de fé e terríveis fracassos – ninguém mais ilustra isso do
que Pedro, o líder do grupo. Até mesmo Jesus comentou que eles eram lentos em
aprender e um tanto obtusos nas cosias espirituais (Lucas 24.25)”[1]
Todavia,
mesmo sendo homens tão comuns como cada um de nós, após a morte do Mestre eles
tornaram-se responsáveis em dar continuidade a obra que o Senhor havia
começado. Com todas as suas limitações eles pelo poder do Espírito Santo foram
usados pelo Senhor para impactar o mundo e levar o evangelho a todas as nações.
O
sucesso da missão deles não estava fundamentado em suas aptidões ou em seu
intelecto como acima já fora mencionado. Muito pelo contrário. O sucesso de seu
ministério dependeu exclusivamente da graça e da bondade de Deus. Imaginem que
os discípulos tiveram muito pouco tempo para serem discipulados por Jesus.
A.B.Bruce autor do livro “12 homens comuns” e John MacArhtur afirmam que o
ministério de Jesus durou aproximadamente três anos, sendo que metade desse
tempo seu ministério foi realizado sozinho e apenas na outra metade Ele também
se dedicou a discipular seus escolhidos dentre a multidão de seguidores para
treiná-los e os capacitar para que eles pudessem dar continuidade ao seu
ministério. Cerca de 18 meses. Concorda comigo que é muito pouco tempo devido à
tamanha importância da missão? Mas quem estava à frente da missão para garantir
o sucesso dela era o Senhor.
Discípulos e Apóstolos
– Os doze algumas vezes são chamados de “discípulos” – mathetes no texto grego
(Mt. 10.1; 11.1; 20.17; Lc. 9.1), palavra essa que significa “aprendizes”,
“estudantes”. Esse chamado foi
específico a eles. Outro termo utilizado era “apóstolos” – no grego,
“apostoloi”, palavra essa que significa “mensageiros”, “enviados”. Eles
receberam autoridade do próprio Jesus para serem seus embaixadores, seus
porta-vozes. (Mc. 6.30; Mt. 10.2)
O Início do Ministério
Alguns acreditam que Jesus deveria
de ter sido menos efusivo em suas mensagens e ensinos. Que Ele deveria de ter
fugido das controvérsias para se utilizar do máximo de sua fama para maximizar
seus recursos e a multidão ao seu redor. Todavia, Jesus fez exatamente ao
contrário. Suas mensagens e ensinos eram tão confrontantes que a multidão acabou
o deixando e somente aqueles eram realmente mais devotos permaneceram com Ele.
(Jo. 6.66-67)
Jesus preferiu que seu Reino fosse
expandido não por forças militares, não por sua popularidade, não por multidões
de fanáticos. Mas Ele preferiu acreditar em doze homens extremamente comuns e
falíveis. Do ponto de vista humano esse plano não era dos melhores, e pior
ainda era o detalhe de não existir um plano B para o cumprimento da missão. Se
os apóstolos falhassem não tinha o que fazer, não tinha outro plano.
“A
estratégia escolhida por Jesus tipifica o caráter do próprio reino. “Não vem o
reino de Deus como visível aparência. Nem dirão: Ei-lo aqui! Ou: Lá está!
Porque o reino de Deus está dentro de vós” (Lucas 17.20-21). O reino avança
“Não por força, nem por poder, mas pelo meu Espírito, diz o Senhor dos
Exércitos” (Zacarias 4.6). Uma dúzia de homens sob o poder do Espírito Santo é
uma força mais potente do que as massas numerosas cujo entusiasmo inicial por
Jesus aparentemente foi causado por mais do que pura curiosidade”.
Primeira fase um chamado a
conversão – No evangelho de João logo no primeiro capítulo o
evangelista relata o encontro de Jesus com André, João, Pedro, Filipe e
Natanael. Esse episódio ocorre no início do ministério de Jesus, próximo ao Jordão,
local onde João o Batista, realizava batismos e convoca o povo ao
arrependimento. Porém, quando João avistou Jesus disse aos que estavam ali
presentes: “eis o Cordeiro de Deus”. Daquele momento em diante os até então
discípulos de João, o abandonaram e começaram a seguir a Cristo. A primeira
coisa dentro do aspecto do discipulado é a conversão, o reconhecimento que
Jesus é o cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo e pela fé aceitar que Ele
se sacrificou em nosso lugar. Sem conversão não há discipulado, muito menos a
possibilidade de se intitular um discípulo de Jesus. Aqueles homens mesmo após
terem se tornado discípulos de Jesus continuaram em suas vidas normais, por
esse motivo os encontramos realizando as vezes seus ofícios antes de se
dedicarem totalmente a serem “pescadores de homens”.
Segunda fase do chamado foi uma
convocação para o ministério – O relato de Lucas no
capítulo de número cinco descreve que Jesus sobe em um barco para ensinar e
após pregar manda que Pedro leve o barco para as águas mais profundas e
contrariando todas as impossibilidades parar uma boa pescaria, e ainda
contrariando ao “profissional”, o Pedro que havia tentado pescar a noite toda e
não havia conseguido nada, Ele manda que Pedro lance as redes e elas retornam
cheias que quase afundam e quase dois barcos se afundam. Depois desse episódio
conhecido como pesca maravilhosa, nosso Senhor os convida para serem
“pescadores de homens”. As Escrituras dizem que eles largam tudo e seguem a
Jesus.
Terceira fase do chamado é o apostolado
– O apostolado foi uma designação de que agora eles representavam o próprio
Jesus. Jesus o envia de dois em dois, pois ainda não estavam preparados para
andarem sozinhos. (Mc. 6.7) Nesse momento Jesus ainda está ao lado deles o
tempo todo para orientá-los e corrigir quando necessário. É um treinamento que
jungi teoria e prática.
A quarta fase do chamado foi após a
ressurreição – Nessa época Judas já não estava mais
com eles, se enforcou depois de trair Jesus. Jesus ressurreto ordenou aos onze
que fossem pelo mundo discipulando as nações. Eles enfrentaram grandes
perseguições, diz à tradição que todos pagaram com sua própria vida, com
exceção de João que morreu bem velhinho depois de pagar um alto preço pelo
evangelho e exilado em Patmos, uma pequena ilha na Grécia.
O tempo
A seleção dos doze ocorre em um
momento extremamente delicado do ministério de Jesus. O evangelho de Lucas diz:
“Naqueles dias...”(Lc. 6.12) Essa expressão designava um período de tempo que
Jesus estava começando a ser perseguido pelos fariseus e escribas. Jesus sabia
que daquele momento em diante Ele teria apenas mais 18 meses até a sua morte.
Ele sabia que precisava logo treinar discípulos para dar continuidade a obra
que Ele havia iniciado.
Jesus havia denunciado a hipocrisia
dos líderes religiosos de sua época quando entrou no templo e expulsou todos
que estavam fazendo comércio em nome do Senhor. (João 2.13-25) Eles estavam
cada vez mais irados com Jesus pelos seus ensinamentos e posicionamentos. Mesmo
eles tendo presenciado milagres que credenciavam Jesus como o Messias, eles não
queriam reconhecer esse fato para não perder sua posição de poder e influência.
É “nesses dias” que Lucas narra que
Jesus escolhe os doze e inicia o treinamento deles. Deveria de ser um treinamento
intensivo, Ele não tinha muito tempo. Era necessário que seus discípulos fossem
capacitados para que no momento oportuno pudessem dar continuidade a obra de
seu Mestre.
Conclusão:
Nosso Senhor deseja neste tempo
enviar discípulos que se comprometam com Ele em fazer outros discípulos de
todas as nações. Urge que nos levantemos e que possamos deixar de sermos
pescadores apenas e passamos a ser pescadores de homens. Ele nos deu um novo
sentido para viver.
Certo de que em Cristo iremos fazer discípulos de todas as nações:
Seu amigo e paistor, Roberto da Silva Meireles Rodrigues.
[1] MACARTHUR Jr., John. Doze homens extraordinariamente comuns: como
os apóstolos foram moldados para alcançar o sucesso em sua missão. Rio de
Janeiro: Thomas Nelson Brasil, 2016, pp.12.
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